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Kate se lembrava claramente da primeira vez que viu o livro de Vanya nas vidrarias, o mais famoso, o mais vendido. Folheava seu livro como se fosse um grande grimório com seus segredos que agora, estavam expostos pela irmã.

Kate lia todas as frases atentamente, chorando em algumas, ficando com raiva em outras.

Ela falava sobre seu pai, sobre como tudo não se passava de um grande experimento.

"Nós não eramos de fato uma família, éramos uma invenção do nosso pai. Familia de nome, mas não de verdade."

Kate a vida inteira amou seus irmãos profundamente, e os lhe admirava com sua alma. A cacheada sabia que era a lider, a mais forte e a mais temida, mas para ela, os irmãos eram totalmente iguais uns aos outros, como uma grande linhagem de águias.

Sua página finalmente havia chego, mas a garota se lembrava bem de como ela amava Vanya na infância.

"Kate chegou depois de todos nós, com quatro anos, e de fato, era o que toda a familia precisava. Ela trouxe a alegria que nenhum Hargreaves poderia ter, nós sempre acreditamos que ela trouxe isso de sua falecida mãe, juntamente com sua doçura.
Depois que nosso irmão Cinco desapareceu e nosso irmão Ben faleceu, Kate se tornou fria e distante, como se não pertencesse mais a nós."

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Luther, Alisson e Kate se encontravam em uma velha sala de filmagens que há pouco tempo nem sabiam da existência, observando atentamente uma única fita.

- Passa de novo. - Luther pede.

- Nós já assistimos várias vezes, Luther. É a mesma coisa sempre.

- O que ela está fazendo? Ela envenenou ele?

- Nós não sabemos, Luther. - Kate diz.

- Onde acharam isso?

- Estávamos assistindo umas gravações de quando éramos crianças e achei essa fita guardada ali.

- Nosso pai deve ter começado a usar o sistema de segurança de novo. Tava ficando cada vez mais paranóico. Achava que tinha gente atrás dele. E talvez tivesse mesmo.

- Mas a nossa mãe? Ela jamais seria capaz de... Será?

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Na cozinha, Grace preparava ovos com bacon para os três irmãos enquanto se sentavam a mesa.

- Mãe - Luther a chama - A gente quer fazer umas perguntas sobre a noite em que o papai morreu, lembra de algo?

- É claro. Pôr do sol, 7h33 da noite. A lua era crescente. O jantar foi frango assado, arroz selvagem..

- Não, não. - Kate interrompe - Depois do jantar. No quarto dele. Foi lá para vê-lo?

- Eu não me lembro - Grace responde rindo sem graça, se virando novamente para o fogão.

- Alguma vez você ficou zangada com o papai?

- Seu pai era um homem bom, um homem gentil. Ele era muito bom para mim.

- É, mas depois que fomos embora deve ter sido bem difícil. - Kate comenta, tomando um gole de seu suco de laranja.

- De vez em quando. Vocês me mantinham tão ocupada, e aí... - Grace não terminou a frase, fazendo os três irmãos a olharem preocupada.

- O quê?

- Mãe, o que ia dizer?

As perguntas ecoavam na cabeça de Kate como um grande carrossel em grande velocidade, e Grace parecia em um tipo de transe muito esquisito.

- Ovos saindo! - Ela diz saindo de seu transe. - O café da manhã é a refeição mais importante do dia. É para comer tudo, vocês três. - Ela diz colocando os pratos com ovos e bacon na frente dos três.

Porém, o cheiro da comida fazia Kate se sentir extremamente enjoada e enojada, fazendo a cacheada sair rapidamente da mesa e seguir até o banheiro, despejando o líquido na privada.

Há dias ela se sentia fraca e enjoada, e novamente sua visão escurecia cada vez mais.

A cacheada tentou se levantar apoiando na pia, mas a última coisa que viu foi Alisson correndo até a porta com Luther, e de cair em seus braços.

Quando acordou, seus olhos vagavam o quarto vazio a procura de alguém que reconhecesse, mas nada.

Kate resolveu se levantar e seguir pela casa a procura de algum irmão ou de Grace, mas avistou apenas Cinco sentado em sua cama com um grande fio costurando seu braço, e muito sangue.

- Cacete. - Ela diz incrédula. - O que é isso, Cinco? - Kate pergunta dando passos suficientes para se aproximar do machucado.

- Nada de importante, Kate. - Ele diz sem tirar o olho do machucado.

- Me deixe te ajudar. - Ela diz pegando o fio que Cinco puxava entre sua pele, passando lentamente como em pontos de hospitais.

Ao terminar, ela continua pegando um algodão com álcool e passando levemente sobre a costura, fazendo o garoto arfar de dor. Por fim, ela coloca um gás por cima do curativo.

- Fez isso em mais missões pré apocalípticas? - Ela zomba.

- Tecnicamente. Tenho que ir, Kate. - Ele diz se levantando, indo até sua bolsa.

- Onde vai?

- Tenho coisas para resolver - Ele explica.

- E eu posso ir junto? - Ela pergunta, fazendo o garoto olhar para ela com as sobrancelhas franzidas. - Não posso deixar você sozinho e com um machucado, não é mesmo? - Ela diz rindo e indo até a janela, a abrindo. - Melhor não irmos pela porta da frente.

Cinco se vestiu lentamente por conta do braço, e Kate lhe ajudou a colocar a mochila nas costas.

Enquanto desciam, Kate assegurou de que o machucado de Cinco não interferisse na fuga.

Quando desceram, Kate avistou Klaus revirando a caçamba de lixo em busca de algo.

- Droga, cadê esse troço? Cala a boca! Tô tentando achar aquela porcaria superpreciosa, que tinha naquela caixa para ver se o Pogo larga do meu pé!

- Eu até ia perguntar o quê está fazendo, Klaus, mas aí eu percebi que eu não ligo. - Cinco diz irônico.

- Sabia que tem jeito mais fácil de sair de casa?

- Esse aqui era o caminho com menos falatório. - Ele rebate saltando da escada e estendendo a mão para Kate pular. - Foi o que pensamos.

- Ai aí, cara. Não vai precisar de uma companhia hoje, não? Eu podia... cancelar meus compromissos.

- Parece que você já está bem ocupado. E eu já tenho uma.

- Com isso? Não, eu posso fazer isso a qualquer hora. Eu só.. - Ele diz, mas sendo puxado para baixo - Só esqueci onde deixei um negócio aqui. - Após procurar por um longo minuto, Klaus aparece com um donut's na mão. - Ah! Achei, finalmente.

- Eu cansei de bancar o seu vício. - Kate diz brava.

- Calma ai Kate. Olha só, talvez eu só quisesse passar o tempo com os meus irmãos. Não você não. - Klaus diz para o ar. Nesse tempo, Cinco e Kate já haviam saido andando. - Mi hermanos! Eu te amo! Até quando vocês não conseguem amar a si mesmos.

Enquanto isso, Cinco e Kate entravam na van e o garoto dava a partida.

𝐼 𝐿𝑜𝑜𝑘 𝐴𝑓𝑡𝑒𝑟 𝑌𝑜𝑢. • 𝐹𝑖𝑣𝑒 𝐻𝑎𝑟𝑔𝑟𝑒𝑒𝑣𝑒𝑠. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora