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O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente

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O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente... - Mario Quintana

Tom passou a vir com um pouco mais de frequência, nós não fizemos mais nada, ele nem se quer tocou em mim, exceto para tratar meu ferimento, mas ele logo lavava as mãos como se eu fosse algum tipo de animal sarnento

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Tom passou a vir com um pouco mais de frequência, nós não fizemos mais nada, ele nem se quer tocou em mim, exceto para tratar meu ferimento, mas ele logo lavava as mãos como se eu fosse algum tipo de animal sarnento. Era meio estranho mas não me incomodava, eu tinha um limite de perguntas que poderia fazer, normalmente quando ele estava em um dia bom eu tinha até três perguntas, mas em dias ruins no máximo uma, era tudo bem regrado, até os minutos que ele iria ficar aqui eram contados, as primeiras coisas que pedi foram obviamente sobre o mundo bruxo, percebi que essas eram as perguntas que ele mais gostava, Tom sabia muito sobre tudo relacionado a magia, é óbvio que do ponto de vista dele, sempre chamando os bruxos que não tinham sangue puro de imundos, mas era legal saber mais sobre esse mundo.
Em alguns momentos ele deixava escapar uma coisa ou outra, como por exemplo que ele era professor ou alguns planos estranhos que ele tinha para fazer basicamente uma guerra? Eu não entendi muito bem, sempre que eu perguntava mais sobre ele em si Tom parava a conversa e não respondia mais nada, mas me parecia algo como uma hegemonia puro sangue, bem, não que eu me importasse com isso, na verdade eu só me importava com Tom no fim das contas.

Mas querendo ou não isso me deixava um pouco frustrada, o fato dele não falar tanto sobre si mesmo, quero dizer, eu gostaria de saber mais sobre a história dele, seu passado, isso me deixa muito curiosa, mas não quero que ele simplesmente pare de responder minhas perguntas como ele sempre faz em assuntos assim, por isso tentei esperar por algum momento bom, e talvez uma pequena ajuda da Felix Felicis.

