Capítulo 6

1.4K 145 32
                                    

A dor vinda de seu braço o fez acordar em um susto, aemon deve ter apagado depois de tamanha derrota, o que foi bom, não queria ter que encarar a si próprio ou a família, tinha vergonha. pela janela podia ver que era tarde da noite, por quanto tempo ficou desacordado?. a porta se abriu e um meistre junto com um criado veio examiná-lo

“boa noite vossa alteza, está acordado. lhe dei leite de papoula para ajudar em seu descanso, o seu braço não sofreu uma perda muito grande mas ainda sim terá que evitar usá-lo em atividades pesadas por algumas semanas” lhe informou o homem, aumentando a tristeza dele

“obrigado meistre, quanto tempo fiquei apagado? as festividades se encerraram?” questionou, tendo alguma esperança de que se não fosse lutar, pelo menos teria alguma outra diversão, o homem hesitou responder, como se não soubesse como lhe dar uma notícia ruim “meistre?”

o senhor respirou fundo antes de falar com pesar na voz “alteza ficou desacordado por algumas horas, e a previsão era que ficasse mais ainda. mas devo ter dosado errado no leite, as festividades foram interrompidas devido ao falecimento da rainha esta tarde”

aemon piscou várias vezes tentando assimilar a notícia, tinha um profundo carinho pela cunhada, e estava igualmente confiante que tudo iria dar certo no parto, pensou em viserys, em rhaenyra, o quanto deviam estar abalados. toda a sua vergonha da derrota foi substituída pelo luto, tentou se levantar mas o meistre o impediu

“é melhor que descanse mais alteza, pode abrir as feridas”

“preciso ver minha família” insistiu se levantando de qualquer forma, a pontada no braço o atrapalhou mas conseguiu se colocar de pé, olhou para o criado e ordenou “traga roupas melhores agora e me ajude a vesti-las” o homem prontamente foi fazer o que lhe pediam

“sua família está em um momento tenso agora, o rei se trancou na sala do conselho junto com a mão, para decidir os planos do funeral da rainha, a criança sobreviveu ao parto, é uma menina, ainda não foi nomeada”

“Ótimo, então preciso conhecer minha nova sobrinha, já que pelo visto não anda tendo muitos cuidados. Onde ela está?”

“Com a princesa rhaenyra nos aposentos dela”

Aemon assentiu agradecendo ao meistre que vendo que não tinha como impedi-lo verificou os curativos do braço dele e ajudou o criado a vesti-lo melhor para sair durante a madrugada, nunca tinha visto o castelo acordado tão tarde, a maioria já deveria estar dormindo mas não, existia uma movimentação intensa nos corredores da fortaleza, o quarto de rhaenyra não ficava tão longe do seu, bateu na porta esperando permissão e uma voz rouca do outro lado lhe permitiu entrar, as velas ainda estavam acesas para iluminação assim como a lareira para o frio, nyra estava sentada na beira da cama ao lado de um berço

“Tio aemon, foi horrível” disse a garota se levantando e o abraçando com força, fazendo-o soltar um gemido de dor “desculpa se o machuquei” nyra se afastou um pouco e ele pode ver que além da voz completamente falha, os olhos da pequena se encontravam inchados, vermelhos do choro prolongado por horas deduziu

“Tudo bem, já estou melhor.  eu sei o quanto é difícil perder a mãe nyra. Mas tem que ser forte pela sua irmã e seu pai”

“Não, não quero ver aquele homem de novo, ele não é meu pai” respondeu ela com ódio enorme levantando a voz “você não viu o que aconteceu, ele deixou que a matassem, deixou que a cortassem igual gado, aquele monstro”

Aemon ficou confuso, o meistre não havia lhe dado nem metade das informações pelo visto, segurou os ombros da sobrinha e a guiou de volta para se sentar na cama. Olhou de relance para a bebê no berço que devia ser a única na fortaleza a ter um sono tranquilo naquele momento

Eu vou ter você de voltaOnde histórias criam vida. Descubra agora