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PRIMEIRO ATO | CAPÍTULO 14

❝Guerra❞



O exército se organizou como ele havia ditado. Agora eles estavam apenas esperando pelo exército da bruxa.

Zylan olhou para suas mãos, depois de falar com Edmundo ele estava praticando seu fogo enquanto esperava pelos outros e durante o caminho para os Vaus de Beruna.

O rosto de Aslam passou mil vezes por sua mente, olhando-o com tristeza. Desde que testemunhou, em parte, a sua morte, aquele toque de tristeza que outrora considerou como pai não deixou de aparecer. Ele estava triste, sim, mas lutaria para libertar Nárnia e vingar a morte de Aslam.

Ele olhou pelo canto do olho para um grifo se aproximando ao lado de Pedro. O loiro estava alguns passos atrás dele junto com Oreius, a fênix não desviou o olhar na direção de onde deveria estar o exército da bruxa.

— Eles estão vindo, Vossa Alteza. As tropas deles superam as nossas — comentou ele, nervoso.

— Números não vencem batalhas — Oreius falou, olhando para a criatura.

— Não, mas aposto que ajudam bastante... disse Pedro.

— Eles estão aqui... — Zylan sussurrou.

Um minotauro foi a primeira coisa que viu, ele gritou e ergueu o machado deixando os leopardos um tanto inquietos. Zylan respirou fundo ao ver a quantidade de criaturas que seguiam a bruxa, e então, seus olhos bronze observaram os ursos polares que puxavam o trenó da mulher. Era um trenó um tanto grande comparado ao que tinha visto antes.

Seus olhares colidiram, um com zombaria e outro com raiva. Se Zylan já estava furioso, ver a bruxa usar a crina de Aslam como enfeite fez com que a cor bronze abandonasse a íris de seus olhos para um tom completamente vermelho.

— Sim, são muitos... — sussurrou para si mesmo.

Pedro desembainhou sua espada e a dirigiu ao exército da bruxa, a trombeta soou e com ela os gritos dos narnianos em apoio aos seus reis.

Os aliados da bruxa começaram com o primeiro passo, a fênix se virou para ver Pedro e acenou com a cabeça.

— Agora.

Pedro baixou a espada dando um sinal para Edmundo. De repente, todos os grifos voaram em direção ao exército de Jadis, que ainda corria em direção a eles. O grifo atrás dele também voou na direção indicada.

Era muito perceptível que o exército da bruxa os superava em número, mas eles ainda assim resistiriam bem.

O exército narniano atacou, sendo devolvido pelo exército da bruxa. Sua mandíbula apertou ainda mais, observando alguns grifos caírem devido às flechas de seus oponentes.

— Você está comigo? — Ouviu Pedro dizer, presumindo que ele estava falando para Oreius.

— Até o fim — disse o centauro com sinceridade.

— E você?

Zylan, que já estava preparando suas espadas e em posição de voar, não olhou para ele. O rei não estava pronto para jurar algo que talvez acabasse com ele, ele não prometeria sobreviver ou estar ao lado de ninguém. Ele só pensava em Aslan, seu querido Aslan.

Pedro olhou para ele com uma careta, porém, pôde ouvir o pequeno murmúrio do rei.

— Apenas por Aslan..

Ele se contentou com isso, sabia que o homem mais velho não era bom em se expressar.

— Por Nárnia e por Aslan!

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