A novela Reputation TV
E como diria Silvio Santos... Ma oê! Quem quer dinheirô? Olha o aviãozinho!
(Barulho do aviãozinho.)
Essa é uma homenagem ao grande apresentador que nos deixou recentemente. Obrigada pelos bordões! Ah, ah, ê, ih, ih!
Voltamos com a nossa, a sua, a minha, a daqueles e daquelas... Reputation TV! A nossa novela que conta a história de Pilanthita e Anantawut, um casal falido que quer fazer sua cliente mais rica comprar a casa mais cara de sua corretora de imóveis para que possam continuar com sua vida luxuosa.
Pilanthita poder se chamar Pilantragem, que não seria muito diferente, né? Mas continuemos!
Com as vozes de Rebecca Armstrong como Aninlaphat, Freen Sarocha como Pilanthita e elenco incrível e crocante, igualmente ao Chokito.
E não se esqueçam de que as caixas de Bombom Nestlé, nesse dia das mães, poderão fazer sua mamãe mais feliz! Já provei o meu Chokito aqui... Prove o seu e também diga... Hum, crocante!
Então, vamos para o resumo do capítulo anterior para ninguém se perder? Vamos!
(Palmas de platéia.)
No capítulo anterior, Pil começou a mostrar as casas para Anin e a inglesa deixou a empresária muito surpresa por querer uma casa em estilo brasileiro ao invés do europeu, além de não cair em sua lábia.
Pil pensava que a mulher seria fácil de se manipular. Não esperava que seu plano fosse por água abaixo. E estava desesperada pela cliente não querer ver a casa rapidamente, assim como imaginava. O que a fez chamar a cliente para tomar um café, em um último ato de pedido de misericórdia.
Será que Anin irá perceber que Pil está querendo dar um golpe? Será que Pil conseguirá dar o golpe em sua cliente?
Veremos isso em mais um capítulo de Reputation TV.
— E então... Gostaria de tomar um café? E conversar mais sobre as casas?
Pil fez uma voz sorridente para ocultar seu desespero aparente. Até rimou!
— Um café?
— Sim, faz parte da cortesia.
Pil se mostrava bastante cordial, pois era necessário que fosse. Mas sua vontade era de pegar a mulher à força e obrigá-la a assinar os papéis de compra da casa.
— Eu conheço a cortesia brasileira.
As duas se encararam por um momento e o silêncio perdurou. Um silêncio onde parecia que Anin estava estudando Pil e Pil estava aguardando o movimento de Anin para dar o próximo passo. O passo do golpe! Então, ela pensou...
— Preciso fazer alguma coisa para que essa mulher burra compre essa casa logo. Se eu der sorte, ela comprará até duas. Devo agir logo ou a perderei. Eu não posso perder essa chance única. Preciso desse dinheiro, urgentemente. Preciso que essa criatura burra me dê o que eu quero. Ou serei capaz de cometer um crime.
Pil começava a pensar maneiras de fazer a cliente ficar mais próxima de si para que pudesse fazê-la comprar tudo o que a persuadisse a comprar.
— Uma mulher reclusa e com poucos amigos... Não será difícil enganá-la. Não é possível que eu seja tão porca que não saberei dar um golpe em uma mulher que mal tem amigos. Uma donzela frágil dessas dando sopa... Não, eu preciso capturar minha franguinha e colocar ela na panela. Nham, nham... Canjinha de galinha!
Pil maquinava em sua mente formas de conquistar a confiança da inglesa. Afinal, como pensava, uma mulher tão reclusa não seria tão difícil de se persuadir.
— Claro, adoraria um café! Tenho mais meia hora. Pode mandar que a sua secretária o traga.
Anin sorriu por Pil tentar mostrar a cordialidade brasileira que não se encontrava na Inglaterra. Ela sabia que, na Inglaterra, não se negava, jamais, a um bom chá de chá, do de xícara. Portanto, no Brasil não se deveria negar um bom café, do de xícara.
— Sim, pedirei. Só um instante. Com licença, senhorita.
Pil saiu sorridente da sala. Estava conseguindo o que gostaria. Esse era um bom sinal. Agiria da forma correta, agora.
(Barulho de passos e porta se abrindo, depois se fechando.)
— Silvia!
Pil cochichou com uma voz autoritária para a moça que estava sentada em sua pequena mesa fazendo o trabalho que havia sido incumbida a fazer. A moça deu um pulo.
— Sim, senhora... Senhorita!
(Voz de Juliana Paes, que havia aceitado sair da Netflix para fazer um bico para pagar as contas atrasadas.)
— Entre na minha sala, em dois minutos em ponto, e diga-me que não temos café, pois acabou-se. Não se atrase, ou descontarei de seu salário de pobre coitada, de rata morta de fome.
— Sim, senhora. Senhorita...
(Barulho de passos e porta se abrindo, depois se fechando.)
— Em um instante ela lhe trará. Enquanto esperamos, digam-me... A senhorita é de onde, na Inglaterra?
Pil procurava parecer interessada e sorridente, algo que a mulher não tinha o costume de ser com o marido, mas ela sabia que mulheres amavam receber a atenção e o interesse em seus gostos.
Anin a observava com atenção. Sentia uma vontade profunda de rir da forma que a mulher agia, mas ela era uma lady, descendente de lordes ingleses e da realeza da Tailândia. Jamais demonstraria tais sentimentos.
— Sou de Manchester.
Anin sorria de forma cordial, mas observava com atenção a forma em que a mulher a tratava.
— Já estive por lá em viagens. Também por Londres, Liverpool... Uma belíssima cidade histórica, Manchester! Juro para a senhorita que, quando fui lá há dois anos, fiquei encantada. São tantos os espaços históricos! Parece-me que você pode ver a história em cada passo em que anda pelas calçadas e locais em que visita. O bairro de Northern Quarter, então! Passei por lá e tomei um café, além de comprar uns presentes no mercado Afflecks. Também fui ao Memorial Alan Turing.
Pil sorria em entusiasmo verdadeiro. Não mentia que havia amado aquele lugar e até preferia ser sincera em alguns pontos para passar verdade sempre. Sabia que mentiras demais eram fáceis de se descobrir. Portanto, devia-se dar mentiras com verdades envoltas. Como balinhas com recheio, assim como a Butter Toffees.
— Foi ao Memorial?
Anin olhava Pil com bastante atenção, estudando cada detalhe da postura da mulher com todo o cuidado.
— Sim, é um belíssimo lugar! Com certeza, você já foi, não foi?
— É verdade... Muito belo. Também é um lugar onde pessoas diferentes vão.
— Diferentes, como?
Pil não conseguia entender o que Anin estava querendo dizer com tal afirmação.
(Barulho de batida na porta.)
— Sim, pode entrar.
— Com licença, senhorita Pilanthita, mas sinto em informar que o café acabou e não houve tempo de comprar mais. Peço desculpas pelo inconveniente.
A mulher falava de forma bastante natural, o que deixou Pil satisfeita. Gostava disso. De funcionários bons.
— Está tudo bem, obrigada, Silvia.
— Com licença.
— Desculpe pelo inconveniente, senhorita. Tivemos de trocar o pessoal que fornece nossos produtos alimentícios. Ainda não tivemos reposição de alguns produtos. Se puder, podemos ir ao café que tem aqui na esquina. Isso se não for um inconveniente ou incômodo para a senhorita, é claro. Não quero atrapalhá-la.
Pil sorria com expectativa. Era sua cartada final. Um café poderia abrir a porta para que pudesse se aproximar da mulher à sua frente. Um café em um ambiente fora daquela sala poderia dar o que ela precisava abrir para conseguir o que planejava.
— Claro, mas vou-me demorar por pouco tempo. Tenho um compromisso inadiável.
— Sim, eu entendo. Será rápido, não precisa se preocupar. Obrigada por aceitar meu convite.
— Será um prazer.
