I Say a Little Prayer

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A Novela Reputation TV

Estamos começando o primeiro capítulo da novela Reputation TV. Eu sou a narradora e pra você se habituar ao que vai ser a novela, devo dizer que o início vai ser eu falando assim mesmo, normal. Depois, vamos para a narrativa de novela, tá? Conseguiu entender? Então, vamos lá!
Bem vindos a todos os telespectadores... Desculpem, foi a força do hábito. Bem vindos a todos os ouvintes. Eu sou o narrador Michael Jackson, au. Parei com as piadas bestas. Esse será um ambiente sério, de família, muito exemplar. Tenhamos modos, por favor!
Reputation TV terá a atriz Freen Sarocha como Pilanthita, que chamaremos de Pil por ser melhor e Rebecca Armstrong como Aninlaphat, ou apenas Anin, além de grande elenco de atores não nominados aqui, pois não são principais. Portanto, não há importância quem eles sejam, por agora. E porque estamos pensando que não seria prudente colocar uma lista enorme de nomes por aqui. Não estamos nas aberturas de novelas de Glória Perez. Beijos, Glorinha!
Vamos começar, então? Muito bem... Começando a novela! Vou mudar meu tom, tá, gente? Porque narrar uma novela de época é diferente e essa é uma novela que se passa por volta de mil novecentos e sessenta.
Naquela manhã, o dia havia amanhecido bem caloroso. Tão caloroso que parecia estar um inferno. Pil estava em sua casa localizada em um bairro de classe média alta de São Paulo.
Pensativa, ela bebia um café bem preto. Sentava-se de pernas cruzadas em sua cadeira de madeira na cozinha bonita e bem arrumada. Olhava o relógio de pulso de metal, avistando que já eram quase nove da manhã.
Suspirou, pensando... Agora, entra a Freen, tá?
- Já está quase na hora de eu sair dessa casa e ir até meu trabalho que fica próximo à Frias Lima, rua tão bela e movimentada da cidade de São Paulo, onde se fazem todos os tipos de negócios. Devo terminar de me arrumar para que não me atrase. E, também, para que fique muito bonita, bela, elegante, cheia de beleza... Deixe-me pensar mais adjetivos... Hum... Formosura, graciosidade, perfeição... Hum... Pulcritude? Roteirista, pare de olhar no Google atrás de sinônimos. Pulcritude já é exagero.
- Desculpe, Freen, iremos maneirar.
- A-hã... Vamos, lá... Continuando... Beleza, encanto e outros adjetivos mil para o quanto ficarei tão bela quanto a Bela de todas as Belas da Disney. E são muitas Belas.
Pilanthita se levantou rapidamente, ajeitando o vestido bege com bolinhas azuis que vestia. Ajeitou o lencinho que estava em seu pescoço. Subiu as escadas e abriu a porta do quarto.
(Barulho de porta se abrindo e passos entrando.)
- Meu Deus, veja que obra divina está me olhando nesse espelho! Ah, sou eu! Eu estou muito bonita! Tenho uma cliente importante hoje. E se tudo der certo, as coisas vão melhorar em minha vida. Oremos, meu Deus! Oremos! Glória, Glória, Groove!
Pil pegou sua maquiagem.
(Barulho de objetos sendo pegos.)
E passou-a pelo rosto perfeito. Se olhou no espelho mais ainda e fez um bico para que o batom se fixasse com mais força a seus lábios.
(Barulho dos lábios de Pil.)
- Nossa, que bela! Eu estou no jeito para conquistar tudo o que quero. Farei maldades, hoje. Muahahaha!
Pil estava feliz consigo mesma. Nem parecia isso, né? Sim, parecia! Como não? Mas ela estava se sentindo mais a Rainha Má do que a Branca de Neve, pois estava pronta para as maldades e a Branca de Neve, certamente, seria a sua cliente ingênua.
- Meu amor, o que está fazendo que ainda não saiu?
(Voz de Ícaro Silva fazendo a voz de Anantawut, pois a autora está com preguiça de procurar o nome do ator original.)
Anantawut, que chamaremos de Anan por ser mais fácil, adentrou pelo quarto e olhou para Pil com um certo tom de impaciência, mas não muita para não demonstrar para a esposa que ela estava demorando demais se olhando no espelho.
- Já estou indo, Anan. Só estava passando meu batom vermelho que eu amo tanto, pois a Marilyn Monroe usa.
- Não se demore, meu amor. Estarei no nosso carro azul anil te esperando.
(Barulho de passos saindo apressados.)
- Espelho, espelho meu... Há alguém mais bela do que eu? Hahaha... Lógico que não, né?
Anan foi para o carro, enquanto Pil estava se namorando no espelho, e ficou olhando impacientemente para o relógio.
A vida de corretor de imóveis não estava fácil com a crise que o Brasil estava passando naquele momento. O governo do Brasil não estava conduzindo a economia como era esperado. O que estava deixando muitos homens de negócio com a corda no pescoço. A situação de Anantawut não era nada diferente disso.
A queda da Bovespa não estava ajudando os negócios. Comprava-se na baixa e vendia-se na alta. O problema era de que não se tinha uma alta há um tempo para se vender, o que deixava os empresários numa eterna baixa, causando prejuízos irreparáveis.
A solução para amenizar isso seria a compra de uma das casas caríssimas as quais vendia em sua famosa corretora, pela inglesa Aninlaphat, herdeira de bens inimagináveis. Pelo menos, era o que ele acreditava que poderia salvar seu pescoço antes que Pil retirasse sua cabeça fora pelas dívidas em que havia se metido.
- Pronto, Anan!
Pil adentrou pela porta e se sentou no banco do carona do carro de seu esposo.
(Barulho de porta de carro batendo.)
- Você sabe o que tem de fazer, não sabe, minha deusa?
Anan parecia um tanto ansioso e olhava a esposa de lado, sentindo um certo receio. Conhecia-a o suficiente para saber sobre o gênero ácido que a esposa possuía.
- Já conversamos sobre isso, Anantawut . Não há mais nada a dizer.
Pil não demonstrava nada e olhava para a frente quando o motor foi ligado. Estava sem emoção nenhuma em seu rosto.
(Barulho de motor ligando e o carro saindo.)
- Sim, mas quero saber se vai saber fazer o que é necessário.
Anantawut olhava para a rua e dirigia seu carro azul anil, mas prestava atenção ao que a esposa estava fazendo ao seu lado.
- Eu tenho o que é necessário para seduzir uma mulher, Anantawut Albuquerque Vilela Bulhões Gonzaga Bragança Paulista. Ainda mais uma que deve ser tão feia que assusta todos os boletos atrasados que temos em casa para pagar.
Pil estava com um certo grau de impaciência e estava com vontade de xingar o marido de nomes cujo o podcast não poderia colocar, pois a plataforma não aceita tal conteúdo.
Pil não estava suportando o marido, pois o homem não parava de lhe perguntar o mesmo desde que o plano havia sido feito por ela. Ela teria de seduzir uma mulher, não ele. Era o trabalho dela, o de fazer que a inglesa reclusa aceitasse comprar a casa superfaturada que iria lhe vender.
- Aninlaphat Smith é uma mulher reclusa que dizem ser adepta do lesbianismo. Você é uma mulher bonita, encantadora...
- Já disse isso mil vezes, Anan! Acha, por um acaso, que sou débil? Já sei disso! Eu sou maravilhosa!
Se notava o tom seco na voz da mulher. A impaciência tomava conta de suas linhas corporais. E seus gestos demonstravam certo desinteresse ao que o marido dizia. Pil não aguentava mais ter de estar ouvindo tais coisas.
- Não, querida... Apenas...
O homem estava desesperado. Não queria desagradar a esposa logo cedo.
- Apenas que não sabe parar de me torrar a paciência com tais assuntos. Me deixe fazer o necessário e ficará tudo bem.
Pil estava mais fria do que de costume, já que costumava ser muito alegre. Pelo menos, ela se sentia alegre quando estava sozinha.
- Sim, querida.
Anantawut percebia que o assunto já havia se encerrado. Então, apenas dirigiu o carro azul anil até o edifício em que ficava a empresa de imóveis da família.
Os prédios de São Paulo estavam se erguendo cada vez mais para os céus. Diziam pelas ruas que logo poderiam tocar os anjos. E isso encantava a todos, deixando a cidade cada vez maior e mais alta.
Subiram até o andar em que ficava o escritório da corretora de imóveis de primeira linha de Anantawut... A Imobiliária Albuquerque Vilela. Tão conhecida em São Paulo que havia vendido uma casa para Getúlio Vargas e outros políticos na época do grande boom.
O homem acompanhou a esposa até o escritório. Ficou com ela por alguns minutos e se despediu, dizendo que deixaria tudo com ela.
- Minha deusa, tudo está em suas mãos de pétalas de rosas, plantadas nos Jardins da Babilônia. Irei-me agora. Estarei sentindo a sua falta, amor da minha vida.
- Vá!
Pil não tinha paciência para as bajulações de seu marido. Ele conseguia ser muito meloso e grudento, o que ela odiava.
O tempo foi passando e ela estava na sala à espera de Aninlaphat, quando a porta foi aberta pela secretária. Olhou a mulher com expectativa, tentando esconder a impaciência pelo atraso da inglesa. Ingleses não demoravam. A pontualidade era extrema na Inglaterra. E aquela demora deixou Pilanthita com certo grau de estresse.
- Entre, Silvia.
(Barulho de porta se abrindo por completo e saltos batendo no chão.)
- Senhorita Pilanthita, a senhorita Aninlaphat já chegou.
- Sim, Silvia. Mande-a entrar.
Pil estava num tom neutro por fora quando respondeu à secretaria, mas se levantou sorridente para receber a cliente mais importante de sua vida.
- Bom dia, senhorita Aninlaphat.
Aninlaphat adentrou pela sala com suas vestes de tecido caro e sua pose de dama da alta sociedade. Os olhos estavam calmos e serenos. Um chapéu estava em sua cabeça, além de usar óculos escuros.
- Good morning. Desculpe, não quero ser deselegante em falar o inglês em um país em que se fala o português. A língua portuguesa é lindíssima e eu sei falá-la, mas os hábitos ainda me fazem atrapalhar-me.
(Voz de Rebecca em um sotaque inglês bem puxado falando e soltando alguns risos.)
- Não há problemas, senhorita. Posso falar em inglês.
Pil olhava para Aninlaphat e não imaginava que a mulher fosse ser tão gentil e calorosa, com um sorriso encantador. E belíssima! Ainda mais quando retirou os óculos, mostrando os olhos.
Imaginava que a mulher fosse uma horrorosa, desengonçada, desdentada, descabelada, com o cabelo embaraçado, as unhas caídas, os pés tortos... Mas o que tinha diante de si era a mais bela de todas, definitivamente, uma Branca de Neve.
As informações que tinha eram as de que a mulher era uma inglesa reclusa, pouco atrativa e que nunca havia namorado por muito tempo. Imaginou que a mulher seria séria e seca, também distante e que teria de ser calorosa para que pudesse contrapor tanta frieza.
Seu plano era o de ser manipuladora de forma caltelosa, porém chamativa, mas a forma de Aninlaphat a quebrou completamente. Pil não sabia como poderia se comportar diante de uma dama que parecia ser da realeza britânica.
O que se via em sua frente era uma mulher com vestes simples e comuns, mesmo sendo de tecidos caros e finos. Não eram roupas pomposas. Eram simples e casuais, como se conhecesse o clima caloroso brasileiro como a palma da mão. Além de uma postura gentil e alegre.
Aninlaphat sorria um sorriso singelo. A postura indiscutível de uma dama que havia sido treinada para ser uma lady inglesa. Os modos de quem sabia se portar em público e até conviver com pessoas. Nada aparente com a informação de que ela era reclusa e quase não havia tido contato com mulheres.
Não, aquela mulher parada em frente à Pil era elegante, comunicativa, extrovertida, atraente e muito bela. Uma beleza que causou aquele sentimento de ser intrigante para Pil. O que a deixou totalmente quebrada.
- Não o fale. Eu gosto de falar em português.
- Então, falaremos em português, senhorita.
O que acontecerá agora que Aninlaphat e Pilanthita estão no mesmo ambiente? Aninlaphat sofrerá um golpe de Pilanthita? Pilanthita conseguirá conquistar a compra da casa pela inglesa?
Saiba sobre isso no próximo capítulo de Reputation TV. Não se esqueça de que cada capítulo é postado todas as quintas-feiras às dez da noite, aqui na Globoplay. Não perca e nos vemos lá.

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