5.Os Mugwaras

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Eustass estava na cidade há oito horas, tempo mais do que o suficiente para querer matar metade das pessoas dali. Clima festivo demais, pessoas felizes demais e claro mulheres que não estavam nem aí para ele.

-- Porra, tomara que aquela anão de jardim tenha conseguido as minhas pílulas. -- Ele bebeu mais um pouco, encarando uma das dançarinas do bordel caro onde estava.

-- Ela sempre trabalhou para você, acho que não vai falhar agora só porque está com o Law. -- Killer afirmou e estava com a razão, na verdade, não existia relacionamento entre Law e Davina, apenas uma ligação bruta e, por mais que ela quisesse, ele recusava.

-- Tanto faz, agora eu vou aproveitar um pouco enquanto esses idiotas não chegam. -- Kid se levantou e Killer revirou os olhos.

-- Toma um banho depois, se não Davina não vai deixar que toque nela.

Kid revirou os olhos, saindo junto a uma mulher qualquer daquele lugar e, enquanto isso, a ômega escrevia uma carta para ele.

-- Se o mestre Kid vier, dê isso a ele, Eustass Kid, capitão. -- Deixou a carta com o carteiro da recepção e seguiu para fora do hotel. Davina não precisou andar muito para estar de volta ao centro animado, se sentou em uma mesa vazia e pediu um copo de suco de limão e passou a assistir à dança de rua. Estava empolgada com aquela versão do local.

-- Não sei por que Eustass não gostava dessa cidade a noite, ela é incrível! -- Davina passou a observar os locais e principalmente as danças, viu uma moça de cabelos ruivos que se destacava dos demais, assim como um homem com o nariz protuberante e o outro que possuía corações no lugar dos olhos gritando o quanto a ruiva é maravilhosa. Havia outro de aparência mais nova comendo, ele parecia tão concentrado, enfiando tudo o que podia na boca que estava chamando muita atenção pela forma como comia e para completar aquilo era um campeonato. Ao lado de Davina, numa mesa próxima, havia um homem de cabelos verdes intensos que apenas bebia em silêncio.

A festa estava boa, mas como nem tudo pode ser tranquilo, um homem alto de aparência rude se aproximou da mesa da garota. De primeira ela não viu e ficou ali vidrada nas pessoas se divertindo, mas quando sentiu a presença, detestou.

-- Você é claramente uma turista por aqui. -- Ele afirmou e ela continuou o ignorando, apreciando ao redor e os olhos do homem seguiram pelo mesmo local. -- Se gosta tanto, por que não dança comigo? -- estendeu a mão.

-- Está falando comigo? -- Ele assentiu. -- Nesse caso, agradeço, mas não quero.

O homem a encarou confuso.

-- Por acaso, sabe quem eu sou? Flint George, responsável pelo gabinete real desse porto, um militar condecorado, não é qualquer uma que recebe esse pedido de dança! -- Ele voltou a estender a mão e ela sorriu negando.

-- Prazer em te conhecer, mas eu não quero dançar. -- Davina já estava ficando irritada com a insistência e com medo também, não queria ser tocada e tinha receio que o ocorrido na floresta pudesse acontecer novamente e só de pensar nisso o coração disparava.

-- Eu insisto... -- O homem estava bem perto e, com isso, ela se espantou, principalmente quando, em um movimento rápido, a cabeça dele foi batida na mesa seis vezes ao ponto do nariz quebrar, o sangue escorrer e ele desmaiar.

Davina olhou para o lado no exato momento em que a mão do homem de fios verdes retornava para a garrafa e, mesmo assustada, não emitiu um som.

-- Esses idiotas. Finalmente, um pouco de silêncio. -- O homem falou e ela balançou a cabeça ainda absorvendo o ocorrido para só depois se manifestar.

-- Obrigada. -- Agradeceu se aproximando.

-- Que seja. -- O homem ergueu a sobrancelha antes de voltar para a bebida e ela sorriu, não queria incomodar mais, então se levantou na intenção de ir embora, mas não foi muito longe, pois, nos minutos seguintes, encarava Kid parado na entrada do local. Davina se despediu com um muito obrigada e deixou o dinheiro da bebida de ambos na mesa. Mesmo que o homem não quisesse, ela insistiu em pagar e depois foi até o seu objetivo.

Instinto | LAWOnde histórias criam vida. Descubra agora