“Quantos anos são necessários para mudar uma vida por completo? Eu te respondo, bastam apenas alguns minutos!”
(...)
Olho para o espelho, buscando por algum defeito na vestimenta que possa me fazer sentir vergonha após sair de casa. Apesar de estar em forma, — Não como uma modelo com anorexia. — Com minhas curvas sinuosas, seios fartos e coxas robustas, ainda me sinto fora dos padrões, talvez seja o complexo do trauma de ser tão destratada por minha mãe ou por Konrad nesses últimos anos. Falavam tanto do meu corpo e do caimento das roupas que eu usava, que hoje em dia me auto examino antes de sair de casa.
— Com licença, a Senhorita Verônica está à sua espera. — Diz Simone, adentrando o quarto.
— Obrigada por avisar, já irei descer. — Dou os últimos retoques na sombra dos meus olhos, colocando um pequeno ponto de luz no cantinho interior dos mesmos.
Pego o meu batom favorito na penteadeira, passando com suavidade nos lábios para dar apenas um “ar de saúde”, me olho pela última vez no espelho, antes de pegar a bolsa sobre a cama e ir de encontro à saída da casa.
— Está atrasada, madame! — Verônica me fuzila com o olhar. Ela odeia atrasos, ainda mais se estiver esperando no carro.
— Bom te ver também, amiga! Quanto tempo, hein? — Falo ao entrar, me debruçado para abraça- la, ignorando sua irritabilidade.
— Só vou te perdoar porque estava morrendo de saudades! — Ela me aperta forte, me dando um beijinho na bochecha. — Você está linda!— Complementa.
— Olha quem fala! — Verônica é uma bela mulher, morena, de cabelos um pouco abaixo dos ombros, corpo esguio, típico de uma mulher padrão e alto desejável.
— Estamos duas gostosas, prontas para aproveitarmos à noite! E aí, vamos? — Confirmo rapidamente com a cabeça e logo saímos de partida.
Leadbury Restorant, Nottingh Hill, Londres.
— Mais alguma coisa? — Fala o garçom, ao terminar de anotar nossos pedidos.
— Não, obrigada. — Falo ao lhe entregar o cardápio e olhar para Verônica, que sorri de canto para o Garçom. — Você está ficando maluca? — A questiono assim que ele sai de nosso campo de visão.
— Ah, nem vem, Penelope. Não me diga que você também não achou ele um pedaço de mal caminho? — A olho incrédula.
— A questão não é essa. Vê, você ainda está namorando? — A indago.
— Sim, mas não sou cega, nem santa. — Ela sorri sarcasticamente.
Verônica é o completo oposto de mim, extrovertida, diz tudo que lhe vem à mente, não está nem aí para o que as pessoas irão pensar sobre suas atitudes. Ela é uma alma livre, sinto um pouco de inveja dela por ser assim.
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Harmony of secrets
RomanceO que se pode esperar de uma mãe controladora e de um casamento fracassado? Nada. Há cinco anos, eu, Penélope Debling, vivo uma vida pacata com pessoas extremamente controladoras que mandam um foda-se a tudo que eu penso. Até que, em uma noite, reso...