Sonhos de Prata || PJM + JJK

Vida dupla

Com tempo e explicações suficientes, Jimin compreendeu a decisão dos amigos. Mesmo envolvidos no Parlamento, assim como ele, o controle da casa Jeon chegava perto do absoluto. Lideranças de grupos sociais, redes de distribuição, mídia, abastecimento, a lista de seres sob seu controle financeiro e pessoal alcançava números tão assustadores que levou Park a se sentir impotente, inútil, como um cão caçando o próprio rabo nas últimas centenas de anos. E como derrubar um membro vitalício? Como expor suas ações? Que poder poderia detê-lo? Não havia o que ser feito, não pelas linhas convencionais, não no tanger da lei, não onde os braços de Park Jimin, o parlamentar equitativo, chegaria.

Seokjin e Namjoon atuavam quase como espiões ou infiltrados, a família Kim mantendo bom distanciamento das ações da casa Jeon, porém cientes de suas ações e isentos não são opositores, assim sendo, Seokjin os mantinha por perto, circulando entre a casa Jeon a sua própria, para assegurar que a casa Kim não se envolvesse e ter o mínimo noção de ações internas da casa Jeon. Era uma missão complexa, porém a postura neutra de ambos e sua maturidade os colocavam nos locais certos, nas horas certas, ao ponto de até o presente momento, não terem levantado a mínima suspeita nas casas. Hoseok ajudava a controlar o que diz respeito as tecnologias dos grupos segregatícios, rastreando de forma segura as ações de cada um deles, mesmo que fosse necessário derrubar barreiras repetidas vezes, modificar sistemas ou qualquer ação legal ou ilegal para assegurar o alcance dos objetivos. Igualmente, supervisionava possíveis erros de distribuição de recursos nas repartições públicas em que os Dourados estavam cientes da influência da casa Jeon ou outros grupos. 

Yoongi era o responsável por rastrear a ação lupina. Até o presente momento, a Dolaceia não tinha ações sociais importantes, inclusive, o clã de Jimin dedicava sua atenção a sua sobrevivência e liberdade como grupo, aguardando o momento que sua estruturação hierárquica se consolidasse. A Dolaceia era controlada por um grupo de mais velhos, escolhidos por eles com a autorização de Jimin, já que esse não tinha interesse em assumir seu posto como omega chefe, não ainda, não enquanto a Galatea estivesse desorganizada. Então, Yoongi acompanhava ações de lupinos, principalmente das Daltore, Latifa tendo posturas questionáveis e falas problemáticas com frequência o suficiente para levantar suspeitas. A decisão de expor o grupo para o Parlamento foi dele, dando rosto e nome ao grupo que atacava sistematicamente as práticas segregatícias para observar as reações dos alvos marcados pelo grupo. 

Para seu objetivo ser alcançado, era importante ter uma ameaça real caçando os culpados, chegando perto das falhas e fraudes, e por isso Park foi incentivado a buscar respostas: ele era uma ameaça gigantesca. Por fim, Taehyung. O bruxo tinha uma maldição de não atacar nenhuma das espécies e pela sua própria moral, não negaria assistência aos grupos, porém, isso não o impedia de conectar pontos, rastrear focos de conflitos ou outras informações relevantes. Sendo seu objetivo a sobrevivência das espécies, burlava as linhas turvas de sua própria maldição. Taehyung exercia outro papel importante: desenvolvimento biotecnológico. Os Dourados tinham acesso à tecnologia de ponta – presente do seu líder - e podiam desenvolvê-la e aperfeiçoá-la graças ao feiticeiro. O Kim também realizava alguns experimentos e pesquisas, no seu próprio espaço, buscando respostas para perguntas as quais não quis expor no momento.

Os papéis eram tão bem definidos, não apenas dos fundadores, mas também dos membros participantes do grupo, que Park inicialmente se viu perdido, sem saber por onde ou como ajudar, mas com a devida orientação do líder, achou seu lugar. Esse lado de Jungkook era novo, nem mesmo no passado Jimin o viu dessa forma, organizado, sábio, inteligente, um líder nato. No período da guerra, Jungkook assumia posto de liderança, porém quase sempre se submetia a Jimin nos momentos difíceis, portanto, talvez, havia um lado de Jimin que não esperava tamanha organização e habilidade inata de seu amor para o que fazia. Era uma forma de menosprezo inocente que se admirou por estar errado. Como em outros aspectos de sua existência, Jimin estava confortável a se dedicar a seu amor.