Capítulo 22

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Jhonatan Edouard P.O.V.

— Estão todos aqui, por que precisam do meu cliente? Entende, excelência, que essa convocação de última hora afetou no trabalho do meu cliente? - Meu advogado tomou à frente daquela audiência, meu medo estava voltando à tona.

— Excelência, a defesa lhe desrespeita e está tentando colocar a profissão como motivo de tentativa de adiamento. - O promotor gesticulava como se estivesse indignado com aquilo. Ele queria mesmo era acabar comigo.

— Obrigada, promotor Eliot. Defesa, não tente isso novamente ou irei dar continuidade a essa audiência para o julgamento sem nem mesmo ouvi-lo. - Meu advogado se sentou ao meu lado e organizou seus papéis. — Iremos dar continuidade. Promotor, me diga o porquê de estarmos aqui.

— Obrigada, excelência. Esse tempo em que o acusado está festejando pelo caso ter sido fechado, peculiarmente, por falta de provas pela acusação de homicídio, tenho procurado testemunhas ou evidências que comprovam o seu crime, mesmo não sendo premeditado. - O promotor pegou uma pasta em sua mesa e levou diretamente para o juiz. — Isso são todas as provas que preciso para levar a julgamento o acusado por homicídio culposo, omissão de socorro e direção perigosa. - Meu advogado se levantou e se apresentou ao juiz, que lia todo aquele documento. — Tenho gravações do ocorrido naquele dia, tenho testemunhas e tenho toda uma equipe de policiais que omitiram fatos sobre o crime.

— Excelência, não tenho nenhuma dessas informações para formar uma defesa, não pode marcar a data do julgamento sem antes a defesa ter algo. Nunca vi essas evidências da acusação. - Meu advogado estava mentindo e eu sabia disso, ele recebeu as evidências enquanto eu ainda estava em seu escritório. Eu sabia que uma hora isso iria acontecer, não iria sair impune de um crime que ganhou a atenção do público por eu ser um Edouard. Não terá saída dessa vez, o julgamento é a minha única chance de sair sem ser acusado de homicídio.

— Como é, advogado Jhon? Tenho um documento assinado por você provando que você recebeu todas as evidências da acusação. - O juiz olhou para o meu advogado com uma sobrancelha erguida e logo me olhou.

— O julgamento está marcado para o dia 25 do próximo mês, ás nove horas e com a presença do júri. - Bateu o martelo e logo saiu. O sorriso no rosto do promotor já dizia tudo, ele tinha todos os argumentos para me fazer culpado pelo crime.

— Jhonatan, eu sinto muito. Achei que tivéssemos pagado todos para que deixassem esse caso no arquivo, mas parece que eles resolveram se virar contra nos. Fale com seu pai, não haverá testemunha alguma se seu pai intervir. - Neguei, tudo isso sendo feito agora só iria piorar.

— Está tudo bem, vamos ter que tentar no julgamento. Não vou envolver meu pai nisso de novo, ele irá me matar e eu prefiro ser preso do que ser torturado por ele de novo. - Me levantei da cadeira e sai sem nem olhar para trás.

Eu numa me submeteria a ser tratado como o meu pai trata minha irmã, nunca mais.

...

Desci do carro, entrando em minha casa. Fui recebido pela minha mãe com um abraço caloroso e um sorriso enorme de meu pai. Se eles soubessem que no mês que vem eu serei preso... sei que, dessa vez, não vou conseguir escapar.

— Jhonny, como foi no escritório hoje? Eu recebi umas ligações importantes sobre o seu trabalho. - Meu pai abraçou meu corpo e me levou até seu escritório onde separou dois copos de whisky.

— Muito bem, pai. Acho que... nunca fui tão bom. - Ele não gostou muito da minha resposta. Com meu pai, se ele perguntar algo, a resposta precisa ser inteira, sem resumos, sem rodeios... responda o que ele perguntou e ponto.

Only you Lalisa/youOnde histórias criam vida. Descubra agora