S/n Edouard P.O.V
— Eu não consigo acreditar que ela falou dessa forma com você. Eu sei que ela é treinadora, mas o respeito vale para todos. Ela não te respeitou em falar aquelas coisas. - Diana andava de um lado para o outro falando e falando após saber o que a treinadora disse para mim. Ela insistiu, pois sabia que eu não ficaria assim por qualquer motivo. — Eu vou falar com ela amanhã. Quando eu entreguei para ela seu atestado, ela perguntou o que era aquilo. Eu olhei nos olhos dela me questionando se ela me perguntou aquilo mesmo, mas depois ela falou que era para eu chamar você, é claro que eu não liguei para você, o atestado dizia para você faltar o ensaio e descansar, eu não iria fazer isso. E depois...
— Diana, está tudo bem. Olha, chegou aos ouvidos dela que eu fiz isso com outra menina, isso também é um desrespeito, mesmo que isso seja mentira, isso também foi desrespeito. Então, eu fui tratada da mesma forma que "tratei" essa menina. Talvez eu tenha merecido isso, talvez eu... - Ela me interrompeu com um abraço apertado.
— Você não merecia nada disso. Eu não sei o porquê das pessoas pensarem essas coisas de você. Eu não entendo! Isso é tão frustrante para mim, eu queria poder entrar na mente dessas pessoas e fazer elas verem você da mesma forma que eu vejo. - Sorri para ela. Diana não separou o abraço e nem fazia menção em desfazer. Seu rosto se afastou minimamente, apenas para poder olhar em meus olhos. Estávamos muito perto uma da outra e seu rosto muito perto do meu. — Se as pessoas te vissem como eu te vejo, todas estariam apaixonadas por você.
— Então... você está apaixonada por mim? - Comentei sussurrando e sorrindo. Ela não desviava o olhar nem um segundo.
— Eu sempre fui... - Ela sussurrou de volta. Seus olhos caíram para meus lábios. Senti algo revirar em meu estômago, meu corpo não se movia. Molhei os lábios ao sentir sua respiração batendo neles. — Sabe, acho que eu não quero isso. Se eles vissem você como eu te vejo, isso seria um problema muito grande. - Ela sussurrava sem tirar os olhos dos meus lábios.
— P-por que? - Fechei os olhos ao sentir seus lábios roçando nos meus.
— Porque eu quero você só para mim. - Senti sua língua passando em meus lábios e eles se tocaram em um selinho.
— Filha, eu recebi a no... - Me separei rapidamente ao ouvir a voz de meu pai. O encarei, e o que vi em seus olhos me assustou. Ele estava com raiva, seus olhos me encaravam com desprezo e raiva.
— Papai, eu posso...
— Saia! Saia daqui, Diana! - Me levantei da cama e corri até meu pai parado em pé na porta. Diana me olhou com os olhos marejados. — ANDA! SAI!
— A S/n não tem culpa de nada, eu quem fiz isso... - Meu pai a cortou a empurrando para fora do quarto. Conseguia ouvir os gritos abafados de Diana.
— Papai, me desculpa. - Sussurrei, me ajoelhando em sua frente.
— Se levante! Eu não irei falar de novo. - Sua voz raivosa e baixa me apavora. Ele está se controlando. Me levantei do chão e fui até ele que se sentou em minha cama. Fiquei em pé entre suas pernas. — Eu iria vir perguntar como você estava, recebi a ligação da academia informando o porque você não foi hoje. Eu, como um pai preocupado, vim ver você, mas eu encontrei minha filha beijando uma garota. - Sorriu virando sua cabeça para o lado. Suas mãos seguravam as minhas com força, estava doendo seu forte aperto. — Eu sabia que essa menina seria uma má influência para você, sabia que ela iria tentar te fazer uma péssima pessoa. Ela já fez uma vez, já tentou e você nos contou, mas aí acontece novamente. Eu abro sua porta e te encontro com seus lábios colados aos dela. Como eu fui confiar, fui bobo por acreditar.