As duas foram caminhando para sair do edifício que pertencia à família de Anantawut. Havia um silêncio entre as duas, onde Pil pensava sobre como poderia manter o assunto entre ambas. Mas estava tendo um infeliz bloqueio.
— Não sei o que está acontecendo comigo. Andar ao lado dessa mulher me deixou sem palavras. Isso é estranho demais.
Passaram pelo hall de entrada, onde havia a placa com o nome do edifício pertencente à família de Anan. Todos os andares eram feitos de negócios daquela família. E Anan era, apenas, o filho mais jovem.
Aquela era uma família japonesa que havia adquirido um sobrenome brasileiro assim que desembarcaram no cais de Santos, após o fim da Primeira Grande Guerra. Não queriam se ver ligados ao passado no Japão. Depois, fizeram uma fortuna por vários meios legais e ilegais, conquistando uma grande notoriedade pela cidade de São Paulo.
Um dos projetos importantes em que a família estava envolvida era a venda de lotes nos bairros novos que iam surgindo pela cidade. Havia um esquema de criação de bairros com nomes, como, por exemplo o da Vila Madalena. Madalena era a matriarca de uma família rica e nobre. Essa família comprou o direito de homenagear sua amada mãe com o nome do bairro.
A família de Anan era a responsável por vender os lotes superfaturados quando esses bairros comprados surgiam. E a corretora de imóveis surgiu para que se expandisse o negócio de venda de terrenos em bairros com nomes de pessoas.
O que dá para se entender de onde surgiu tanta fortuna. São Paulo homenageou algumas famílias da alta sociedade, que doavam um dinheiro maciço para as campanhas para os prefeitos, havendo muitos bairros com nomes. Isso, sem falar dos nomes de ruas.
Era sabido que, para não se saber que o bairro havia recebido o nome por haver uma compra do naming rights, o costume era só colocar o primeiro nome. Assim, a Vila Madalena jamais será sabido que foi a venda do nome de uma senhora da alta sociedade paulista.
— Gostaria de fazer uma pergunta. O que mais gostou em Manchester?
Anin rompeu o silêncio quando chegaram à calçada e parecia interessada.
Pil ficou feliz ao perceber esse interesse, pois demonstrava que estava conseguindo o que queria... A atenção da mulher, mesmo que estivesse muda.
— Você vai me chamar de estranha, mas eu gostei da Catedral. Ela é tão antiga e possui o estilo gótico. Eu amo ver coisas no estilo gótico porque o costume da época do gótico era o de fazer vitrais muito coloridos porque não se tinham muitas imagens sacras como passou a ter no final da Idade Média, com a Renascença. As pessoas possuem essa ideia de que as igrejas sempre foram cheias de imagens de santos. Mas a Igreja só passou a usá-las como são usadas hoje, depois de séculos. A Igreja não gostava de usar muitas imagens, no início da Idade Média. E os vitrais, sendo muito coloridos, eram usados para poder atrair os fiéis, mesmo que as igrejas fossem muito escuras, simples ou grandes templos com estátuas muito assustadoras. A ideia, no início, era a de amedrontar os fiéis pelos pecados que eles cometiam. Por isso, as imagens eram poucas e bem simples. Mas o colorido dos vitrais iluminados pelo sol, dava uma sensação de estar com Deus. E elas são igrejas tão grandes e imponentes, não são? Quando se entra dentro delas, se observam os vitrais coloridos e enormes. É impossível não se sentir iluminada e na presença de Deus. Notre Dame é belíssima também... Mas fica em Paris. E devo lhe dizer, tem uma igreja que não é gótica... É turca em estilo bizantino e é considerada uma das mais antigas do mundo, talvez a mais antiga, que foi tomada pelos turcos-otomanos muçulmanos, transformada em mesquita e possui nela todos os desenhos cristãos e muçulmanos em suas paredes. Isso a faz ser uma relíquia única da humanidade. Não existe outra como ela. Conhece a Igreja de Santa Sofia, que fica em Istambul?
