bicho-papão

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— Basta se concentrar e imaginar algo engraçado! Vamos! - incentivava o professor de Defesa Contra a Arte das Trevas para um aluno da Corvinal, que imediatamente fazia um pombo gigante usar saias de tules e a turma caia na gargalhada. - Ótimo! Muito bom! Agora.., Srta Laverne, por favor.

— Eu? Mas... - os olhares dos alunos em cima de mim me petrificaram no chão. Não fazia ideia do que o Bicho-papão viraria quando eu o encarasse mas definitivamente não queria descobrir na frente daquelas pessoas.

— Participação vale nota, Srta.! - ele continuava - E pelo jeito que está a sua, vai ganhar uma suspensão já, já.

— Ela tá ferrando com a Grifinória! Desertora! - ouço cochicharem atrás de mim.

         Pegar uma suspensão logo agora que Sirius acordou, seria um banho de água fria. Longbottom assentia com a cabeça me encorajando, mas eu desejava que não tivesse o feito. Por pura pressão, começo a me posicionar na frente da sala sentindo dificuldades para encher os pulmões de ar sabendo de que muitos torciam para o meu fracasso.

— Se prepara! Lá vai! - gritava o professor antes de abrir a porta do guarda-roupas pela décima vez naquele dia.

         Meu coração acelerava enquanto aquela criatura se aproximava de mim em disparada. Ela me analisa por um segundo antes de começar a transformação. Ia se moldando gradativamente como uma gosma negra, quando finalmente uma forma despontava. Era esguia e um pouco mais alta que eu, aos poucos percebo se tratar de um corpo humano em pé, com o rosto coberto por uma capa preta familiar. Sobre as vestes, o símbolo da Sonserina aparecia explodindo uma risadaria na sala.

— Silêncio, pessoal! - o professor tentava conter a turma.

         Era como estar preso num pesadelo com plateia, minha cabeça girava tentando entender o que aquilo significava e eu tinha a impressão que ainda iria piorar. Foi então que a criatura levantou o rosto me encarando com grandes olhos de cobra.

— Eu te odeio! - gritava Vitor na minha frente e a classe ficava em silêncio absoluto. - Eu sempre te odiei, irmãzinha! Sempre te achei medíocre, sem talento, digna de pena! 

— Concentre-se, Srta. Laverne! - a voz do professor chegava fraca aos meus ouvidos.

— Você é patética demais pra ser uma Laverne! Era melhor que você não tivesse nascido! - os olhos de cobra no rosto de Vitor me paralisavam.

— Rid... Riddi... - minha voz tremia tanto quanto o resto do meu corpo.

— Eu tentei te matar uma vez, mas o idiota do Sirius Black entrou no caminho! - de repente a criatura agarra meus ombros - Dessa vez, eu não vou falhar!

— PARA! - berro fechando os olhos sem pensar. Nem notei quando o professor entrou na minha frente e deu um jeito para o Bicho-papão voltar rapidamente ao armário. Aos poucos o caos se instaurava na turma com o ocorrido, reparo Vitor me encarando na minha visão periférica mas só me atrevo a olhar pra baixo. 

— Pessoal, pessoal! Vamos manter a educação, isso aqui ainda é uma sala de aula!

— Desculpe, professor.

— Tudo bem, Srta... - ele me olhava assustado até que o sinal da escola tocou e eu sai correndo a toda velocidade em meio a multidão.

~~ Lily's POV ~~

        Meu queixo ainda estava suspenso no ar no momento que eu recolhia meu material da carteira junto aos Marotos. Assistir a Zoe correr desesperada daquele jeito me gerava um impulso de ir atrás socorre-la, mas ao mesmo tempo não saberia o que dizer depois de tanto tempo. 

— Que ridícula! Ela tem medo do Vitinho ir pra Sonserina! - zombava Pettigrew antes levar um safanão do Tiago.

— Deixa de ser burro, Pedro! Era uma metáfora! 

— Talvez pela má fama da Sonserina. Ou pode significar uma oposição, todo bruxo sabe que a rivalidade com a Grifinória vem desde que os dois fundadores duelaram. - divagava Remo.

— Espera aí, Godrico e Salazar duelaram de verdade? Tipo de verdade mesmo? - o mais baixinho dos 3 se debruçava na mesa.

— É o que diz a história. O fundador da Sonserina queria que a escola fosse composta apenas por bruxos de sangue puro, mas o Godrico era fortemente contra e eles duelaram pra valer. - Lupin explicava enquanto o amigo ouvia atentamente.

— Eu só não entendi porque o Vitor... quer dizer, o Bicho-papão disse que tentou matá-la. - eu intercepto a conversa dos meninos.

— Acho que eu posso ter alguma culpa nisso. - eu e os outros 2 marotos franzíamos a testa pro Potter - A pessoa que foi atacada no baile foi a Laverne, e não o Sirius.

— Que? Como é, Pontas? Explica isso direito! - Remo balbuciava sem parar.

— Descobri hoje na enfermaria quando Sirius acordou. Fiquei com tanta raiva da Laverne ter escondido isso que acusei o Vitinho de novo. - as palavras do garoto me baqueavam pra trás.

— Mas... mas por que ela esconderia a verdade? Por que ela não falou nada? - minha mente girava ao relembrar da semana passada, agora com uma nova perspectiva.

— Vai saber o que deu na cabeça dela! - Tiago me segurava pelos ombros - Não tinha como você saber, e também... Você não poderia fazer nada.

— Eu poderia ter estado ao lado dela! - minha voz saia mais alta sem querer - Todo esse tempo que ela ficou sozinha poderia ter sido atacada novamente!

— O que você poderia fazer? Defendê-la? - ele soltava de súbito.

— Você acha que eu não consigo? É isso que quer dizer? - coloco a mochila nas costas com raiva.

— Não, não é nada disso! - Potter tentava se justificar - Nada aconteceu, Lily! Está tudo bem!

— Não! Não está nada bem. - viro as costas em direção a saída, e quase na porta percebo que Zoe havia esquecido sua mochila no fundo da sala.

~~ Lily's POV ~~

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⏰ Última atualização: Jul 29 ⏰

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