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Shouto se permitiu, após muito tempo, respirar.

Ele havia saído da casa de Midoriya e estava dirigindo pela cidade, inquieto, com pensamentos florescendo como erva daninha. Seu coração estava disparado, embora ele parecesse alheio ao que lhe acontecia ao redor. Tudo o que lhe vinha em sua mente era Midoriya. Midoriya e seus pequenos shorts que revelavam suas coxas com sardas. Midoriya e seu cabelo cacheado que quando não controlado, a deixava com uma energia caótica; feroz e indomável. Uma Midoriya tão casual e ao mesmo tempo tão surreal.

Sua energia condescendente e ao mesmo tempo tão voraz se fazia notar em seu olhar. De todas as coisas que ele pensou quando viu Midoriya pela primeira vez, de uma teve certeza: ele se apaixonaria por ela. Era isso, a verdade nua e crua que lhe movimentava. E foi dito e feito: em menos de dois meses ele estava com Midoriya mandando em seus pensamentos com aquela sua voz pequena e sorriso fácil.

Quando eles se beijaram na noite passada, foi como assistir um meteoro cruzar o céu. Primeiro vinha a ansiedade, a antecipação, e então o brilho, a surpresa, e logo depois o sentimento de ter presenciado uma coisa rara, um sentimento tão único que era difícil de explicar. De se pôr em palavras. E o seu beijo com Midoriya trazia aquela sensação única de excitação e maravilha. Ele queria morar naquele beijo, naqueles lábios macios e naquela intimidade rápida.

Shouto queria beijá-la de novo.

E agora que todos esses eventos haviam passado, Todoroki Shouto só conseguia suspirar apaixonado.

Midoriya, Midoriya, Midoriya.

Ele a queria. Queria tanto que chegava a doer. Cada centímetro seu queria Midoriya, ou melhor, ele queria beijar cada centímetro daquela mulher, e por Deus, Shouto não era um religioso nato, que ia à Igrejas todos os domingos, mas ele deveria estar em pecado por desejar tanto uma mulher como Midoriya.

Mas será que era pecado ele desejar tanto uma mulher que se apaixonou à primeira vista? Ou melhor, era pecado ele desejar uma mulher que já era parcialmente sua?

Antes que pudesse chegar a uma conclusão reveladora, o telefone tocou e ele quase saltou para o banco traseiro. Era Sato.

— O que foi? — ele perguntou assim que atendeu a chamada.

Sato começou a falar sobre o trabalho de Direito Constitucional, cujo ele tinha ficado responsável por uma boa parte, e lentamente o objeto de seus pensamentos foi de Midoriya para as leis brasileiras e todos os artigos que ele conseguia evocar. Quando os dois homens chegaram no acordo de que deveriam discutir na faculdade, a chamada pôde enfim ser desligada, e Shouto pôde finalmente fazer a única coisa que lhe passou pela mente.

Shouto tweetou: eu não consigo parar de pensar nela, puta merda. eu me apaixonei primeiro e me apaixonei pra valer.

  Momo respondeu: Quem é a coitada?

Ele não respondeu e se apressou para ir à faculdade. Os beijos de Midoriya pareciam terem clareado sua memória, ter dissipado a névoa que cobriam os seus pensamentos. Será que uma mulher realmente conseguia ter aquele poder sobre um homem? Não, era claro que não, mas Midoriya não era apenas uma mulher. Ela era especial, diferente. Ela havia enlaçado o coração de Todoroki Shouto no primeiro minuto em que se viram.

Apesar dele ser um católico não praticante, acreditava em poucas coisas, e amor à primeira vista era uma dessas coisas que pareciam surreais, longínquas, não condizentes a realidade. Mas todas as suas certezas foram quebradas quando ele viu Midoriya naquele vestido azul que usava no trabalho. Ele perdeu seu chão quando aqueles olhos verdes lhe encararam e ele estremeceu. Todoroki Shouto foi traído por seu próprio coração.

the cute girl from my university; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora