As cicatrizes do seu amor me deixam sem fôlego
Não consigo evitar pensar que
Nós poderíamos ter tido tudo
Você vai desejar nunca ter me conhecido
Rolando nas profundezas
Lágrimas cairão, rolando nas profundezasROLLING IN THE DEPP | ADELLE
ATO I| O DESPERTAR
Seis meses depois
15 anosMinha respiração foi se esvaindo a medida que Jordan enfiava a minha cabeça na privada. Tentei usar minhas forças contra ele, gesticulando os braços na direção dele, mas foi em vão quando as suas unhas cravarem no meu couro cabeludo forçando-me para dentro do vaso sanitário deixando o odor de urina impregnar nas narinas.
Fui perdendo o ar aos poucos e deixando os braços caírem levemente. Jordan puxou meu cabelo com força para trás, apenas para que eu recuperasse o fôlego que me foi tirado até enfiar minha cabeça na privada, de novo. Lutei, lutei bravamente até que Jordan parou quando fiquei quieto sem ar nos meus pulmões. Me tirou, me jogou contra a parede da cabine; senti o impacto frio e dolorido na minha bochecha. Até escorrer pelo canto gélido do chão sujo.
O grupo de seus fies seguidores começaram a rir quando ergo o olhar para eles. Pra resumir minha vida escolar de ensino médio, é uma merda. Se muitas vezes as cenas de bullying nos filmes fossem tão pesados, nenhum expectador irá querer ficar no meu lugar.
Meio zonzo, sentindo a dor pulsar em cada parte do meu corpo e o odor de urina arder meus olhos até lacrimejar, Jordan apontou a mão antes de me dar um chute certeiro no meu estômago que automaticamente levei as mãos na barriga, e soltei um grunhido de dor.
— Espero que não me responda de novo, seu merdinha!— disse ele, e eu fiquei quieto desejando que Jordan e seus amigos fossem embora.
Marcus, seu fiel escudeiro me cutucou na perna com seu sapato e sua testa franzida indicando nojo.
— Ei, responde ao Jordan, panaca.
Solucei um gemido.
— Tá...— disse eu, e todos eles se afastaram quando mais alguns garotos entraram no banheiro.
Nenhum dos três meninos que entraram reagiram, pois todos tem medo de Jordan, e o que ele pode fazer a eles. Vou direto à pia, giro a torneira e junto o necessário de água nas mãos antes de jogar em meu rosto. De algum modo, para tirar o maldito cheiro de urina.
Certifiquei de que a barra tava limpa quando abri a porta e comecei andar pelo corredor vazio. Na volta para sala vejo em minha carteira rabiscado de caneta com palavrões e deboches. A mochila revirada e livros rasgados e espalhados pelo chão, engoli o choro e comecei a recolher meus pertences.
Eu só queria que esse inferno acabasse, e pensar que o colégio fosse um refúgio do que vivo em casa, eu estava completamente enganado.
Saí da escola e peguei minha bicicleta que tenho desde do meu aniversário de 15 anos do ano passado. Dou uma passada rápida no cemitério e deixo flores na sepultura de minha mãe. E, finalmente, pude desabar toda a minha dor, quase como se as lágrimas e gritos silenciosos preso na garganta fosse a única forma de tirar a raiva e a dor.
Deixo minha bicicleta estacionada debaixo de um carvalho no pequeno jardim da minha casa, cuidadosamente subo pela varanda de madeira branca velha e degustada do piso, paro diante da porta e fico parado no mesmo lugar com a mão na maçaneta por um longo tempo sentindo o coração quase pular da boca, pensando que, a qualquer momento, meu pai vai sair por ali com um cinto na mão gritando pelo meu nome para que eu entrasse na casa. E, para meu alívio, ele estava jogado no sofá da sala inconsciente, embriagado, chapado. A porra de viciado em drogas.Essa é a história da droga da minha vida...
Tiro os sapatos e as carrego nas mãos, e subo pela escada bem devagar nas pontas dos pés pra não acordar o coroa.
A casa é antiga cheira a mofo, cigarro e o álcool já impregnava pelas paredes velhas cheias de rachaduras. Meu quarto ficara no fim do corredor, com uma placa de Não entre pendurada na porta, que eventualmente, meu pai a ignora completamente.
Deixo minha mochila de lado, descalço os sapatos vermelho e branco da All Star surrado com um furo perto do dedão, e desgastado, retiro-o deixando-o em qualquer canto do quarto, tiro toda a roupa e vou direto ao banheiro. Tomo uma ducha rápida pois a água do chuveiro é muito fria, sem contar que nem água quente nós tempos.
Minutos mais tarde visto uma regada e calça de tecido fino, ando descalço de volta para cama quando ouço passos vindo do corredor até uma batida de leve na porta. Vou direto até e a abro, me deparando a pequena pirralha de olhos verdes— minha irmãzinha Darcy, vestindo um pijama de gatinho e pantufas de gato.
— Eu não vi você chegar.— murmurou ela, devolvendo um olhar rápido em direção da escada, lá embaixo cujo nosso pai está.— Ele não parava de gritar esperando você chegar, tive que me esconder no quarto com medo dele. Ele me dá muito medo, Rafa.
Mesmo com seus treze anos, nunca desejei que minha irmãzinha passasse por isso. Perdemos a nossa mãe muito cedo, e na noite de sua morte eu a promete que tomaria conta de Darcy e nada a faria mau, infelizmente, estou falhando.
— Ei...— eu a chamei, e seus olhinhos esverdeados marejados encontraram os meus. Isso fez meu coração quebrar ainda mais.— Não fique mais aqui sozinha, vá para casa da Maya enquanto eu não chego da escola, ok? Amanhã eu trabalho, então possivelmente chegarei tarde para casa. Leve suas coisas e não hesite em me ligar se precisar, venho aqui correndo, ok?
— Ok...— disse ela, fungando como se lutasse para não chorar.— Posso dormir aqui com você? Estou com medo de dormir sozinha.
Abri um pouco mais a porta, dando espaço para ela entrar. Sou eu e ela, apenas nós dois. Enfrentaria o inferno para manter Darcy em segurança, mesmo que eu tenha falhado, nunca irei desistir em manter a minha promessa.
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In The Regression of the Max Level
FanficO mundo é consumido pelas trevas, onde monstros e criaturas demoníacas emergem das masmorras, podendo levar à destruição, mas há esperança. A ascensão dos caçadores (Despertados) tornou possível lutar contra esses monstros. Os mais fortes desses caç...