11.A falta de polidez

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 — Law... — Ela estava quase certa de que a resposta não a agradaria, mas precisava saber da boca dele.

— Faça as contas ômega, não têm espaço para mais do que um casal ou uma família de duas pessoas nessa casa. — A voz dele ecoou sonoramente e ela sentiu o corpo arrepiar principalmente quando o capitão pareceu ir em sua direção.

— Por acaso está com medo de mim? — O questionamento a fez tremer.

— Não. Eu não estou com medo. Só que parece que eu sou sua presa. — Não conseguiu conter o próprio pensamento e antes que pudesse agir, sentiu as mãos dele na cintura, a puxando e colidindo os corpos. O olhar analítico que beirava a perfeição.

— Talvez você seja... — E sem esperar mais a beijou, tão intenso e luxurioso que Davina apenas correspondeu, quando o ar lhes faltou ela respirou pesado se afastando e passando a mão nos cabelos os jogando para trás.

— Eu, eu estarei lá fora. — A ideia era passar por ele e deixar qualquer sensação de amortecimento e alguns conflitos internos de lado, porém, Law não a deixaria ir.

Sentia que precisavam conversar só não sabia como iniciar a conversa então simplesmente a puxou para cima elevando o corpo e trancou a porta da casa ainda com ela no colo, caminhou até o centro da sala deixando-a no sofá e ficando de pé.

— Então agora sou sua prisioneira? — Davina estava com raiva, frustrada e até mesmo irritada com tudo ao redor e ele, na condição de alfa deveria ponderar cada ação para não afastá-la ainda mais. Ele então respirou fundo colocando a cabeça no lugar.

— Está livre não está? Então pare de reclamar.

Ela desviou o olhar cruzando os braços.

"As vezes eu sinto que você me odeia. Não é possível! Eu nunca te fiz nada e em todo esse tempo que estivemos juntos você só me tratou bem na sua cama!" — Era isso que a mente gritava para que dissesse, mas não conseguia, então apenas o encarou severamente:

— Você gosta de me ter com você, mas não consegue me respeitar. — As palavras saíram sem que percebesse e por um momento pensou que teria sido melhor se tivesse falado a primeira versão.
Os músculos de Law chegavam a estar rígidos conforme apoiou os cotovelos nas pernas e enlaçou os próprios dedos.

— Então é isso que você pensa de mim? Que eu não te respeito? — Ele sorriu de escárnio. — Qual foi o dia em que te obriguei a alguma coisa garota? — O olhar estava tão severo que ela emudeceu.

— Pelo visto não se lembra e ainda me fala uma merda dessas.

Davina respirou fundo ambos pareciam exaltados mas ela não estava afim de ficar calada.

— Você parece me odiar, me trata da forma que quer e ainda assim acha que isso é sinônimo de respeito só porque não me obriga a fazer as coisas? — O sorriso triste se formou nos lábios dela enquanto se concentrava no olhar sisudo dele — Você parece estar todo quebrado e tem descontado isso em mim apenas pelo nome da minha família.

A respiração de Law chegava a sair quente.

— É por que a sua família foi o meu problema! A única coisa boa daquele lugar também foi arrastado para o inferno graças ao seu pai então sinto muito se não consigo te tratar da forma como deseja princesa. — Ela revirou os olhos pela forma irônica que a conversa se seguia, se levantou e ele fez o mesmo.

— Eu não sou o meu pai Law, eu não sei sobre as desavenças que tiveram, mas não vou mais permitir que me trate desse jeito! — Davina seguiu para o quarto, queria sair pela porta mas estava trancada então abriu a janela do chalé e passou por ela.

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