Capítulo 2 - Me mostre o lado bom da vida

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À medida que se aproximava do haras era possível ver a movimentação anormal no local, as caminhonetes que passavam evidênciavam o que se esperava.

Os peões começavam a chegar.

Ao caminhar o ômega podia sentir os olhares cortantes dos trabalhadores mais velho que achavam um absurdo um ômega de dezoito anos ainda não ter um companheiro ou ter sido reconhecido como de algum alfa. Os cochichos eram como ferro em brasa em seu coração, o adolescente era julgado por todos no pequeno vilarejo por apenas nunca ter se interessado em nenhum alfa que fosse.

Os alfas o assustavam.

Eles era rudes, agressivos, impaciente e brutos em todos os aspectos. Dê todos os alfa que conhecia os únicos que eram gentis eram seu pai, seu irmão e Namjoon, que sem dúvidas era o alfa mais doce de todos.

Um suspiro pesado deixou seus pulmões ao escutar a fala rude ao fundo, se permitindo sorrir apenas ao ver a figura do irmão no horizonte, este que carregava algumas celas em direção ao galpão presente no ambiente. O ômega sorriu e começou a correr na direção do alfa de vinte anos, tomando cuidado para não acabar derrubando as sacolas que trazia consigo.

Bo-gum ao sentir o aroma de morangos tão conhecido por si, pode apenas sorrir ao notar o ômega correndo em sua direção enquanto sorria abertamente como um pequeno coelhinho. O alfa abriu os abraços até ter o corpo menor e esquio entre seus braços tomando cuidado para não suja-lo com a poeira que havia se impregnado em suas roupas.

— Por que está aqui, uhum? Não devia estar em casa ajudando o papa com as coisas do bebê — O alfa perguntou ao afastar levemente o corpo magro de si, o permitindo ver a face bonita do ômega que estava levemente avermelhada e com pequenas gotas de suor pelo longo caminho que fizerá caminhando.

— Ele me mandou trazer o seu almoço e o do papai, e me pediu para ajudar vocês com o que precisar — O ômega comentou entregando uma das sacolas para o alfa, onde uma pequena marmita e uma garrafinha com suco estavam em seu interior — O papa pediu para você tomar o seu remédio depois de almoçar, ele está dentro da sacola.

— Tá' bom, eu vou tomar não precisa se preocupar — O alfa sorriu, bagunçado os cabelos castanhos do mais novo que riu contidamente pelo carinho — O papa ficou sozinho? É perigoso, um ômega em gravidez de risco ficar sozinho. E o senhor um ômega sem marca andando por aí sem alguém ao seu lado, algo pode acontecer — O tom usado pelo alfa era calmo, mas em alerta. Por mais que as estradas de Daegu fossem seguras o suficiente para se dormir ao lado de fora todas as noites se fosse preciso ou deixar sua cas aberta sem se preocupar com invasões, não era algo para se arriscar.

— A vovó vai lá em casa agora de tarde para ver o papa, ele não está sozinho. Além disso, não é tão distante para vir até aqui e eu sei me defender se for preciso, você me ensinou no final das contas — O alfa riu ao escutar o irmão, Jungkook era um ômega com resposta na ponta da língua sempre que preciso.

— Só me preocupo com a sua segurança, da próxima vez ligue para mim ou para o papai que vamos buscar o almoço em casa, tudo bem? — O alfa sorriu ao terminar sua fala, deixando um beijo sobre as bochechas gordinhas que se expandiam ainda mais pelo bico presente nos lábios avermelhados.

— Tá bom — O ômega concordou de contragosto, sorrindo ao receber o carinho suave e retribuindo com um beijinho suave sobre a testa do irmão — Onde está o papai? Ele deve estar morrendo de fome, o papa falou que ele saiu sem tomar café da manhã.

— Ele deve estar mesmo — O alfa comentou ao lembrar da carranca do pai nas vezes que o viu correndo de um lado para o outro falando com os peões que chegavam e tentando organizar as coisas para que tudo ocorresse bem — Ele está no estábulo com o Namjoon-hyung. Pode ir lá, antes que ele acabe mantando alguém, por que está com fome.

