06 - ΚΑΤΟΧΗ ΜΟΥ [KATOCHI MOU]

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A festa seguia insuportável, agora mais insuportável ainda com a presença de Castellani nela, sentia que em a qualquer momento eu poderia me jogar embaixo de um carro, olhar para a cara de Damien já me incomodava, mas ver minha irmã se insinuando à distância para ele me incomodava ainda mais.

Ele me encarava algumas vezes, e sempre que o fazia, eu fazia questão de revirar os olhos e o encarar com um carranca ainda pior.

É uma ameaça, Damien. Não se aproxime da minha irmã!

Eu pensava com cada vez mais força esperando que fosse fazer alguma diferença.

Kayena fazia o possível para impressionar Damien à distância, tomava o drink no canudo de forma sensual, o olhava com seus olhos intensos e predadores, jogava seu cabelo channel para os lados e sorria despretensiosa para ele. Até que ele a chamou com a mão.

Ele. a. chamou. com. a. maldita. mão.

Que eu cortaria em breve!

Assim que minha gêmea se levantou, comecei a caminhar em passos firmes em direção ao homem que queria se aproveitar dela, Kayena chegou um pouco antes de mim, mas milésimos de segundos depois, lá estava eu, interrompendo o diálogo entre os dois e fechando o sorriso de Kayena.

- Querida, você aqui? - Damien fez sua piadinha sarcástica e eu fechei a cara pra ele.

- Querida? - Kayena indagou me olhando desconfiada.

- Eu estava conversando com sua irmã, querida, mas que bom que você está aqui também! - Damien viu que havia causado uma intriga em Kayena com a maldita palavra e resolveu repetir a dose.

- Como assim querida? - Kayena perguntou confusa e irritada.

- Não significa absolutamente nada, Kayena, ele é louco, por isso não queria
que conversasse com ele. - Falei antes que Damien respondesse algum tipo de atrocidade por mim, já que parecia estar se divertindo com a situação.

- Ele só é gentil, Kali, pare de ser boba. - Ela disse, acariciando o ombro de Damien, que sorriu cinicamente gentil e depois me olhou com aquela cara de idiota que só ele tinha.

- Não discuta com sua irmã, Kay, eu e ela só temos alguns problemas, mas nada demais, não é, querida? - Ele debochou, segurando a mão de minha irmã sobre seu ombro. Maldito seja. Eu arrancaria suas bolas antes mesmo de ele pronunciar o próximo "querida".

Um sentimento insuportável se fez presente sobre meu peito, como se eu estivesse prestes a pular sobre o pescoço desse idiota à minha frente, mas antes que o fizesse, respirei fundo e me controlei ao máximo.

- Certo, vou deixar vocês dois a sós. - Falei me dando por vencida facilmente, lidar com Damien era uma tarefa impossível, da qual eu não queria ter que lidar agora. Nunca mais se possível.

Me sentei novamente na mesa e observei os dois conversando, Kayena parecia mais alegre e interessada que Damien, que alternava o olhar entre ela e o ambiente. Varri o olhar por todo ambiente, quando reparei um homem de terno preto, cabelos loiros penteados pra trás me encarando como se eu fosse algum tipo de atração. Quando ele viu que o olhei de volta - mesmo que tenha sido sem querer - ele começou a caminhar em minha direção.

- O que uma mulher tão linda como você faz perdida nesse lugar tão chato? - Ele falou e eu me segurei para não revirar os olhos ou sair andando como se nunca tivesse ouvido isso. Fiz isso pela imagem do meu pai, ele estava me devendo uma.

- Sou filha de Harold Ferrer, não estou perdida. - Falei grosseira, mas com um sorriso no rosto, o que confundiu o homem à minha frente.

- Uma mulher importante, então. Certeza de que é a modelo, estou certo? - Ele me bajulou de forma tão esquisita que senti vontade de me jogar nos trilhos de um trem.

-- Não, sou neurocirurgiã, feminista, ativista ambiental e vegana. - Menti sobre o veganismo, mas queria esse cara o mais longe possível de mim, e falar sobre pautas sociais era o pesadelo de qualquer homem como ele. - E você, direita ou esquerda?

- Ah... Certo. - Um silêncio desconfortável se fez por alguns minutos até ele voltar a abrir a boca. - Eu preciso ir.

Vai tarde, babaca.

- Claro, tenha uma boa noite. - Falei com uma falsa gentileza, quando voltei à olhar para Damien e Kayena, Damien me encarava sério.

Uma expressão tão séria que me fazia sentir arrepios na minha espinha e minhas pernas fraquejarem em algum tipo de excitação, que eu levaria pro túmulo. No pouco tempo que conheci Damien, nunca o vi sério, sempre estava com um sorriso falso no rosto, um tom ameno e sarcástico, mas agora parecia até outra pessoa. Sem hesitar, ele deixou Kayena falando sozinha e caminhou até mim, tomando o lugar que o primeiro imbecil havia tomado há alguns minutos atrás.

- O que ele queria, Kalista? - Ele indagou sério e eu estremeci com sua voz.

- Ué, sem mais "querida", meu amor? - Debochei e ele me encarou inexpressivo.

- O que ele queria, Kalista? - Ele repetiu a frase mais lentamente de forma sombria e impaciente e arrepios subiram meu corpo.

- O mesmo que você, Castellani. Me importunar achando que conseguiria me levar pra cama. - Eu falei e ele suspirou impaciente, não sei se por chamá-lo de Castellani, ou pelo meu deboche.

Damien se aproximou de meu ouvido, e eu por algum motivo, permiti, sem pestanejar, o nervosismo por sentir sua respiração tão próxima de meu pescoço tomou meu corpo em um êxtase delicioso.

- Se eu só quisesse você na minha cama, Kalista, você poderia agradecer aos céus. - Ele falou e não consegui entender sua insinuação. Olhei para seu rosto que ainda se mantinha próximo do meu de forma perigosa. - Você é minha, Kalista. Se alguém se aproximar de mais de você, haverão consequências.

- Sou algum tipo de brinquedo pra você, Damien? - Perguntei irritada e excitada com sua posse sobre mim.

- Se você soubesse metade do que você é pra mim, cederia aos seus desejos de uma vez, ao invés de ficar me afastando. - Ele falou colocando sua mão sobre minha coxa fazendo uma pressão leve sobre ela, me causando fortes arrepios e fazendo minha respiração falhar por um momento. E claro, Damien jamais deixaria isso passar.

- Eu falei, Kalista. Você é minha, seu corpo só vai responder tão bem assim à mim. - De fato o toque de Damien me causou uma sensação que eu só havia experimentado em meus sonhos, sequer achei que era possível sentir algo tão forte assim na vida real.

Minha intimidade latejava só por sentir a mão daquele homem sobre mim, e ele claramente estava ciente, seu sorriso convencido demonstrava isso.

- Cai fora, babaca. - Falei, unindo todas as forças para pegar sua mão e tirar de cima de mim.

- Como quiser, querida. - Ele falou, se levantando e seguindo seu caminho, enquanto eu me encontrava estática e negando veementemente a possibilidade de Damien ser o homem dos meus sonhos, literalmente.

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