8.Marcada

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A noite foi um pouco complicada para Law. Ele sentia seu alfa interior pulsar, exigindo que a marcasse de vez. O moreno respirava fundo, vendo a garota dormir de maneira tão angelical e, no fundo, não sentia a menor vontade de marcá-la. O que movia os interesses de Law era o mais puro e simples desejo; esse era seu objetivo, mesmo que estivesse apreciando cada dia na companhia dela, cada ardor e toque cálido da ômega. Law não queria se entregar, preferia a morte a sucumbir a essa vontade lasciva de pertencer a ela tanto quanto a desejava, e desta vez em todos os termos não sexuais possíveis. Davina ainda era uma Donquixote, e ele torcia para que, após o cio dela, isso acabasse de vez. Afinal de contas, hoje era o último dia.

[...]

Já passava do meio-dia quando Davina se arrumava para partir. Law havia pedido que não demorasse, pois precisavam estar no porto em até uma hora e meia, visto que piratas conhecidos ficam facilmente expostos quando passam muito tempo na mesma cidade e ele havia atrasado um dia da partida para que ela pudesse explorar a ilha confortavelmente, na cabeça dele era o mínimo que poderia fazer, mesmo que Ikkaku insistisse em dizer que o capitão estava aceitando sua parceira, quando avistaram mais alguns militares no lado Oeste do mercado ele revirou os olhos, talvez por isso Kid preferisse a mansão; ninguém com bom senso se atrevia a pisar naquele local.

Davina juntou suas coisas antes de seguir para a porta e, ao abrir, deu de cara com Law, que a encarou momentaneamente.

— Já estou pronta. — Sorriu de forma doce, e ele desviou o olhar. O cheiro dela estava bom e forte, mas ele não diria nada a respeito disso, pelo menos não agora. Automaticamente, pegou a bolsa da mão dela e ambos desceram as escadas. O quarto já estava pago, e agora o bando caminhava pelas ruas tranquilamente.

Law carregava as coisas em silêncio, resmungando levemente, enquanto Davina parava vez ou outra para escolher algumas frutas e plantas para preparar as pílulas. Ela queria algo forte, já que estava começando a sentir os efeitos do último e mais perigoso dos dias de seu cio.

Bepo não sabia se ria ou tirava uma fotografia com aquele aparelho esquisito que ambos compraram em um porto qualquer. Era engraçado ver o capitão mais irritado que de costume conforme carregava um monte de coisas e Davina fazia o mesmo, e para completar ainda tomava um sorvete.

— Eu falei que tínhamos de ser rápidos! — Reclamou com a ômega, que apenas ofereceu o sorvete de baunilha.

— E fomos. Tirando a parada para se refrescar, tudo que comprei será utilizado por nós, Law, espere e verá. — Ela estava confiante, e isso era bom. Ao adentrarem o submarino, Bepo os cumprimentou e ambos seguiram para seus respectivos quartos.

[...]

Davina encarava o oceano pela escotilha, sorrindo. A visão não deixava de ser bela, e saber que os trabalhos corriam bem a enchia de orgulho. Os remédios não estavam mais funcionando, e ainda assim, ela preferiu ficar quietinha e se recolher após realizar todas as tarefas pendentes no submarino. Não queria atrapalhar e muito menos ser um problema ou um peso a ser administrado por aquele que tinha muito a fazer.

Trafalgar estava ocupado na sala principal, traçando a próxima rota, quando a porta foi aberta por Ikkaku.

— Temos o suficiente para passar os próximos seis meses no mar — informou antes de se afastar. Por algum motivo, sentiu que deveria avisar. Afinal, viu quando Davina preferiu estar no quarto e, no fundo, sabia exatamente pelo que a garota estava passando. Desde que se tornou a tripulante não oficial do navio, Law a tratava cordialmente. No entanto, era notável a expectativa dela em ter contato com o alfa. — Olha, eu não devia me meter, mas a garota está com problemas.

Instinto | LAWOnde histórias criam vida. Descubra agora