Capítulo 9

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S/n Edouard P.O.V

— Isso, S/n! Continue com esse movimento, está indo muito bem. - Movimentei meus quadris ao som de uma música lenta e sensual que soava no local. Jennie me olhava pelo espelho enquanto me ajudava com alguns passos. — Você está se soltando muito mais, está indo muito bem. Só mexa mais o braço e gesticule bastante, isso ajuda muito. - Mais alguns minutos e a música acabou. Jennie batia palmas para mim enquanto sorria parecendo orgulhosa. Eu nunca vi alguém sorrir assim para mim.

— Obrigada por me ajudar, Jennie. Muito obrigada. - Ela balançou a cabeça, se aproximando e tocando em meu braço.

— Você é muito boa e não é atoa que Lisa decidiu que você fará dupla com Jisoo, ela sabe que vocês são boas e serão melhores ainda juntas. - Sorri para ela, sentindo seu aperto em minha mão. Não percebi, mas estávamos muito próximas e eu pude sentir sua respiração em meu rosto.

— Eu acho melhor ir embora, meu pai deve estar bem preocupado com minha demora. - Sorri novamente, mas dessa vez sorri de nervoso. Essa aproximação me deixou assim.

— Eu posso te perguntar uma coisa? - Meu corpo tremeu em ansiedade, não consegui conter. Confirmei para ela voltando a ficar perto do seu corpo. — Essas marcas no seu rosto, elas estavam mais evidentes há alguns dias atrás, mas agora estão mais claras... Quem fez isso com você?

— Jennie, eu sinto muito, mas eu não quero falar sobre isso. Eu realmente preciso ir para casa. - Tentei me afastar, mas ela me segurou firme e olhou no fundo dos meus olhos.

— Foi o seu pai? - Ela perguntou, mas soou como uma afirmação. Ela sabia e só queria confirmar. — Não precisa ter medo de me contar, você está segura comigo para qualquer coisa. Eu fiquei preocupada quando reparei seu rosto naquele dia, fiquei me perguntando o que havia acontecido para você estar lá e ter uma marca no seu rosto. Eu sei que isso não é da minha conta e eu nem deveria tocar nesse assunto, mas eu me preocupo com minhas meninas. Eu me preocupo com todas, mas de todas elas você é a que mais... Você é a que sinto que posso me aproximar.

— Eu não quero mesmo falar sobre isso. Preciso ir embora, o ensaio foi... Eu gostei muito de tudo, mas eu preciso ir. Obrigada e até amanhã, Jennie. - Me soltei do seu aperto e caminhei até a saída. Ouvi seus passos vindo atrás de mim, mas não me virei e tentei continuar meu caminho. Jennie segurou meu braço novamente, grunhi sentindo seu aperto em cima de um hematoma que havia ficado. — Por favor, está me machucando.

— Me deixe ajudar você, S/n. Eu posso conseguir que você seja transferida para uma academia melhor, em outro país e bem longe dele. - Puxei meu braço, sentindo a dor diminuir. — Eu posso te ajudar com isso, é só você deixar.

— Eu agradeço por isso, Jennie. Agradeço por se preocupar comigo, mas eu recuso sua ajuda. Amanhã eu irei conhecer minha personal e preciso descansar. - Fechei a porta e saí do local o mais rápido possível, meus olhos já estavam ardendo e se eu ficasse um minuto a mais eu desabaria na frente dela. Logo cheguei no estacionamento e o motorista do meu pai estava à minha espera.

— Vamos, senhorita. Seu pai lhe aguarda no carro.

[...]

Flashback

— Não, isso não vai acontecer. Nós não vamos voltar, S/n. - Ouvi sua voz raivosa enquanto tentava segurar o choro. Ver seu rosto vermelho e seus olhos chorosos me encarando me matava.

— Me deixa te ajudar, eu sei que... - Ele me interrompeu segurando meus braços.

— Não! Quando você vai entender isso!? Você não sente esse sentimento, você não consegue tirar essa dor de mim. Você sempre vai estar segura debaixo das asas dos seus pais. Você me disse que nunca seria igual a eles, que nunca seria arrogante, ignorante e infiel. Mas... Olha só para você. Você me traiu, S/n. Você me traiu com meu melhor amigo. - Minhas lágrimas caíam sobre meu rosto, meu coração estava acelerado e seu tom acusador me causava arrepios. Neguei evitando olhar em seus olhos. — Eu vi! Você estava com ele na sua cama, vocês estavam sem roupa alguma e você estava abraçada a ele. Eu vi, ninguém precisou me contar. Eu lembro até hoje o dia em que você falou aquilo comigo. Você disse: "Eu não me importo se você não for de uma família com grande relevância no país ou em qualquer lugar, eu te amo e nunca faria nada que magoasse você. Eu não me importo se você é de uma classe menor que a minha, o que importa é que eu te amo."

Only you Lalisa/youOnde histórias criam vida. Descubra agora