O Coveiro.

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A lâmina desliza, como um beijo gélido,
Minha mente, um jardim de rosas vermelhas.

As pétalas, manchadas de rubro e dor,
São versos escritos em sangue e segredo.

A lâmina, amante cruel, traça seu ardor,
E o jardim se transforma em um lamento.

Cada gota, como um verso despedaçado,
Conta histórias de paixão, perda e desatino.
A mente, agora um labirinto ensanguentado,
Busca respostas no eco do vento divino.

E assim, a lâmina dança, como uma amante triste,
Entre as rosas que murcham, sem esperança.
O beijo gélido, o último verso que persiste,
Encerra o poema da alma em sua dança.

Que a morte seja a rima final, o ponto derradeiro,
Neste soneto sombrio, onde o amor se faz coveiro.

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