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Diego dirigiu até a velha lavandeira onde haviam encontrado Viktor na noite passada.

Mas, para a surpresa de todos, a lavanderia estava completamente vazia e abandonada.

Era como se nunca ninguém tivesse passado por lá ou ido ao local alguma vez.

- Bom, pelo visto o Sy meteu o pé.

- Ou alguém pegou ele.

- Você disse que ele estava em perigo.

- Olhem só. "New Grumpson, Maine"

- O que tem em New Grumpson, Maine?

- Talvez a filha do Sy, a Jennifer.

- Ou talvez tenha sido para lá que o cara da lavanderia foi.

- Isso. Ou talvez tudo seja só uma baita armação.

- Bom, só tem um jeito de descobrir.

- Isso aí. Vamos cair na estrada.

Kate saiu vitoriosa da lavandeira, seguindo Diego até a van estacionada do lado de fora da casa.

- Sério? Jura que a gente vai fazer isso?

- Pode crer. Vamos cair na estrada.

- Sabe que a gente tem três crianças em casa, né?

- Eu tenho quatro e não reclamei até agora. - Kate retruca.

- Lila, olha só... Hoje é quarta-feira, tá legal? Os gêmeos têm jardinagem e a Grace tem ginástica, não é? Tio Lenny pode buscar todo mundo. Vamos!

- Pode, mas espera aí, essa não é a questão.

- Essa é a questão. Eu passei dias inteiros, todos os dias, com a sua família, não passei? E eu nunca, nunca reclamei, né?

- Você reclamou o tempo todo.

- Eu não suporto briga de casal. - Kate comenta, aproximando-se de Cinco.

- Tá legal, escute gente.

- Pé na estrada?

- A primeira missão de novo, galera! Nós voltamos. Nós voltamos. Sai da frente. Todo mundo entrando. Vamos lá. Todo mundo.

- Eu vou na frente. - Diz Lila.

- Sonha, irmãzinha. - Kate sorri irônica, entrando no banco da frente.

- Entra no carro e liga o aquecimento!

- É, bora.

- Primeira missão de novo! - Diego comemora, dando socos no teto da van.

- Por que você está gritando?

- É!

- É isso aí. Vamos matar aquela vadia!

- Essa é uma missão de resgate.

- Ah é. Tá, foi mal.

Kate se encostou sobre o ombro do Cinco enquanto Diego dirigia, tocando Baby Shark no som do carro.

A Hargreeves odiava profundamente tal música, principalmente por ter quatro crianças.

- Caramba, dá pra, por favor, desligar essa música?

- Não dá. Travou.

Passou-se uma hora, e Kate começava a ficar enjoada com a estrada e a junção da música com o cheiro de seus irmãos.

E aparentemente, o mesmo ocorria com Cinco, que não tinha uma feição agradável.

Depois de três horas, o som tornou-se quase insuportavel aos ouvidos dos irmãos, causando-lhes raiva.

- Diego, dá para desligar esse som?

- Não dá!

- Que cheiro de coisa podre.

- O que foi? Não gostou do meu kombucha de couve, kiwi, cenoura e repolho? É bom para a alma e ótimo para o intestino.

- Diego? Tem como parar um pouco? - Cinco pede.

- Não dá. Estamos em um ritmo bom.

- Tá, mas eu vou vomitar.

- Dá pra parar? Quero fazer xixi.

- Não quer um pouco do meu elixir milagroso?

- Não, Klaus. Que merda, sai!

- Só um golinho.

- Tá legal, se liga. Toma. - Diego oferece uma garrafa.

- Ai, não.

- Você sabe o que é.

- Garrafa de xixi. Que nojo.

- É moleza. Usa.

- Diego, encosta.

- Vamos continuar seguindo o itinerário.

- Cinco, abre a janela.

- Abre a janela.

- Abre logo!

Cinco levou as mãos até a maçaneta para abrir a janela, mas seu rosto apresentou confusão quando ela saiu em suas mãos.

- O quê? Você quebrou a janela?

- Sacanagem, derramou o meu kombucha!

Kate sentiu o vomito subir a sua garganta, deixando cair uma forte quantidade de líquido amarelo.

- Vocês vão ter que segurar.

- Encosta antes que ela vomite em mim!

- A gente já vai chegar!

Viktor cobriu os ouvidos nervoso, deixando uma grande onda de poder explodir a janela.

- Filho da puta! - Diego pragueja, parando a van. - Tá legal, chega! Chega! Chega de briga! E chega de vômito, tá legal? E chega de poderes também. Pelo menos até chegar no Maine. Vamos chegar lá, achar a garota e, depois disso, continuar com nossas vidas normais. Entendidos?

- Sim, capitão. - Kate concorda, tonta pelo vômito.

- Ótimo.

Diego saiu da van, aproximando-se da margem da rua. Provavelmente vomitaria como todos ali.

- Onde ele está indo?

- O que a gente faz? Dá a volta?

- Não. Nós chegamos muito longe. Faltam só treze horas até New Grumpson.

A noite se aproximou, todos dormiam tranquilamente em seus bancos, alguns encostados sobre os outros.

Menos Cinco e Diego, que permaneciam acordados a todo vapor. Kate estava acordada, mas se mantia de olhos fechados, encostada sobre o ombro de Cinco.

- Eu acho que ela está me traindo. - Anuncia Diego. - A Lila. Ela tem saído de noite. Ela tem saído e mentido sobre isso.

- Conhece as mulheres. Ela está no clube do livro.

- O que que é? Um clube do livro só para dois, Cinco?

- Do que você está falando?

- Ontem à noite eu segui ela. Tava numa cafeteria com um cara. Com um filho da puta com cara de grego e um bigode bizarro.

- O bigode era bizarro?

- Era. Era bem fininho, tipo um lápis. Tá me entendendo?

- Diego, seja lá o que for, confia em mim. Não é nada. Vocês tem um lar, família... Só uma idiota jogaria isso fora. E a Lila não é idiota.

- Então é melhor eu ignorar isso? Não falar nada?

- Isso seria o melhor. Enterra. Bem fundo. E cobre essa merda com concreto.

- Você é um bom irmão. Tem sorte de ter a Kate, ela não mente para você. Sabe, são apaixonados desde os cinco anos, ela nunca faria isso.

- É, eu sei.

𝐼 𝐿𝑜𝑜𝑘 𝐴𝑓𝑡𝑒𝑟 𝑌𝑜𝑢. • 𝐹𝑖𝑣𝑒 𝐻𝑎𝑟𝑔𝑟𝑒𝑒𝑣𝑒𝑠. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora