25 - Libertos

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SARA ANDERSAN 🔮

A primeira nave a cair rodopia pelo céu enquanto assisto. Ao meu lado a maior ditadora existente ri, eu a encaro, seu rosto se contrai em um sorriso macabro, a voz doce, mas afiada cria uma risada horripilante, que perdura por muito tempo.

Tudo foi parte do plano dela, ela sabia que faríamos tudo isso, que invadiríamos Moscou, que derrubariamos o ISR. E ela planejou sua volta por cima, mesmo presa sabe de sua vitória e sabe que nos fez tropeçar e agora, já nos faz cair.

O céu está marcado, a presença de naves é contrastada pela fumaça e pó. Moscou hoje é marcado pela morte e destruição, carimbado pela risada cruel de Rita, que não para. Um segundo míssil aparece no céu, silencioso e praticamente invisível, colide em uma segunda nave, que explode.

A segunda nave a cair passa por cima de mim, ela atinge a multidão na avenida atrás de nós e explode totalmente. As vítimas são inúmeras, o fogo se espalha causando mais destruição onde já está pintado de sangue. Encaro Bia, a sua vitoriosa expressão se foi, está aterrorizada, seu plano foi desmanchado, estamos sendo atacados e provavelmente logo estaremos mortos.

- O que faremos?! - Grito para Bia por cima das explosões e gritos.

Ela olha para mim, perdida, seu queixo treme levemente e então lágrimas percorrem seu rosto lentamente.

- Não sei.

Absorvo aquelas palavras e olho para cima, para a próxima nave que cai, Bia grita quando a nave explode na rua ao nosso lado. Seguro a mão dela como forma de proteção, se viro para ela e grito feroz:

- Beatriz! Olhe para mim! - Aperto a mão dela enquanto ela se encolhe, seu olhar vem até mim. - Se recomponha e pense! O que podemos fazer? Estamos com Rita ajoelhada ao nosso lado, a batalha ainda não está perdida. Pense. PENSE!

Bia de olhos arregalados e boca aberta começa a se recompor, como uma flor, ela começa a desabrochar, o peito sobe e desce, o terror ainda está presente, mas ela começa a persistir e sua mente começa a lutar. Começo a vê-la como uma guerreira, sua cara suja de asfalto parece mais feroz, seu sangue é um símbolo, eu estou ao lado do futuro, estou ao lado da paz mundial.

- Vamos sair daqui. - Bia lambe seu lábio. - Vamos tirar Rita e levar ela como prisioneira, precisamos tentar chegar ao norte de Moscou com ela, podemos deixá-la presa e reunir o máximo de pessoas, lá pensamos no resto.

Assinto e já começo a trabalhar na soltura de Rita, invoco minha magia e começo a enfraquecer as amarras das raízes, que morrem lentamente, libertando a presidente. Assim que liberta, Rita geme feroz, tentando se levantar e fugir, mas é impedida por Bia, que a segura por trás, lhe dando um chute nos joelhos e prendendo as mãos da ditadora atrás do próprio corpo.

- Sara, ajuda aqui, com sua magia, sabe. - Pede Bia.

Assinto e com um mover de dedos prendo as mãos de nossa prisioneira com magia, a mercê de nós Rita continua a sorrir, isso me assusta.

Levanto meus olhos no momento em que a terceira nave cai, a explosão é intensa e atinge um prédio pequeno longe daqui, mas ainda assim, consigo ouvir os gritos desesperados de nossos inimigos e amigos. Na rua em que a segunda nave caiu, testemunho um caos total, pessoas correm de um lado para o outro e ignoram a batalha que havia se formado momentos antes, individualistas, cada um batalha por sua vida e até mesmo esquecem suas diferenças. Nas crises, todos somos carnes.

Encaro Bia que começa a chutar as pernas de Rita para que a ditadora se mova, acompanho o ritmo e empurro as costas dela. Lentamente começamos a nos mover em direção ao caos, para nossa última saída, a esperança de que essa invasão não seja um erro.

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