surpresa desagradável

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                 Terminamos de limpar a sala do Slughorn pouco tempo antes da Minerva chegar e nos liberar da detenção. Segundo Black, tínhamos que passar na sala comunal para buscarmos o tal segredo dele. Quando entramos no lugar, fico no sofá aguardando Sirius buscar algo no dormitório masculino.

— Tá pronta, Laverne? - Ele traz uma mochila nas mãos e coloca em cima da mesa de centro, olhando ao redor pra ter certeza de que estávamos sozinhos. Eu sento na beirada do sofá de ansiedade. - O Tiago deixou comigo nas férias. Disse que podia precisar. 

— Esse suspense tá me matando. Vai logo! - "Tá, tá!", disse Sirius abrindo a mochila e tirando um pano grande e surrado de dentro dela - Tô confusa. Seu segredo é um cobertor velho do Tiago? Tá com problemas pra dormir ou o que?

— Você fala demais, Laverne. - O garoto pega o pano e vira ao avesso antes de colocar sobre o corpo. Eu tampo a boca e caio pra trás no sofá incrédula.

— Que? O que? Como? - Eu gaguejo sem parar. O corpo de Sirius simplesmente tinha desaparecido e sua cabeça flutuava no ar. O garoto ria, se divertindo com a minha cara de espanto - Isso é...

— A capa da invisibilidade, sim. - "Mas...", eu começo a dizer e sou interrompida - Sem perguntas, lembra?

— Vocês são mais loucos do que eu pensava! Por Merlim! 

— É isso que vai nos levar pro jardim do castelo. - Sirius fazia o plano soar muito sério.

— Espera aí. - eu levanto do sofá - Acha mesmo que nós dois vamos caber nisso?

— É só a gente ficar bem perto. - Sirius se aproxima e para na minha frente com as mãos pra trás. Pude notar o quanto ele era alto, quando meu pescoço se esticou para encará-lo. O garoto sorria debochado - Eu deixo você me abraçar, se quiser. Mas não se acostuma.

— Vou tentar não vomitar. 

             De baixo da capa, o garoto ia na frente com um papel estranho na mão e uma lamparina na outra. Ele analisava o papel antes de nos guiar pelo castelo e misteriosamente sabia todos os corredores vazios para passarmos. 

             Eu tentava acompanhá-lo atrás, me esforçando para não encostar nas suas costas, mas o espaço embaixo da capa era apertado. Seu perfume invadia minhas narinas involuntariamente e às vezes seu cabelo voava no meu rosto.

             Atravessamos o castelo e chegamos ao jardim sem sermos notados. A grama tava molhada pela neve derretida e o frio fazia nossas respirações soltarem fumaça. Sirius dobra o seu papel em várias partes e depois guarda com cuidado no bolso. Ele se vira pra mim, fazendo nossos rostos ficarem a centímetros de distância.

— Acho que já tá tranquilo pra tirarmos a capa. - Ele sussurrava enquanto eu assentia com a cabeça. Atrás de uma pedra, saímos debaixo daquele pano. Sirius apaga a lamparina e guarda junto a capa na mochila.

— E agora? Pra onde vamos? - Eu ajeitava o cabelo enquanto ele me fitava sem piscar. - Que foi?

— Nada... - Ele chacoalha a cabeça e começa a analisar o redor. - O caminho tá livre. Vem!

            O garoto, de repente, pega minha mão e me puxa até outra pedra. Olha ao redor de novo e me puxa novamente pra outra pedra. Assim até chegarmos perto da cabana do Hagrid. Eu estava quebrando umas 20 regras da escola, mas a minha maior preocupação no momento era se minha mão estava muito suada. 

— É aqui. - Ele aponta com a cabeça pra cabana, ainda sem soltar a minha mão. 

— Se queria falar com o Hagrid, deveria ter marcado visita. Acho que ele não está. -  Eu puxo minha mão rapidamente e ele percebe mas dá de ombros - Tá tudo apagado...

Desventuras | Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora