Capítulo 6

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– Prontas?

– Faça essa pergunta novamente, quando eu não estiver para vomitar minhas entranhas.

– Porque está tão nervosa? Quem voltará dos mortos serei eu. – Ele deu uma risada.

– Você é um idiota, sabia? – Resmungou a outra lady, revirando os olhos e acertando a mochila nas costas. – E então, sabe onde vamos aparecer?

– Não.

– Sabe se encontraremos alguém? – Perguntou a princesa, estreitando os olhos.

– Não.

– E sabe para onde devemos viajar? – Manifestou-se Edala.

– Não.

– E sabe alguma coisa? – Resmungou Fenrys, descrente.

– Não, pelo visto. – Respondeu Estar por ele. Ela lançou à melhor amiga um olhar deprimido. – Como nos metemos com ele?

– Acho que nascemos no reino errado. – Respondeu ela, bufando.

– Sei quem precisamos encontrar, e onde. E sei que língua falar. Mais alguém aqui pode dizer o mesmo?

– Deplorável. Foi vencido por três garotinhas. – Riu o lorde, caindo na grama da clareira com um suspirar pesado. – Ei, podemos ir logo? Como funciona?

– Vou lançar um feitiço. – Resmungou Gavriel, encarando o chão. – Por isso estamos perto do rio, da mata e do fogo. Preciso de todos os elementos para isso.

– É um feitiço, como os das Crochan? – Perguntou Edala, ao seu lado. – E você já fez isso alguma vez?

– O que você acha? Claro que não. Eu estou com minha cabeça sobre os ombros, não é?

– Se eu morrer por sua causa, Gavriel, juro por Mala, Mora e Mab, vou caçá-lo até o quinto dos infernos de Hellas. – Rosnou Edala, e Gavriel pensou que seria engraçado ver ela tentando alcançá-lo até no inferno.

– Tudo bem, tudo bem, acalme-se. – Ele revirou os olhos. – Não é diferente do que eu fazia naquela terra, ou do que Fenrys faz aqui. É como Atravessar, como andar de bicicleta.

– E você andava de bicicleta lá?

– Não, não existe tal coisa lá ainda. – Ele sorriu para Estar, que só fez revirar os olhos. – Mas eu Atravessava. E não se esquece como se faz isso. É como...

– Andar de bicicleta? É você falou. – Completou Nehemia, erguendo uma sobrancelha.

– Eu ia dizer que é como passar por um tornado em alto mar. Mas é, pode-se descrever assim também. – Ele deu risada. Por algum motivo toda a situação parecia-lhe hilária, e ele não sabia se era o pânico ou simplesmente o fato de que levaria Edala e Estar para outro mundo, após jurar para si mesmo que nunca sequer falaria sobre aquele lugar. – Vamos, dêem as mãos. Vocês vão adorar a sensação, depois que pararem de vomitar.

– Você é um porco. – Sentenciou Estar, estendendo a mão para Nehemia. Fenrys segurou a princesa e Edala, e as duas Ladys apertaram os dedos de Gavriel.

– Fechem os olhos.

Mas ele mesmo não fechou. Ergueu o olhar para cima e invocou na memória o encantamento que a viajante proferira para eles tantos anos antes. Ele o escrevera, para as bruxas e Larysa, apostando a vida que Aniath e Hawk lembrariam, como ele das palavras mágicas dela. Faziam quase vinte anos, mas agora estava pronto, esperava, para repetir o feitiço e voltar para Camélia.

Um longo cântico ressoou na floresta. O lorde não fora treinado a cantar como fora Evalin e Edala, mas sabia alguma coisa sobre a própria magia, e deixou que ela fluísse por si. Por Estar e Edala, e então por Fenrys e Nehemia. Deixou que seu corpo canalizasse as plantas em volta, desde a terra aos minerais da água e o calor do fogo entre eles, o vento rugindo na copa das árvores obedeceu seu apelo musical, circundando o grupo com rajadas poderosas.

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