o novo vizinho - joão neves ;

3.

— estás? - perguntou.

— estou, tenho de ir buscar o meu sobrinho. - levantei-me do chão e fui me vestir.

— posso ir contigo. - ele disse e depois eu respirei fundo.

— és tão insistente. - abri a porta.
— dá me 15 minutos. - voltei a fecha-la.

vesti-me rápido, pentei-me e fomos em direção ao meu carro.

— conduzes? - joão perguntou.

— hmhm. - entrei no meu carro.
ele entrou na outra porta.
fomos até á escola do tomás, o meu sobrinho.

ele já estava no portão e veio a correr para os meus braços.
peguei-o ao colo, e ele apontou para o joão.

— joão neves? - o meu sobrinho abriu a boca.

arqueei as sobrancelhas, vi o mesmo a corar.

— conheces? - perguntei ao tomás.

— é jogador do benfica, tia. - ele saiu do meu colo e foi dar um abraço ao joão, o mesmo pegou nele ao colo.

— um grande fã? - joão perguntou-me.

— parece que sim. - ri-me.

voltamos para o carro, antes de entrarmos na porta joão fez uma questão.

— querem ir comer um gelado? - ele perguntou e eu suspirei fundo.
olhei para joão com um olhar de morte.

— porfavor, podemos ir tia? - ele pediu muito ansioso.

suspirei fundo, super indecisa, não estou para me apaixonar denovo, tenho um passado destruidor, um trauma gigantesco, que só de lembrar, dava me um ataque de pânico.

— ta bem, podemos ir, mas tem de ser rápido. - voltei a fechar a porta do prédio.

— yes! - tomás disse entusiasmado.

neves e tomás foram á frente na caminhada até ao café.
não era muito longe mas tinhamos de subir uma rua horrorosa.
só havia bebados naquela rua, que me olhavam e pareciam se aproximar.

— amor, passa aqui pra frente. - joão disse um bocado alto puxando me e colocando a mão na minha cintura.

— obrigada. - susurrei e ele acenou com a cabeça, largando me.

— acho que formavam um bonito casal. - disse tomás a correr para a porta do café.

— tomás! - gritei e joão riu-se.

— é um miúdo, entra. - ele fez se de cavalheiro.

— que cavalheiro. - disse e o mesmo corou