Ambos os irmã riram pelo comentário, e logo o ômega se despediu deixando para trás um Bo-gum feliz por receber uma boa porção de tteokbokki, kimchi e carne grelhada que era sua favorita combinação, além de um suco natural de melancia que alegrava ainda mais seu coração, seu papa havia se atentado em todos o detalhes para montar o prato que lhe foi enviado.

O ômega sentiu um pouco de receio ao passar entre as barracas e trailers recém montados cheios de pessoas estranhas que viajam ao redor do país para as competições de laço, mas o sorriso surgia em seus lábios ao ver os belos animais de diversas raça e que exalavam poder em seus galopes.

Jungkook andava receoso pelo ambiente, mas ao ver o cavalo de pelo preto e crinas negras como a noite, trançadas harmoniosamente sobre si e a cela marrom escuro em detalhes pratas, alinhada perfeitamente sobre o dorço do animal completavam a imagem imponente e divina da criatura que o observava atentamente.

Era um animal lindo, sem dúvidas o cavalo mais bonito que já havia visto.

O ômega observou que o animal possuía as rédeas presas em um suporte perto de um trailer prateado que possuía uma varanda improvisada com um pedaço de lona, o ambiente estava com a porta aberta e o local parecia chamar o ômega para entrar como um ima, e a vontade pareceu aumentar ainda mais ao sentir o aroma forte de sândalo se expandir do local e chegar até seus pulmões o embriagando como uma droga destrutiva.

O ômega só voltou à realidade ao escutar uma voz feminina agressiva que parecia vir de dentro do local, a alfa no ambiente parecia estressada e ao perceber o estalar do metal pelos passos pesados da mulher se aproximarem, Jungkook se assustou e começou a andar em direção ao estábulo sem olhar para trás, não queria de meter em confusão com pessoas desconhecidas, ela podia interpretar errado a aproximação repentina sobre seu local de descanso e seu animal de montaria.

Era melhor se manter longe de alfas, eles eram sinal de confusão.

Jungkook caminhou rapidamente até estar dentro do estábulo, demorando alguns minutos para escutar a voz do pai e do amigo de longa data que pareciam estar em uma conversa preocupada, se guiando pelo local usando a proximidade da voz, não foi necessaria muita procura. Encontrando os dois alfa pertos de um cavalo de pelagem branca que estava deitado sobre o feno, era possível ouvir a respiração pesada do animal evidênciando o sofrimento que estava sentindo.

Namjoon e Dong-Wook observavam o animal tristemente, enquanto discutiam sobre o que fariam.

— Um médico veterinário vindo de Seul, vai demorar seis ou sete horas. Acho que não temos tanto tempo, e ela está sofrendo, não acho que resista por muito tempo — Dong-Wook comentou acariciando o animal que parecia olhar dentro de sua alma, e pediar clemência por seu estado.

— Eu sei, mas não temos médicos veterinários na região e nem temos os materiais necessários para sacrifica-la — Namjoon comentou enquanto caminhava nervosamente sobre o local de sua propriedade, parando com seu corpo depois de seu curto desespero, ao se lembrar de uma informação importante que havia se perdido em sua memória — Na verdade acho que temos uma médica veterinária que possa nós ajudar.

— E quem séria? — O alfa mais velho perguntou ao se levantar, batendo as calças jeans claras para retirar os fenos que se prendiam sobre o tecido. Só então prestando atenção no ambiente, vendo o filho para no cantinho, enquanto segurava fortemente uma sacola sobre as mãos, olhando atentamente a cena com os olhos grande que o lembravam jabuticabas recém colhidas.

Sorriu em direção ao seu filhote, fanzendo um sinal para que ele se aproximasse de si.

— Uma das peãs que vem para a competição esse ano é médica veterinária segundo os rumores, se tudo eles estiverem certo podemos ter uma chance de não precisar sacrificar o animal — Namjoon repondeu rapidamente, se curvando em sinal de respeito ao notar a presença do amigo de longa data.

— E onde ela está? — Dong-Wook perguntou, ele não queria ter que sacrificar um animal tão jovem como a pequena safira.

— Deve estar no acampamento com os outros peões, eu a vi de relance pela manhã — Namjoon comentou, deixando um suspiro sair por seus lábios.

Não queria ter que pedir ajuda de uma alfa desconhecida, mas a julgar pela situação talvez fosse necessário.

Essas são as consequências de se amar um cowboy Onde histórias criam vida. Descubra agora