Tom sempre chegava no mesmo horário, exatamente quando a noite começava a ficar densa no céu, imagino que seja pela escola que ele dá aula, pelo que ele disse lá eles servem refeições, então acredito que ele compareça ao jantar.
Ouço um barulho no meu quarto, estava apenas me olhando uma última vez no espelho, sai correndo até o quarto, que fica ao lado do banheiro, passo pela porta e vejo Tom, o que me chama a atenção é que ele estava tirando o terno, ficando apenas com a camisa branca, ele me olha afrouxando o nó da gravata.
- E então? Vai ficar parada apenas me olhando?- Ele resmunga, certo, acho que hoje teremos apenas uma pergunta.
- Desculpe, é que normalmente você fica de terno...- Digo me sentando na beira da cama o olhando.
- Tive um dia bem exaustivo hoje, por sorte aos finais de semana não temos aula, também disse ao diretor que iria fazer uma pequena viagem nesse tempo de folga, então eu vou passar o final de semana aqui.- O olho incrédula, só então percebo uma mala aos pés dele.
- Te abduziram?- Pergunto rindo recebendo um olhar de desaprovação dele.
- Sem piadas, eu não aguento mais aquela escola.- Ele suspira se sentando, Tom me impedia de chegar muito perto dele, então apenas peguei um chá para nós.
- Pensei que gostasse de dar aula...- Digo preparando o chá, enquanto ele começa a tirar algumas coisas da mala.
- Eu até gosto, sempre quis ser professor, mas queria que os imundos não participassem dessas aulas...- Suspiro me virando com as xícaras em mãos e me assusto ao ver o quanto de coisa ele tirou da maleta de mão.
- Magia é estranha...- Eu murmuro entregando a ele uma das xícaras, ele ri, são poucas as vezes que consigo essa proeza, então sempre fico o olhando admirando o máximo possível, o que obviamente faz ele me olhar com cara feia e parar de rir.
- Você tem duas perguntas hoje, estou cansado e quero dormir logo.- O olho surpresa, tinhamos acabado de terminar o chá. - Dormir no quarto de hóspedes antes que você entenda errado.- Bufo enquanto me sento na cama, vejo ele arrumar as próprias coisas e penso em qual o melhor jeito de perguntar sobre ele, depois de um longo tempo em silêncio chego a conclusão que não existe um jeito bom, a reação dele vai ser péssima em todos os casos, então apenas arrisco.
- Ao invés de duas eu queria fazer apenas uma.- Ele me olha.
- Por que isso tão de repente? Você sempre me enche o saco por mais perguntas.- Tom diz voltando a arrumar suas coisas.
- É porque a pergunta que eu quero fazer é sobre você...- Ouço ele bufar. - Tom por favor... você não me diz nada sobre você! - Vejo os ombros dele se mexerem, quase como se ele estivesse tenso.
- O que quer saber?- Eu fico feliz em ouvir isso, mas ao mesmo tempo ele nem se dá ao trabalho de me olhar, apenas continua mexendo nas coisas dele, meio receosa eu começo a minha pergunta.
- Queria saber sobre seu passado, sua infância... essas coisas.- Ouço ele bufar outra vez. - Você pode não ver sentido em me dizer isso, mas eu vejo! - Tom finalmente se vira para mim.
- Não é questão de fazer sentido, é só porque não tenho o que dizer, eu não tive uma vida cheia de coisas, apenas cresci em um orfanato e depois fui para Hogwarts.- Ele me olha por um momento. - A escola bruxa que te falei...- Aceno com a cabeça.
- Então você é órfão também...- Tom parecia confuso.
- Também?- Ele repete me encarando.
- Bom, eu não tive meus pais presentes, eles morreram de formas meio trágicas, fui criada por minha avó aqui nessa casa, e desde que ela morreu vivo sozinha...- Explico, Tom parecia surpreso, acho que até o momento ele não tinha se dado conta que ele também não sabia nada sobre meu passado.
- Entendo.- É só o que ele diz, mas acho que já tivemos bons avanços, ele me falou que cresceu em um orfanato, me sinto levemente mais próxima, sorrio fraca enquanto dou a volta na cama e me deito ao lado dele, ainda deixando um espaço longe dele.- Você ainda tem uma pergunta.- Ouço ele dizer, seus olhos buscam algo fora da janela, ou talvez estejam relembrando.
- Mas eu disse que uma estava de bom tamanho já que eu iria...- Recebo apenas um olhar de canto e entendo o recado. - Certo... então, me explique mais sobre as casas que essa escola tem...- Me lembro de Tom ter dito que lá eles são divididos por casas, ele falou bem por cima sobre isso, e foi algo que me chamou atenção.
- Tem certeza que é sua pergunta?- Sua voz parecia mais calma que o normal.
- Sim, não quero ficar enchendo você com perguntas não tão confortáveis, eu já fiz uma, está de bom tamanho.- Ouço um riso vindo dele, mas ele não explica o motivo, eu também não perguntei, ele apenas começa a me explicar sobre os fundadores de Hogwarts e como cada um deles fundou uma das casas, Tom não disse mais nada além disso, depois que terminou de explicar sobre isso ele apenas deitou do meu lado, depois de alguns minutos assim, meus olhos já tinham se fechado.
- Minha mãe se apaixonou por um trouxa, ela engravidou dele, mas ele a abandonou quando isso aconteceu, sei poucas coisas sobre.- A voz de Tom é baixa, ele também estava de olhos fechados. - Imagino que ela deva ter ficado decepcionada com tudo, e no fim parou de usar magia, vivendo como uma miserável nas ruas de Londres... E morreu no parto.- Ouço as palavras dele com um peso no coração, suspiro e me sento na cama novamente o olhando.
- Eu sinto muito.- Ele abre os olhos, suas mãos estavam atrás da cabeça servindo de apoio, logo ele fecha os olhos novamente.
- Eu não preciso de pena Cecília...- Eu o corto.
- Não, eu só quis dizer que sinto muito mesmo, existem muitas pessoas ruins no mundo, sinto muito que você tenha dado a má sorte de ter sido gerado por um.- Ele ri.
- Não existem pessoas ruins, existem trouxas.- O olho por um momento.
- Sim, é isso.- Seus olhos se abrem novamente e ele se senta na cama.
- Você é uma.- Eu aceno com a cabeça.
- Sim.- Ele solta um riso longo.
- Até onde vai o seu amor por mim Cecília?- Os meus olhos se arregalam levemente, eu não esperava essa pergunta, um leve sorriso surge nos meus lábios dessa vez.
- Até onde você for, seus passos são meus.- Ele balança a cabeça.
- Eu posso fazer coisas terríveis com você, e mesmo assim você quer estar ao meu lado?- Balanço a cabeça.
- Não existe nenhum outro lugar que eu queira estar, se não ao seu lado.- Acho que as respostas dele acabaram nesse ponto, a única coisa que recebo dele é um suspiro, depois nós finalmente dormimos, consigo dormir perfeitamente, depois dessa conversa sinto que estou a passos de segurar a mão dele em uma longa jornada.

- Acho que as respostas dele acabaram nesse ponto, a única coisa que recebo dele é um suspiro, depois nós finalmente dormimos, consigo dormir perfeitamente, depois dessa conversa sinto que estou a passos de segurar a mão dele em uma longa jornada

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Espero que tenham gostado de mais um capítulo, não vou me alongar muito aqui, ainda preciso revisar o próximo capítulo, obrigada a todos como sempre pelo apoio, caso queira deixe um voto e um comentário, fiquem bem!

Um beijo do passado.

Miah

Sangria - Tom Marvolo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora