Ela decidiu ir até o metrô, sabendo que chegaria mais rápido em seu bairro.
Chegando em casa, tomou um banho e trocou de roupa. Disse ao pai que visitaria uma amiga, e ele permitiu que ela usasse o carro, provavelmente para garantir que voltasse naquela noite, já que ele precisaria do veículo no dia seguinte.
Ao chegar ao apartamento de Hazel, apertou o interfone para chamá-la.
Quem atendeu o interfone foi Gina, que estava ciente de que Abbie viria. Ela abriu a porta para a garota.
— Abbie, minha filha, chegou cedo. — Sorriu. — Pode entrar.
Abbie sorriu de volta.
— Tudo bem, senhora Gina? — Cumprimentou, tirando os sapatos na entrada.
— Ah, sim, sim, só uma dor de cabeça, mas acredito que seja por causa do tempo. Meu médico passou umas medicações novas, sabe como é, a idade chega, haha.
Ela explicou com ânimo e uma risada simpática, fechando a porta atrás de Abbie.
— Hazel disse que você está trabalhando em um novo emprego. Fico muito feliz por você, menina. — Acrescentou. — Falando nisso, Hazel está presa no quarto, pode ir lá.
Abbie assentiu.
— Vou falar com ela. Depois posso contar mais do trabalho pra senhora. — Sorriu terna para a senhorinha.
Ela conheceu Hazel e, consequentemente, Gina, bem depois de perder a mãe. A senhora era uma presença materna para ela também.
Apesar de gostar muito dela, o assunto com Hazel era urgente. Então, foi direto ao quarto da amiga.
Gina acenou, voltando à sua rotina, coisas simples e calmas, já que, por causa da idade, não podia fazer muita coisa.
No quarto, Hazel estava concentrada. O ambiente, que antes tinha um ar mais "feminino", agora era dominado por livros, painéis e um notebook aberto. Ela parecia novamente uma aluna, estudando.
Quando percebeu a presença de Abbie, sorriu.
— Ah, Abbie? Desculpa por não atender, não ouvi tocar. — Explicou, afastando-se da mesa.
Abbie deu de ombros.
— Tudo bem. Então... — Fechou a porta atrás de si. — Quanto vai precisar?
Hazel levantou uma sobrancelha, confusa.
— Quanto?
— Quanto mais do meu sangue será necessário? — Perguntou, sentando-se ao lado dela. — Não ligo de doar o que não fará falta à minha saúde. Mas quero saber quanto mais será preciso.
Hazel percebeu como Abbie estava preocupada. Ela olhou para as paredes, cheias de anotações.
— O problema não é a quantidade, Abbie. Infelizmente, só você não será suficiente. Se levarmos isso em consideração, precisaríamos de litros e litros, até a última gota do seu sangue. — Ela cruzou os braços, pensativa, e levantou-se para ir até o quadro. — O padrão é conseguir 450 ml... 3,375 bilhões de glóbulos brancos, aproximadamente... — Escreveu agitada. — Conseguimos dividir 1.000.000 por dose... Daria uma boa quantidade de doses, mas é preciso considerar pausas de três meses entre as doações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
G.E.N.E
FanfictionApós anos se passarem, uma crescente onda de contaminação por uma substância que veio do espaço tem transformado a humanidade e animais em antropomorfos, gerando uma nova classe social. Quatro irmãos encontram uma oportunidade de crescer e serem ace...