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Eu sei de que maneira pródiga a alma empresta / Juramentos à língua quando o sangue arde

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Eu sei de que maneira pródiga a alma empresta / Juramentos à língua quando o sangue arde. - William Shakespeare

- Então Cecília? É essa sua reação? - Nós ficamos alguns bons segundos em silêncio total

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- Então Cecília? É essa sua reação? - Nós ficamos alguns bons segundos em silêncio total.
- O que mais eu poderia fazer?- Murmuro o olhando levemente receosa.
- O que mais?- Ele repete com uma gargalhada que ressoa em minha alma, passando sua mão pelos cabelos Tom me olha. - Você vai ser morta por mim e a única reação que tem é me olhar em silêncio?- Ele parecia quase frustrado, e eu não estava entendo nada, acredito que não seja pelo meu nível de inteligência, afinal eu sou bem culta, mas me arisco a dizer que talvez ele não odeie só o fato de que sou uma trouxa, mas também meu jeito de ser, veja bem, eu não sou uma pessoa que iria gritar, ou fazer qualquer cena patética quando sei do meu destino, em especial a morte, eu nunca tive medo dela, e morrer pelas mãos dele, não é de todo mal.
- Sim...- Respondo e vejo ele me olhar incrédulo. - Senhor Riddle se me permite dizer, mas o senhor entrou em minha casa e me viu nua em uma banheira, eu nem ao menos gritei quando isso aconteceu...- Suspiro deixando a toalha que eu segurava em mãos de lado, vejo um pouco de sangue se formar novamente na minha mão, porém isso fica para mais tarde. - E sendo honesta com o senhor, morrer pelas suas mãos não é ruim de forma alguma, na verdade é algo quase prazeroso...- Ele me olha em completo silêncio, eu não sou nenhuma adivinha mas acredito que eu tenha o deixado levemente surpreso ou desconcertado.
- Senhorita Cecília você é louca, não existe outra explicação...- Tom diz se aproximando e me olhando bem nos olhos.
- Por você...- Murmuro e por um momento o olhar dele vacila, talvez ele não tivesse uma resposta, ou só não quisesse falar nada, depois de um breve silêncio ele ri desviando o olhar do meu.
- Por qual razão? Você nem mesmo me conhece, apenas me viu.- Seu olhar se deita sobre o meu novamente, é como se todas as palavras ditas não valessem de nada, e apenas nossos olhares são o centro de tudo.
- Pela mesma razão que o senhor veio me encontrar... - Ele abre a boca para dizer algo mas por algum motivo não diz. - Pelo motivo de eu ir a igreja ouvir o que o padre prega, mas ficar alheia a tudo, apenas pensando em você...- Seus olhos vagam por meu rosto.
- Isso é loucura completa...- Dessa vez é ele que murmura, sua voz baixa e rouca, bem perto de mim.
- Sim, os meus dias tem sido a definição de loucura... é como se você tivesse tomado a minha vida em suas mãos sem nem mesmo me matar.- Minha voz agora é quase um sussuro.
- Cecília...- O corto, eu precisava terminar.
- Eu preciso de você, meu corpo precisa de você...- Ele tapa minha boca com os dedos.
- Cecília eu não preciso de você...- Minha boca se abre levemente em choque. - Você não tem serventia para mim, pelo contrário, você nem ao menos é digna de nada que venha de mim.- Balanço a minha cabeça levemente em sinal negativo. - Sim... as coisas são como são Cecília...- Ele sussura tirando os dedos de minha boca.
- Senhor Riddle, você não entende, eu sei o meu lugar, a minha posição... mas mesmo assim, mesmo que você me odeie ou me mate... mesmo assim, eu vou ficar...- Asseguro à ele, mostrando minha teimosia, ou loucura, como preferir. - Eu me contento com segundos e migalhas da sua atenção.- Ele suspira parecendo levemente irritado.
- Você fala de mais Cecília, você só se mostrou uma mulher desequilibrada, e talvez por isso eu poupe sua vida.- Eu tento responder mas novamente ele me olha como se não quisesse uma resposta. - Já chega por hoje.- Eu me calo, sinto o sangue escorrendo em minha mão, eu a olho em minha frente e suspiro, quando volto meu olhar a Riddle ele também estava olhando minha mão, quase fixamente.
- O senhor vai ir embora...?- Pergunto baixo e ele parece ter saído de alguns pensamentos.
- Sim, não tenho mais nada para fazer aqui.- E sem se despedir ele apenas se desfaz em uma nuvem de fumaça preta que rapidamente some pela janela aberta, eu suspiro me virando para o espelho. Lentamente abro o armário e pego algumas bandagens cobrindo minha mão com elas, é triste não poder fazer absolutamente nada para mudar as coisas.

Os dias que se seguiram a esse foram terríveis, eu mal comia, quase não fui a igreja e nem mesmo as lojas que costumo ir em Londres, Maria veio aqui mas nem ela me tirou da minha melancolia, eu li alguns livros nesse período de tempo, normalmente eu não vou muito para a biblioteca aqui da casa, mas agora estou bem presente aqui, sentada na pequena escrivaninha eu leio um livro que um dos padres da igreja a qual frequento escreveu, nele ele explicava muito sobre nossa relação com o bem e o mau, com nossos pecados, nossas orações, o que deveríamos pedir e por fim falou sobre bruxas, quero dizer, aquelas que são do nosso folclore, suspiro depois de terminar, tudo parece tão sem sentido, nem mesmo livros sagrados me fazem despertar dessa tristeza. Me levanto e decido ir até a cozinha comer alguma coisa.

Depois de comer um pouco permaneço encostada no balcão brincando com a ponta da faca que havia usado para cortar pão, um pensamento anda vagando minha mente, e talvez seja hora de colocar ele em prática, se minha teoria estiver correta, talvez, muito talvez, eu consiga alguma migalha de quem tanto atormenta meus pensamentos.
Levo a faca comigo até o andar de cima da casa, algumas rosas já estavam murchas, tirei pétala a pétala para fazer um grande círculo ao meu redor, com as portas trancadas e com velas acesas deixo todo o cenário a meia luz, pego as poções que eu trouxe, as bebo, algumas orações em latim e então eu respiro fundo pegando a faca.
- Minha mãe Maria, sagrada padroeira das filhas perturbadas, por favor ouça-me, eu tenho um único desejo no meu coração...- Seguro a faca de maneira firme. - Ele, ele é tudo o que eu desejo, e para provar minha devoção a esse desejo, eu ofereço meu sangue, mesmo que para ele não valha nada...- Com força cravo a faca em minha mão, bem, eu não esperava que eu tivesse força o suficiente para atravessar minha mão, mas foi o que aconteceu, com um grito agudo eu mantenho a mão firme, meu coração dispara por completo, a dor era insuportável, mas para o fim do meu sofrimento, ouço a voz dele.
- Cecília você é um grande problema.

Olá, mais um capítulo tarde para concluir o outro, novamente desculpe qualquer erro de ortografia, vou revisar o capítulo mais tarde! Caso goste, considere votar, e se quiser deixar um comentário eu adoro vê-los!

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Olá, mais um capítulo tarde para concluir o outro, novamente desculpe qualquer erro de ortografia, vou revisar o capítulo mais tarde! Caso goste, considere votar, e se quiser deixar um comentário eu adoro vê-los!

Obrigada pelo apoio, ah, e tem trailer da fanfic lá no meu tiktok @miahblack__ e se você veio de lá, sinta-se em casa! ;p

Um beijo alucinado.

Miah

Sangria - Tom Marvolo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora