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estou ainda a dançar com joão no centro pista. a a música do nicky jam - x.
movo as ancas juntamente com ele.
quando sinto alguém a derramar vinho no meu vestido.
no meu vestido de casamento.
e esse alguém é margarida.
não percebo como é que ela chegou aqui, nem se quer foi convidada.

- desculpa, está demasiado movimentado aqui. - ela disse, poderia apostar que foi de propósito.
mas não estoua afim de arruinar o meu próprio casamento.

- não faz mal, aliás..vieste a tempo, estava a ficar com calor. - provoquei.
causar inveja não era demasiado.
sorri para joão que estava a sorrir para mim.
agarramos na mão uma do outro e fizemos com que margarida passasse no nosso "túnel".

- vou buscar a minha jaqueta. - beijou me a bochecha.

- eu espero aqui. - ao lado do maior trauma da minha vida, água, mar, oceano, piscina.
deu me um breve arrepio, e volto ao normal quando me atacam com uma pistola de água na minha perna.
tomás araújo. o gajo que joão espancou de tanto ciúme. têm o olho ainda enchado, uma boa sova joão.

- podes parar? assustaste-me. - cruzei os braços e ele levantou-se.

- desculpa, somos amigos certo? - deu-me um abraço forte.
rodando-me para perto da água.
atirou-me e partiu-se a rir.
eu, traumatizada, não reago, fico a afundar, sem qualquer reação.

joão neves pov'

não vejo biatriz a reagir, conto até 5 para dar tempo de ela reagir, de voltar para cima, mas não volta.
não penso duas vezes e atiro-me para a piscina, pronto para salvar o amor da minha vida.
está ela a afundar-se, agarro-a pelo colo e voltamos os dois para cima, ela tosse bastante, parece assustada, esta a tremer toda, não sei se é de frio se está mesmo aterrorizada.
todos olham para nós, com cara triste, tomás parece arrependido.
tenho o meu motorista pronto á porta do sítio onde acabaramos de casar.
sento-a ao meu lado, ela esta a tremer então dou-lhe a mão.
ela olha para mim com um olhar vazio, olho para ela também.
ela volta a olhar para o vidro.

- eu tinha mais ou menos a tua idade. nunca soube nadar. eu e o meu pai estavam a passar o verão juntos. tinhamos uma casa grande. com piscina. - chorei. - eu saltei. mas não sabia nadar. ideia estúpida a minha. então o meu pai saltou. para me ajudar. - chorei mais. - e de repente veio um barco. - olhei para joão, o mesmo ja tinha percebido o que tinha acontecido a seguir então abraçou me com imensa força. - é culpa minha. - chorei mais, sentindo um beijo na minha cabeça. - ele estaria vivo se eu não existisse. - disse eu ainda a chorar, toda borrada na maquilhagem.
ele limpa as minhas lágrimas.

- não digas isso. não é verdade. - beijou me a testa. adormeci no seu colo com ele a fazer me festas na cabeça. e acordamos ainda em seu carro. ele dormira como um bebê.

- vamos para espanha? - disse a olhar para o teto do carro de cara voltada para cima no colo do joão.

- porque não? - disse ele a bater duas vezes no banco do motorista.

- espera agora? não tenho nada. - disse a levantar-me rapidamente.

- vamos buscar tudo, calma mulher. - joão riu-se e eu voltei-me a deitar.

- mulher. - sorri, quando reparei que me tinha chamado o que agora realmente eramos.

ele sorriu tímido.

- o joão neves é o meu homem. - disse numa voz masculina fazendo joão rir á gargalhada.

subimos para minha casa, recolhi tudo o que tinha para recolher e joão fez o mesmo na sua casa.
pusemos tudo na mala do carro e descansamos mais um pouco. porque ainda era um bocadinho de viagem.

- eu disse que ias recuperar. - beijou-me a testa fazendo-me sorrir.

- sim, tu disseste. - sorri ainda mais.
o mesmo deu-me um beijinho e voltamos a dormir.
quando chegamos o motorista acordou-nos calmamente.
era realmente uma paisagem muito bonita.
desde pequenina que quero ir a espanha, mais concretamente aos meus 10 anos. e acabo de realizar este sonho aos 22.
sorriu com esta paisagem e tenho a música never be alone na minha cabeça, avisto a praia, ambos sabemos o que fazer.
corremos até á praia, descemos rapidamente as escadas, estendemos uma toalha na praia, hoje a nossa noite era lá, amanhã conheciamos a nossa casa.
joão tirou a sua guitarra, estendendo-me.

- queres que eu toque? - e o mesmo acenou com a cabeça.

o novo vizinho - joão neves ;Onde histórias criam vida. Descubra agora