Anin olhava Pil falando e Pil percebeu a forma com a qual a mulher a olhava. Foi algo automático ficar tímida. Não esperava que a mulher a olhasse tão fixamente. Não quando ela falava sobre sua paixão pela arquitetura de igrejas.
— O que foi? Pareço uma professora falando? Ha, ha... Eu imagino que deva ser muito chato ouvir essas coisas. Me desculpe...
— É a primeira vez em que a vejo sorrindo de verdade. Você gosta, mesmo, dessas coisas. Não diz para me agradar.
Pil ficou espantada pela franqueza da mulher. Como se tivesse levado um tapa, mas não apenas um tapa... Como se fosse um elogio. Ela não sabia explicar...
— Por que eu não gostaria? Eu gosto de história e sou arquiteta. Falar sobre isso é algo meu e sobre o meu trabalho. Me desculpe, novamente...
— Eu notei que gosta. Também gosto de história. A arquitetura da Igreja da Sé também é gótica. O Brasil também possui uma linda arquitetura.
— Sim, verdade. Mas é costume do europeu valorizar monumentos e locais históricos. No Brasil, não é parte da nossa cultura. Por isso, pouco se fala sobre a arquitetura daqui. O que é valorizado, é o costume do exterior. Não é algo tão pessoal.
— Também pode ser isso. Desculpe não poder ficar para o café. Eu tenho muita pressa.
— Mas estamos na esquina. É logo ali. Apenas um café não irá atrasá-la.
Pil apontou para o café que estava na esquina, possuindo mesinhas e cadeiras na porta. Um lugar bem aconchegante e elegante que a inglesa amaria, em sua visão, mas a mulher não parecia ter interesse.
— Sinto muito, fica para outra ocasião... Não tenho tempo, mesmo. Mas marcaremos outra vez. Obrigada pelo convite.
— Está tudo bem...
— Tenha uma boa semana, senhorita Pilanthita.
— Pra você também, senhorita Aninlaphat.
Pil viu a mulher se encaminhar para o carro chique. Observou a inglesa adentrar e fechar a porta, depois sair com o carro.
— Ela dirige o próprio carro e é mais esperta do que eu imaginava. Precisarei pensar em uma forma melhor de fazer isso. Precisarei agir logo, ou ela procurará outro lugar para comprar essa maldita casa. Verei o que poderei fazer.
E então, ouvintes... O que irá acontecer agora? Pil irá conseguir conquistar Anin e a persuadir a comprar a casa? Anin irá cair na lábia da brasileira?
Vamos saber sobre isso no próximo capítulo de Reputation TV. Não percam. É toda quinta, às dez da noite, na Globoplay.Desculpe pela falação sobre igreja, mas eu amo templos. Pena que a história por trás deles é sempre terrível, mas a arquitetura é tão linda. Procurem os vitrais góticos e como eles iluminam dentro da igreja. Sim, eu sei que o Memorial Alan Turing não era feito em 1950/60, mas eu achei que seria um gancho interessante a Sam ir numa parte da cidade que é onde os lgbt+ ficam. Para quem não sabe o Alan é o pai da computação moderna e foi quem decodificou as mensagens nazistas, sendo o maior herói da 2 Guerra porque foi isso que ajudou os Aliados a saber o que os nazistas planejavam e impedir. Mas ele retirou a vida após ser considerado culpado por ser homossexual, que era crime. Hoje, tem a estátua dele e os lgbt+ costumam ficar ou morar naquele bairro. Seria a rua Augusta deles. Pelo amor do amor, eu sei que não houve esquema de corrupção para o naming rights dos bairros de São Paulo. Não me acusem de algo que eu não afirmei. A rua Augusta não teve o naming rights vendido, mesmo eu não sabendo quem foi a dona Augusta e o motivo da homenagem.
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Reputation Tv
FanfictionBom, a fic é assim... Freen e Becky são duas atrizes que fazem o papel na novela podcast da Globoplay em homenagem aos tempos de rádio. As duas são Pil e Anin. Um capítulo será sempre para FB e um para AP. Anin é uma inglesa que quer comprar uma cas...