Pétalas De Lótus || AU/ Universo Alternativo.

CHAPTER 005: Pétalas de Lótus.

"A vida é feita de escolhas. Eu escolhi sorrir, apesar das cicatrizes.. ."
── Douma.

A/NARRAÇÃO ON:
CAPÍTULO 05: Pulmões cheios de veneno.

(Veja notas no final do capítulo!)

Ele nunca esteve tão agradecido pelo padre estar pessoalmente cuidando das cerimônias daquele dia. A culpa borbulhava e escorria por cada fenda de seus músculos, decepcionado com seu próprio conforto por não ter que enfrentar seus seguidores quando estava em tão mau estado. Ele só precisava de tempo para se recompor, então tudo ficaria bem.

Apenas uma pausa para se preparar para a culpa esmagadora de abusar continuamente de seu poder contra tantas pessoas.

O perfume de lótus agarrou-se à sua pele, inundando seu nariz com a fragrância agradável de seu sabonete favorito. Tendo passado horas no banho tentando lavar a nojeira grudada em sua pele, invisível, mas ele jurou que estava lá. Sua pele pálida ficou vermelha e macia ao toque, a toalha macia na qual ele se escondeu fez maravilhas em sua pele agredida. Ele ficou sentado por muito tempo sem fazer nada, além de olhar para a parede.

Foi surpreendentemente difícil voltar a si, quase sentindo como se não estivesse ali. Foi confuso e o deixou com um puxão desconfortável no fundo da mente, como se seu cérebro soubesse o que estava errado, mas não quisesse divulgar as respostas. Se ele não conseguisse descobrir sozinho, não fazia sentido perguntar.

O movimento rítmico de enrolar um pano fino em volta do pulso tinha sido difícil, como se algo estivesse lutando contra ele, tentando lhe dizer que algo estava errado.

Ele não entendeu, então ignorou.

Simplesmente completando a tarefa de esconder suas marcas de alma, os nomes queimaram sua pele, mas ele não conseguiu diferenciar entre isso e esfregar sua pele em carne viva. Não é como se isso realmente importasse no final do dia, ele nunca conheceria suas almas gêmeas e se o fizesse...

Douma balançou a cabeça, quase certo de que nunca os encontraria. Qual era a probabilidade de encontrarem um culto escondido em uma floresta cercada por montanhas? Então, novamente, todas essas pessoas encontraram este lugar, então o que seriam mais três?

Aplicar a pomada nas entranhas doloridas foi a coisa mais difícil que ele teve que fazer. O ângulo era sempre difícil, e ele odiava a sensação dos seus próprios dedos dentro dele. Foi o melhor, mas ele desejou que houvesse outra maneira, lutando contra as hesitações para não empurrar os dedos e piorar as coisas.

Ele já havia feito isso uma vez, por isso sabia que deveria ser extremamente cuidadoso. A primeira e última vez que ele não foi capaz de evitar um estremecimento foi uma agonia. Caindo de joelhos quando uma mão bateu em sua boca, abafando o grito de dor enquanto novas lágrimas queimavam sua pele.

Ele tinha doze anos na época, era bom pensar que ele havia melhorado em silenciar suas reações. Embora sempre houvesse ocasiões em que ele não conseguia se conter.

Como seu reflexo.

Ele nunca quis tanto quebrar um espelho em sua vida, como se quebrá-lo pudesse melhorar o que ele estava vendo.

Douma nunca havia se desprezado antes, nunca como naquele momento, o vazio em seus olhos era assustador. Ela se espalhou como uma névoa opressiva, sangrando pelo resto de sua expressão, fazendo-o parecer sem emoção. Ele parecia nojento.

Tão vazio. Tão desagradável de se olhar.

Ele sorriu, intimamente consciente de como seus lábios tremiam violentamente nas laterais, tentando desesperadamente se manter erguido. Que revoltante, seu sorriso não alcançava seus olhos, não importava quanto tempo ele ficasse ali, reunindo toda a força de vontade que lhe restava para fazer seus olhos e seu sorriso se encaixarem.