Capítulo 12

189 27 14
                                    

  𝐴𝑛𝑛𝑖𝑘𝑎 𝐻𝑎𝑟𝑑𝑒𝑛

  Subi as escadas correndo em completo desespero, enquanto Damian caminhava a passos largos atrás de mim sem se preocupar em correr também, pois sabe que não tem para onde fugir. Entrei no meu quarto e empurrei o meu corpo contra a porta na tentativa de evitar sua entrada. — Abra a porta, Annika! — Do outro lado ele vociferou, a voz grave e gutural fez com que meu corpo se arrepiasse em terror.

  Ele empurrou a porta para entrar e eu tentei segurá-la, mas Damian — maior e mais forte — a abriu em questão de segundos, e avançando para cima de mim como um touro me jogou contra a cama. Tentei me afastar, mas ele se sentou sobre a minha barriga, com cada perna ao lado do meu corpo, me impedindo de me mover, estava difícil para respirar.

  Me debati sob ele, implorando por misericórdia enquanto meu rosto era tomado por lágrimas.

  Não demorou para que suas mãos estivessem sobre o tecido do meu vestido, rasgando-o como se fosse papel. Seus dentes faiscaram num sorriso malicioso ao ver meus seios expostos, eu sequer conseguia mover os meus braços para tentar me proteger do seu olhar amedrontador.

  Fechei os meus olhos, não querendo visualizar a cena. Só faça de uma vez e me deixe sozinha, eu só quero que isso acabe.

— Annika, Annika! — Mãos balançaram meu corpo fazendo-me abrir os olhos, ao ver a imagem do seu rosto, gritei assustada e empurrei meu corpo para trás até minha cabeça bater na cabeceira da cama. — Ei, ei, calma! — Ele falou baixo.

  Olhei em volta, o quarto iluminado pela luz amarelada do abajur do criado mudo me fez perceber que tudo não passou de um sonho ruim.

— Tive um pesadelo. — Falei, sentindo minha garganta seca. Levei minhas mãos ao rosto, trêmula, ainda com aquela sensação terrível.

  Senti a cama afundar e tirei as mãos do rosto para olhá-lo sentando-se na beirada da cama.

— Ouvi os seus gritos do meu quarto e vim checar. — Ele me olhou parecendo preocupado.

  O fitei sob a meia luz, ainda confusa sobre o que é real ou sonho. Com medo de ainda estar adormecida e a imagem dele sendo gentil fosse meu cérebro querendo pregar uma peça. Levei a mão ao peito tentando acalmar o coração que bate descompassadamente.

  Damian fez menção em se aproximar e eu me afastei.

— Tenho uma ideia do que pode ter sido. — Ele falou e eu desviei o olhar para baixo. 

  É óbvio, não é?

— Que horas são?

— São quatro da manhã, tens tempo para dormir.

— Não conseguiria nem se quisesse. — Falei cabisbaixa, evitando seus olhos claros.

  Num leve suspiro, ele se levantou e estendeu a mão para eu segurá-la, olhei para ele e para a sua palma.

— Vamos até a cozinha, anda. — Ele falou, balançando a mão, insistindo para que eu a segurasse. O fiz apenas para levantar-me da cama e a soltei assim que de pé. Um arrepio percorreu meu corpo ao tocar o chão, o piso gelado me fez andar na ponta dos pés para fora do quarto.

  Damian caminhou na minha frente pelo corredor e notei a porta de seu quarto aberta, me tocando de que nunca a vi assim ou sequer já vi seu quarto por dentro. Descemos as escadas e eu procurei segurar no corrimão por conta da escuridão, para não tropeçar e acabar caindo.

  Logo, chegamos à cozinha. Damian caminhou até os armários e se abaixou, pegando uma panela pequena. Puxei uma cadeira e sentei-me à mesa enquanto ele buscava o pote de açúcar e a caixa de leite dentro da geladeira. Nesses meses em que estou aqui, nunca o vi chegar perto do fogão, cheguei questionar se ele sabia como ligá-lo.

Comprada Pelo BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora