Capítulo 6

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—————— Satoru Gojo ——————

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—————— Satoru Gojo ——————

    Trouxe o seu rosto para o meu peito, seu soluço irrompendo contra minha camisa desabotoada. Não a abracei forte, a cerquei, alisando os seus cabelos e os beijando enquanto a deixava chorar.

     — Minha princesa — escorri as mãos pelos seus fios castanhos. 

     — Eu não queria mentir — contou. — Mas não dá sequer para saber quem fez isso, seria mais fácil questionar quem não faria. E eu estou cansada, estou exausta. Aguentar isso nem é justo e eu não queria ter tanto medo. Queria ter a capacidade de me vingar, de ser maldosa sem peso na consciência, mas eu já sou tão... não conseguiria conviver comigo mesma se devolvesse com a moeda que eu quero. 

     — Você não fez nada de errado, ainda — cutuquei sua cintura tentando quebrar o clima, mas ela ainda soluçava. — Se o fizesse — resfoleguei pesado —, poderia se considerar totalmente certa, afinal, eu ainda estaria ao seu lado e mesmo que fosse uma mentira muito evidente, eu lhe daria a razão do mundo inteiro. Mas se devolvesse mesmo, depois de tudo, não poderia ser julgada de forma alguma. 

     — Você não entende — apertou o tecido da camisa em suas extremidades. — Eu odeio que me odeiem! Eles eram os meus amigos, mas não me deram a chance nem mesmo de explicar! Eu queria que as coisas fossem mais justas. Queria não receber tanta violência com algo que eu nem sequer quis! — gritou e só então eu a abracei.

     Absolutamente nada poderia lhe consolar. Nem as minhas piadas, nem a minha muito provável falha em palavras de consolo. Minha falta de sisudez, principalmente, poderia destruí-la. Então o meu silêncio foi o melhor para nós dois. 

     — Não fica em silêncio do nada, por favor — suplicou desesperada. 

     Pensei que de boca fechada, nesse momento, eu a faria um favor. 

     — Você não precisa de amigos assim. Nunca precisou.

     — Mas eu queria! Queria poder precisar, Satoru! 

     — Para quê?! — a soltei, segurando em seus ombros para afastá-la e ver o seu rosto. 

     — Para não me tremer inteira de medo por estar sozinha com ele! — berrou. — Para não ficar dependendo da sua existência ou presença para me sentir segura! Eu odeio ser um peso, odeio tudo! Quero ser como antes! — gritou realmente, a voz ecoando pelo apartamento como se fizesse um desejo à um gênio invisível, para seguir de um gemido resignado de angustia. — Quero ser como antes de tudo aquilo. 

      — Nós vamos fazer aulas de defesa pessoal, tudo bem? — perguntei baixo em seu ouvido, o rosto já estava completamente escondido em mim outra vez. 

     Um assentir em minhas mãos foi sua resposta. Ainda a segurando, beijei sua cabeça e respirei seu aroma, me prendendo a ele.

     — Você já tomou banho, não foi? — assentiu em silêncio. — Então vamos para sala. Comer besteira e assistir um filme — sugeri a erguendo pela cintura.

Pelos Seus Olhos - Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora