Fênix

33

TERCEIRO ATO | CAPÍTULO 33

❝Cuidado❞

Depois de ter deixado aquela criança loira em um local confortável e seguro, Zylan decidiu voltar para o convés do navio, nem sempre conseguia ficar parado, pois o dever de um rei é sempre conhecer as preocupações de seus habitantes.

Ao chegar ao convés, o som de espadas chamou sua atenção. Erguendo o olhar, encontrou uma cena que o pegou de surpresa.

A tripulação do Peregrino da Alvorada assistiu com espanto à luta amistosa entre o Rei Caspian e Edmundo Pevensie, sem saber que estavam testemunhando um momento histórico em Nárnia. Zylan, com um pequeno sorriso nos lábios, assistia a cena com carinho, apreciando a camaradagem que surgia entre os dois valentes guerreiros. Para ele, foi gratificante ver que seu amante e seu amigo puderam compartilhar momentos de diversão e amizade, pois, afinal, não mantinham um bom relacionamento por admiração e ciúme.

Ele se aproximou deles assim que terminaram o show, pegando Caspian desprevenido, que tinha uma certa abordagem com a pessoa amada de seu amigo.

— Você é mais forte, meu amigo. — Caspian comentou, separando-se rapidamente de Edmundo ao notar o olhar de Zylan.

— Fiquei com ciúmes.

— Talvez um pouco.

— É isso, de volta ao trabalho! — Lorde Drinian ordenou.

Toda a tripulação obedeceu sem questionar. Naquele momento, Zylan simplesmente observou seu amante se aproximar de sua irmã, mas não antes de agradecer a um homem por lhe dar um copo d’água.

Ele se aproximou deles com um sorriso, observando as pupilas de Edmundo se dilatarem com a visão.

— Boa luta.

— Obrigado.

A fênix sorriu para ele. Ela se aproximou dele e gentilmente pegou sua mão, levantando-a e dando um beijo suave nos nós dos dedos.

— Sinto muito pelo que aconteceu antes, você sabe que odeio quando alguém tenta fazer uma pessoa ficar mal e nem sabe o que está acontecendo.

— Não se preocupe, eu deveria ter parado.

— Pessoal. — Lúcia chamou. O casal saiu da pequena bolha e olhou para ela — Vocês acham que se navegarmos até o fim do mundo, vamos simplesmente... cair?

— Não se preocupe, Lu, ainda há um longo caminho a percorrer. — Edmundo esclareceu divertido. Lúcia soltou uma pequena risada que foi acompanhada pela de Zylan.

Logo, os três reis viram Eustáquio as escadas até o pequeno portão aos seus pés. Zylan se perguntou se ele teria se perdido, já que a entrada do convés ficava literalmente na frente de sua cabine.

— Então vocês dois ainda estão falando bobagens? — Aquela criança questionou sobre a pergunta de Lúcia.

— Já te sentes melhor? — Sendo gentil, Lúcia ignorou o comportamento do primo.

— Sim! Não, graças a você, tenho sorte de ter uma pele de ferro.

— Caso você não saiba, Zylan te pegou antes de você cair. — Esclareceu a garota.

Edmundo bufou com isso, ele odiava o comportamento arrogante e nada respeitoso de seu primo chato.

— Quem é Zylan? — Perguntou Eustáquio — Com certeza é mais uma daquelas criaturas horríveis aqui.

— Tenha mais respeito com ele! — Edmundo levantou a voz.

— Calma, Edmundo. Ele não me conhece. — Zylan acariciou o cabelo de seu amante sabendo que isso o relaxava, rindo do comentário em sua mente sobre como Edmundo poderia ser bipolar demais.