Lalisa Manobal P.O.V.Flashback on
— Minnie, amor! Consegue me ouvir? - Olhei seus olhos inquietos e toquei em seu rosto. — Amor, olhe para mim. Estou bem aqui. Consegue me ouvir? - Seu corpo mole em meus braços e o sangue saindo de algum machucado em sua costa me deixava aterrorizada. Eu não sabia o que fazer.
— Lisa, eu... eu...
— Não se esforce tanto, a ambulância já está à caminho. Vai ficar tudo bem, amor. - Segurei sua cabeça e senti minha mão ser molhada com alho grudento. Olhei para a minha mão em sua cabeça e senti o desespero me tomar por inteira. — Aguenta só mais um pouco, amor. Só mais um pouquinho.
— Lisa...
— Não precisa falar nada, poupe suas forças. Eu estou aqui e não vou sair. - Sentia meu coração acelerado e a sensação de impotência era terrível. Eu não podia fazer nada, não podia tentar. — Vai ficar tudo bem, Minnie. Eu te amo muito.
Eu olhava de um lado para o outro e procurava a pessoa que fez isso, qualquer sinal para poder fazer algo ou... qualquer coisa. Eu só queria poder fazer algo.
Via Jennie andando de um lado para o outro enquanto falava no telefone e ela parecia muito calma e, estranhamente, isso estava me incomodando. Por que ela não está chorando ou... como eu?
Encarava a todo momento minha noiva em meus braços para me certificar de que ela estivesse respirando e a sensação era desesperadora. Eu nunca imaginei que veria minha noiva daquele jeito e me senti tão inútil por não saber o que fazer.
Olhei para frente ao ouvir um barulho de carro e vi o veículo com a mancha de sangue evidente em seu capô branco, um homen jovem e ele não estava sozinho no carro. Havia uma garota no banco de trás totalmente inerte enquanto mexia em seu celular.
— A ambulância está perto, estão chegando, Lisa. - Olhei para Jennie antes de encarar novamente minha noiva. Seus olhos estavam fechados e cheios de lágrimas.
— Amor, me perdoa por não fazer nada. Eu não vi o carro, me perdoa, Minnie. - Chorei com o rosto em seu peito.
— Não seja tão ruim com a pessoas... não seja assim... não seja ru... rude, meu a-amor. - Sua voz falhada e sua respiração acelerada... meu peito dói ao vê-la tão fraca. Esse sentimento de impotência, de não poder fazer nada para tirar dela essa dor, de tirar dela e colocar em mim. Não aguento vê-la dessa forma. Me sinto desesperada por não saber o que fazer e não poder ajudar sem que lhe causasse dor. — Eu amo você, Lali.
Seus olhos se fecharam e ali eu pude ver que era o fim, minha noiva estava morta em meus braços.
Flashback off
Abri meus olhos, acordando e cessando aquela lembrança em minha mente. Foi o pior dia da minha vida.
Ainda lembro de vê-la sentada no banco traseiro e de nem mover um músculo, seu celular era mais importante do que minha noiva falecendo em meus braços.
Ela é culpada, S/n Edouard é culpada.
Eu a odeio tanto, quero mata-la e poder dizer que fiz a minha vingança. Eu irei fazer isso, não tem motivos para não fazer, ela e toda sua família de merda vão pagar por ter tirado de mim o meu amor, a minha vida.
Me levantei do sofá com os olhos cheios de lágrimas, eram lágrimas de raiva e tristeza. Desejo tanto a morte dela e eu mesma irei fazer isso, minhas mãos tremem em pensar em fazer esse tipo de coisa.
Olhei para o lado e vi meu celular brilhando o nome de Jennie na tela. Sequei minhas lágrimas e peguei o aparelho logo atendendo a chamada.
- O que é, Jennie? - Ouvi sua respiração forte e franzi o cenho.