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Olá, meu nome é Abbie

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Olá, meu nome é Abbie. Sou a última humana de sangue imune dos Estados Unidos, e talvez do mundo todo. O que isso quer dizer? Que não posso ser mutada, ao contrário do que houve com inúmeras pessoas ao redor do planeta, e o que pode acontecer com todos. Escondo esse segredo a mando de meu pai desde criança, e nunca confiei em ninguém o suficiente para contar sobre isso, nem mesmo à minha melhor amiga Hazel.

Ah, Hazel, uma garota das Filipinas que se mudou para cá quando tinha sete anos de idade. Seus cabelos loiros quase brancos e olhos cristalinos com sua pele morena dão um contraste único. Isso quase é o que a mais torna especial, que fica pra trás somente de sua persona. Nos conhecemos quando crianças, e desde então nunca deixamos uma a outra, apesar das dificuldades.

E agora, esperando-a para a levar de carro para a entrevista de emprego dela, eu estacionava na frente de sua casa, apertando a campainha dela algumas repetidas vezes para ela já ter uma ideia de quem era.

— Vamos lá, a tartaruga é o entrevistador, não você.

Era uma manhã agitada, se acostumar com isso não era fácil, sinceramente não poderia estar mais ansiosa do que nunca, talvez o coração de Hazel estivesse recebendo adrenalina demais para aquele momento. Após anos se passarem, ao parecer depois de toda nossa evolução ainda estávamos aqui, vivendo uma monotonia da corriqueira vida de adulto e...

— Ah, santo Deus — o toque incansável da campainha era notável, e até de certa forma engraçado, pois entregava a autora da presença ali naquele momento.

Apressando os passos, ao abrir a porta, Hazel demonstrou um sorriso torto.

— Sabia que era você. Bom dia, né?

— Bom dia, minha querida. Tá pronta já, né? — Perguntou Abbie, abrindo o sorriso e indo direto ao ponto.

— Abbie, eu estou pronta há eras. Já troquei cinco looks indecisa... acabei com a saia tubinho — disse Hazel, já ajeitando tudo e prontinha, não esquecendo de absolutamente nada. — Não estou cafona, certo?

— Minha amiga, quando a gente chega em algum lugar, o povo já repara no cabelo, nem presta atenção na roupa — deu de ombros sinceramente — E você está uma gata, não se preocupe. — Sorriu de lado, olhando-a de cima a baixo, e logo nos olhos de novo. — Vai causar boas impressões sim.

— Tá, tá, vamos, senão eu acabo desistindo de ir assim! — Logo saindo às pressas, Hazel se certifica de se despedir da sua vó Gina primeiro. Após isso, já saiu andando para fora, um pouco agoniada, realmente com a cabeça bagunçada demais.

— Confie onde já chegou — disse Abbie, indo para o banco do motorista no carro, logo vendo Hazel entrar — Você é uma gênia prodígio, duvido que tenha outro candidato que se formou em Harvard na metade do tempo.

Era notório a confiança de Abbie perante Hazel, o que fez Hazel dar um profundo suspiro, colocando o cinto.

— Ai, Abbie, eu espero que esteja certa, porque essa candidatura à vaga está parecendo um campeonato maluco...

Com as mãos sobre as coxas, Hazel dava leves tapinhas, avaliando se a roupa estava ok, logo dando uma olhadinha breve no interior do carro.

— Estou surpresa como seu pai confiou você vir, quer dizer, você é impecável na direção, mas ele é bastante cuidadoso em relação a deixar você sair.

— Ele sabe que eu não vou fazer nenhuma loucura. Sou uma garota esperta por trás desse sorriso ingênuo — disse confiante enquanto colocava o cinto, logo ligando o carro — E ele sempre esteve ao meu lado enquanto dirigi, então confiou que eu viesse sozinha dessa vez.

— Ah, claro, incrível como você tem um sorriso ingênuo e mais conquistador desta cidade...

Hazel não conseguiu segurar essa. Felizmente, Abbie era uma garota que chamava atenção onde passava. Realmente, o rostinho adocicado demais não deixava entregar a fera escondida nessa mulher. Após isso, Hazel se sentiu mais relaxada perto de Abbie naquele momento tão importante.

— Quem escuta assim pensa que sou sedutora — revira os olhos enquanto fazia a baliza e saia a caminho da empresa onde Hazel iria trabalhar — Não nego que a ideia é tentadora.

— Abbie, meu bem, você precisa aprender a usar essa arma feminina em você... Eu sei que está aí, enterrada em algum lugar. Falo brincando, mas às vezes existe uma pitada de verdade, uhm?

Mesmo na conversa, Hazel examinava os documentos, organizando-os e verificando se estava tudo ali.

— Certo que você resolve tudo no combate, é invejável, mas combinando isso junto a... — retirava da bolsa o aparelho celular, mostrando a imagem — combinado com essa roupa de academia da Victoria's Secret, nossa, você ia arrasar demais.

— Hazel, não sou de dar esperanças para quem não quero nada. E além do mais, meu tipo de cara e meu tipo de personalidade não batem — deu de ombros — Bad boys gostam de serem melhores que as garotas ingênuas que pegam, e eu sou ambiciosa. O último que tentei um relacionamento não tinha visão nenhuma de avançar na vida — ajustou um pouco o retrovisor de dentro do carro ao mudar para uma via mais ampla — Vou ser a chefona primeiro e, depois que tiver o que quiser, arrumo quem eu quiser.

— Pessoas são complicadas, Abbie, mas não julgo suas decisões. De qualquer forma... Se o cara for um grande filho da puta e você quiser bater nele, me chama. Torturar homens é algo até fácil de se fazer.

No horizonte, era possível ver os grandes prédios e quilômetros de áreas protegidas por muros e segurança de última linha. Relaxando o corpo ao banco, Hazel retirou os óculos, soltando um suspiro profundo e um sorriso irônico.

— Que saco, eu realmente me preparei pra isso e estou nervosa.

— Normal — riu de leve — Lembre do principal, minha princesa: ombros para trás, olhos nos olhos e mãos uma segurando a outra quando puder. Ajuda a acalmar, quando quiser apertar algo.

— Você fala isso com uma destreza impecável. O problema é que vou encarar nos olhos o magnata cientista mais desejado pelos monopólios internacionais — colocou novamente os óculos, mantendo a postura tranquila — Mas obrigada, você sempre é a melhor.

— E você pode ser a melhor assistente que ele poderia ter em todo o país — deu de ombros — Você é genial, Hazel, principalmente em surpreender. Não me esqueço até hoje da manifestação que fomos com 12 anos.

— Velhos tempos, lembro como se fosse ontem... — desviou o olhar para Abbie, que dirigia — Acho que fazemos uma boa dupla, certo? Aquele dia foi incrível e tenho certeza, fizemos a melhor escolha possível.

— Ainda bem que já falou que tem certeza. Se tivesse na dúvida, ia te dar um tapa — brincou — Você é sensacional, minha flor. Se não for contratada, é essa empresa que vai estar perdendo.

Hazel se diverte com o bom humor de Abbie. Elas já podiam ver a parte da estrada que levava a uma das entradas principais.

— Eu tocaria fogo em tudo se não me contratassem — infelizmente, soltou uma pequena risada discreta.

— É assim que se fala, geniazinha — disse Abbie, com os olhos focados no trânsito — Tá mais calma?

— Acho que sim, um pouco melhor, eu diria — confirmou Hazel, enquanto observava a movimentação em silêncio, pensativa.

— Então, tudo certo — Abbie acabou acalmando um pouco no processo também — E, a propósito, além do magnata cientista, mais algo que te interessou nessa vaga?

G.E.N.EOnde histórias criam vida. Descubra agora