Lalisa Manobal P.O.VObservava cada movimento de S/n, a mesma ensaiava sozinha na sala totalmente espelhada. Seus olhos estavam fechados enquanto dançava ao som de uma música sensual.
Suas pernas se moviam de uma forma lenta, mas seus movimentos eram precisos. A música era um tanto direta e me senti atingida com isso indiretamente, The machine... a musica dizia tanto sobre ela, alguém que sabe o que quer e que deseja o melhor de tudo. Me senti tão inserida em sua coreografia que meu corpo agiu contra mim mesma. Me vi próxima a ela, podendo sentir o seu cheiro. Estava inebriada com o aroma suave e doce.
Seus olhos ainda estavam fechados e não queria que ela me visse e percebesse toda a minha confusão em meus olhos, perceber que ela me fez ficar confusa e tão pensativa. Queria por minhas mãos em sua cintura e poder guiá-la como a melodia da música pedia, e... eu não consegui resistir. Toquei em sua cintura, sentindo sua pele em minhas mãos. Sua pele macia e lisa.
Seus olhos permaneceram fechados enquanto eu a tocava, tinha certeza que, em sua mente, era Jennie ali. Isso é errado, mas me aproveitei dela me encostando e movimentando meu corpo seguindo o seu. Senti seu rebolado forte e pressionei meu quadril contra o seu, permitindo que seus movimentos se intensificassem.
S/n tombou levemente a cabeça para o lado, deixando seu pescoço completamente livre. Seria algo tão íntimo e algo que me deixou tentada e lhe beijar ali e marcar seu ponto de pulso. Mas, não o fiz. Puxei seus cabelos para trás e, nesse momento, S/n abriu seus olhos.
S/n se afastou rapidamente ao notar que eu quem estava ali.
Edouard arrumou suas roupas e puxou sua blusa, que estava enrolada e mostrava seu abdômen, para olhar-me de cima a baixo e me encarar com os olhos arregalados.
Eu não queria me afastar, sentia o desejo de tocar em sua pele, de lhe beijar e de... lhe proteger. Queria beijar seu pescoço e ouvi-la dizer meu nome sem medo, sem receios e sem o seu olhar assustado.
Eu queria abraça-la e poder, finalmente, dizer o quanto eu me arrependo de tudo, mas não fiz. Apenas fiquei ali, lhe olhando e esperando que ela falasse algo.
S/n pegou seu celular e cessou a música.
— O que... por que você... - Ela não concluiu sua fala, pegou sua bolsa e saiu às pressas.
Queria poder chamá-la, mas eu não consegui. Me acovardei.
...
Sentia os olhares da algumas pessoas em mim, queimando minha costa. Estava em um restaurante próximo do hotel, queria comer algo diferente e isso foi uma péssima ideia. Há algumas alunas antigas minhas de quando eu trabalhava na Coréia, antigas colegas de trabalho e alguns rivais de longa data. Eu realmente não queria comer em um lugar onde tantas pessoas ficassem me encarando.
O garçom deixou o meu pedido na mesa e junto um doce que eu não havia pedido, não questionei, deixou o doce de lado e comecei a comer da comida em meu prato.
— Surpresa! - Me assustei ao ouvir a voz bem próximo do meu ouvido. — Nossa, iria mesmo rejeitar um doce de chocolate?
— Rosé? O que faz aqui? - Sem que eu permitisse, a loira se sentou na cadeira a minha frente. — Claro, pode se sentar. Não seria incômodo algum. - Rosé revirou seus olhos com o meu tom irônico.
— Eu estou aqui já tem um tempo, tenho um contrato milionário com uma grife. Isso você não sabia já que nunca perguntou nada sobre mim, nossos encontros são apenas sobre você. - Sorri de lado e bebi do líquido alcoólico em minha taça.