Capítulo 01

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Os raios de sol que entram pelas frestas da janela do meu quarto, me fazem despertar.

  - Mais um dia... - Falo comigo mesma, enquanto expiro o ar dos pulmões.
Minha rotina era a mesma, todo santo dia. Apesar de ser calma e gostar da paz que a minha residência me proporciona, admito que essa monotonia toda está me dando nos nervos.

  - Bom dia senhora, conseguiu ter uma boa noite de sono? - Diz Simone, minha empregada, entrando em meu quarto e abrindo as cortinas, revelando os poucos raios do sol de Londres.

  - Bom dia, Simone, dormi bem. - Eu sabia que não era verdade, ontem quando cheguei com meu esposo de viagem, mal pisamos os pés em Londres e ele já foi visitar uma de suas amantes.

  - Seu banho já está pronto, senhora. - Simone, sai do banheiro, secando as mãos no avental.

  - Konrad já chegou? - Pergunto, me levantando e indo para meu relaxante banho.

 - Ainda não, senhora, precisa de mais alguma coisa?

 - Não, Simone, daqui a pouco desço para tomar meu café.

 - Sim, senhora. - Diz ela, por fim saindo do meu quarto.


   Entro dentro da banheira e tento relaxar as tensões do meu corpo desses últimos dias. Queria mudar minha vida, fazer novas escolhas, e aqui estou eu, Penélope Debling, esposa do renomado empresário Konrad Debling, dentro dessa enorme banheira, querendo chorar novamente. Cinco anos, exatamente cinco anos, que me sinto aprisionada em um casamento infeliz, com um homem frívolo e ganancioso, que a última vez que me tocou, foi nos primeiros 3 meses após nosso casamento. Depois disso, as coisas começaram a ir por água a baixo, principalmente quando ele começou a fazer pequenas visitas a prostíbulos, e depois firmou com suas três amantes particulares, Amélia, Alessia e Mia, não queira saber como eu sei disso, é desagradável até para mim mesma lembrar.

   Saio do banho e vou ao closet, encolhendo um vestido leve e soltinho ao corpo, seco os cabelos e desço para tomar meu café. Ao chegar no último degrau da escada, vejo Konrad entrar, ele joga a chave sobre o móvel que tem ao lado da porta e bufa, enquanto caminha em minha direção.

  - Estou exausto! - Diz ao se aproximar.

'E como não estar cansado, se passou a noite toda transando com uma de suas amantes?!', penso, mas nada digo. O olho, dando uma leve revirada de olhos e seguimos ambos para a sala de jantar.

   - Como foi a reunião? - O questiono, enquanto tomo meu café.

  - Cansativa, como sempre... - Meias palavras jogadas ao vento, Konrad, não se dá mais nem ao trabalho de elaborar uma desculpa confiável.
No início confesso que sofri muito ao imagina-lo em braços alheios, se satisfazendo em corpos de mulheres que não eram o meu. Mas após tantos anos de casada, já me acostumei com suas puladas de cerca e até agradeço um pouco a isso, pois nenhuma das vezes que fizemos sexo, senti prazer. Konrad é o tipo de homem que pensa apenas em si mesmo.
 
  Ele toma seu último gole de café e levanta-se da mesa.

- Vou dormir um pouco, não quero ser incomodado por ninguém. - Diz, ao virar-se e seguir a passos largos, até sumir do meu campo de visão.

Mais uma coisa que não dividimos além do sexo, é o quarto, dormimos separados desde o nosso primeiro ano de casados, por exigência dele. Não que nesse um ano tenhamos dormido como casal, muito pelo contrário, quando ele dormia em casa, fazia questão de ir para o quarto de hóspedes. Quando cansou, mudou-se definitivamente para outro quarto.

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