Πληγή και θυμό [Pligí kai thymó] pt.2

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O carro estava em um silêncio desconfortável, apenas eu e Damien estávamos alí, seus olhos estavam fixos na pista enquanto eu tentava não o encarar de forma estranha

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O carro estava em um silêncio desconfortável, apenas eu e Damien estávamos alí, seus olhos estavam fixos na pista enquanto eu tentava não o encarar de forma estranha. Sua irmã havia nos deixado pois seguiria um caminho diferente, quando eu estava prestes a ir embora também, Damien não permitiu, alegando que eu havia bebido de mais e que poderia ser perigoso. Não quis discutir, apenas cedi, pois estava certo, e segui caminho com o mesmo. Conversamos apenas sobre onde era minha casa e depois disso, o silêncio constrangedor se instaurou até chegar em minha casa.

— Chegamos? — Ele perguntou, confirmando se aquela era de fato a minha casa ou não.

— Sim. Chegamos. — Eu falei, mas algo no meu corpo se recusava a sair daquele banco. Uma batalha interna foi travada em meu ser. Não sabia se o convidava para entrar por educação, já que ele havia me ajudado bastante da última vez que nos encontramos, ou se apenas virava as costas.

Uma parte do meu corpo pedia para que ele ficasse, outra parte mandava-o ir embora, não queria que ele se aproximasse demais.

— Você... — Hesitei em falar a próxima parte, apenas apontei com o dedão para a porta de casa e ele pareceu entender.

— Ah, claro. Por que não? — Céus, devo estar bêbada, por que estou convidando ele para entrar?!

Abri a porta, o homem de 2 metros estava parado atrás de mim como um bobão, esperando eu abrir a porta. Quando entrei ele me seguiu, fomos para a cozinha e eu me virei para reparar em seu rosto. Sua expressão curiosa varria a casa, suas mãos no bolso e sua roupa casual o deixavam ainda mais atraente do que eu podia imaginar. Seu cabelo estava bagunçado pelo vento da praia, mas não deixava de estar bonito, sua boca avermelhada era extremamente chamativa, sem falar em seu torso extremamente definido e as veias que seguiam seus braços junto com as tatuagens de correntes que eu nunca havia visto antes.

Eu parei de encarar seu braço, quando tornei a olhar seu rosto, seus olhos lilás estavam fixados no meu rosto, tentando decifrar o que eu estava olhando, sua expressão confusa fez com que eu me desse conta de que estava o encarando de forma tão direta que era impossível que ele não notasse.

— Q-quer um vinho? — Tentei disfarçar, mas gaguejei de tanta vergonha que estava sentindo no momento.

— Eu aceito. — Ele falou e eu assenti, indo pegar o vinho no armário de vidro que eu havia transformado em uma adega.

— Pode se sentar, Damien. — Falei quando ainda o vi em pé, ele se sentou assim que falei. Fui até a geladeira e peguei o queijo provolone, e cortei em pedaços, levando-os até a mesa.

— Você tem uma casa bonita. — Ele falou, olhando em volta e depois olhando em meus olhos.

— Não sei por mais quanto tempo. — Talvez fosse pela bebida, talvez fosse pelo pavor de continuar em um silêncio estranho com Damien, mas acabei soltando uma informação que sabia que geraria intriga nele.

—  O que quer dizer com isso? — Ele perguntou confuso.

— Meu ex me procurou hoje, quer a casa, ele me ajudou a construir e tenho certeza que vai colocar o caso na justiça. — Falei, sentindo a mágoa e o ressentimento tomarem conta quando me lembro da conversa que tive com Adam mais cedo.

— Por que Adam faria isso? — Ele perguntou, parecendo um pouco nervoso, talvez tivesse se compadecido com a minha situação.

— Eu não sei, Damien. Adam não costuma desistir com facilidade, visto as coisas que ele falou para mim hoje mais cedo, tenho certeza de que ele vai atrás disso até que eu desista. —  Eu falei, passando a mão sobre meu rosto até meu cabelo, puxando-o para trás.

— Que coisas? — Quando tornei a olhar o rosto de Damien. Seu semblante estava sério, quase sombrio. — Kalista, que coisas? — Desviei meu olhar dos seus, pois estavam tão intensos que eu mal conseguia pensar.

— Coisas das quais mal me lembro agora. — Tentei finalizar o assunto por vergonha, mas Damien não deu para trás e insistiu mais incisivamente no assunto.

— Que tipo de coisas, Kalista? — Ele perguntou novamente e eu suspirei, me dando por vencida.

— Coisas ruins... Do tipo que magoam. — Falei e vi ele respirar fundo, olhar para o outro lado e depois voltar seu olhar para mim de forma séria.

— Deixe eu resolver isso com ele. — Ele pediu, em um tom calmo.

— Não, não é um assunto seu. Não nos conhecemos o suficiente pra isso. — Falei e ele estalou a língua.

— Não me venha com essa, Kalista, você sabe dos meus sentimentos. Me deixa te ajudar. — Ele falou e eu não soube o que dizer.

— Me deixa te provar que posso fazer algo por você.  — Ele falou, em um passo hesitante e ousado, levou suas mãos até as minhas. Não recuei. Por que não recuei?

O toque de Damien me trazia conforto e arrepios, um misto de tranquilidade e anseio por mais. Havia algo de estranho em Damien, sua energia era estranha, cada célula do meu corpo gritava para que eu me afastasse, mas eu não conseguia, cada vez que o encontrava, me sentia mais intrigada. Era isso que me preocupava.

— Não dê dinheiro à ele. — Falei, sinalizando que deixaria ele tomar a frente da situação. Não tinha forças para lidar com Adam, ouvir sua voz era algo que me enojava. — Depois que dei a resposta final, vi Damien sorrir como uma criança e o brilho surgir em seu olhar.

— Certo. Não vou dar dinheiro à ele. — Ele falou, com um sorriso mínimo no rosto.

E naquele momento, eu gostaria muito de saber o que se passa na cabeça de Damien Castellani.

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⏰ Última atualização: Aug 20 ⏰

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