AMELIE CARTIER POV'S
UM VAZO SE CHOCOU CONTRA A parede ao meu lado, os cacos de vidro se espalhando por todos os lados da sala.
Minha mão foi em direção a minha bochecha quando senti um leve ardor quando a lágrima desceu e se chocou com o corte que havia feito.
Fechei os olhos enquanto tentava controlar a respiração, para que ele não ficasse mais nervoso do que já estava, se ouvisse que eu estava chorando.
— O que está esperando porra? Vá pegar uma vassoura para varrer essa merda! — Arthuro gritou e eu apenas engoli em seco e caminhei em direção a cozinha atrás da vassoura.
Tentava me acalmar enquanto escutava ele subir a escada e ir em direção ao seu quarto para tomar um banho, evitando a todo custo que as lágrimas me dominassem.
Quando me certifiquei que havia pego todos os pedaços de vidro espalhados, joguei no lixo e preparei o café dele, deixando em cima da mesa e subi para o quarto antes que ele descesse e decidisse quebrar mais alguma coisa. Ou alguém.
Tranquei a porta do meu quarto e me joguei na cama, querendo dormir o mais rápido que eu conseguisse, para acordar no dia seguinte e sair dessa casa pelo pouco tempo que fosse.
Ouvi quando a porta do seu quarto abriu e fechou novamente e logo depois ouvi o ranger da escada enquanto ele descia.
Esse era o meu último ano escolar e então estaria livre para me mudar para um lugar aonde eu não tivesse que andar com medo de ser agredida novamente, um lugar aonde eu me sentisse confortável de ser eu mesma.
No dia seguinte quando o sol iluminou meu quarto e o meu celular começou a vibrar, ele já não estava mais em casa e agora estava em seu trabalho, então me levantei e destranquei a porta do quarto, indo em direção ao banheiro e indo tomar banho.
Ontem eu estava prestes a sair de casa para ajudar o senhor Granter com a boas vindas de seu neto, quando Arthuro chegou no exato momento que minha mão tocou a maçaneta e quando olhei em sua direção percebi o quanto estava irritado, o que significava que eu não iria sair para lugar nenhum.
Ele se estressou mais quando percebeu que eu ia sair sozinha durante a noite e então começou a gritar e ficar agressivo.
Eu não podia fazer nada, ainda não tinha idade suficiente para sair de casa e se eu morasse em outro lugar, ele facilmente poderia denunciar como sequestro, assim como ele já insinuou uma vez.
Não tive tempo em explicar ao senhor Granter que não apareceria, mas Saphira me mandou mensagem quando chegou em casa me perguntando o porque de eu não ter ido. Tive que inventar uma mentira convincente, dizendo que eu não estava muito bem e havia vomitado mais cedo, ela acreditou e perguntou se eu queria que ela viesse passar a noite comigo. Mas eu não confio no meu irmão para trazer uma de minhas amigas para passar a noite aqui.
Tinha medo dele acabar tendo outro ataque agressivo na frente delas e acabar machucando alguma delas. Eu não poderia pedir para elas entendesse ele, assim como eu tentava entender.
Sai do banheiro e vesti o uniforme da escola, me perguntando quando eu finalmente poderia parar de usar aquela roupa e colocar fogo. Não aguentava mais a escola.
Algo que não fazia sentido naquele lugar, não podemos ir sem o blazer que eles dão porque poderia marcar muito o busto, mas a parte de baixo era uma sai acima do joelho?! Qual o sentido disso?
Soltei o cabelo e amacei os cachos de baixo para cima, fazendo eles tomarem forma novamente. Pelo espelho do banheiro, olhei o corte que Arthuro havia feito ontem à noite e tive que cobri com maquiagem.
Não sentia fome então apenas peguei minhas coisas e saí de casa, encontrando o carro de Miles bem em frente.
— Bom dia, mia cara. — Miles falou assim que entrei e logo deu partida em direção à escola.
— Bom dia, amigo.
— Como está? Se sente melhor? — Saphira olhou para mim por cima do banco do carro e me olhou com uma cara de preocupada. Seu cabelo loiro brilhando tanto quanto seus lábios cobertos pelo gloss.
— Estou melhor, Saphira. Só foi algo que eu comi que me fez mal. — Ela me olhou ainda preocupada e virei o rosto para que não corresse o risco dela perceber algo. — E aí como foi lá? O neto de Philipe é legal?
— Amiga! Ele é um gato! — Miles falou com um sorriso no rosto como se tivesse empolgado em me contar sobre o novo garoto. — Ele é a cara do pai dele, praticamente a cópia do Mattheo!
— Jura?
— Eu não achei ele tudo isso. — Saphira começou a se olhar pelo retrovisor e arrumou seu gloss e seu cabelo. — Ele é loiro e alto, a única coisa boa dele é a altura.
— Depois do seu ex, loiro virou o seu trauma né? — Miles perguntou com um tom de deboche, fazendo a loira olhar em sua direção com cara de tédio.
— Nada haver tá legal?
— Pois é, Miles, ele pintou o cabelo, agora ele é ruivo. — A loira se apoiou no banco e olhou para mim estressada. — Ela deve ter tomado trauma de loiro e ruivo agora.
— Ah verdade né? Ele ficou ridículo ruivo. — Miles entrou no colégio e estacionou em uma vaga que ele encontrou.
— Vocês é que são ridículos! — Pegou sua bolsa e desceu do carro estressada na nossa frente, enquanto eu e ele nos olhamos e começamos a rir antes de descer do carro.
— E ela jura que superou aquele garoto né? — Fechei a porta do carro e entrelacei meu braço no dele e caminhamos em direção ao colégio.
— Amiga, se eu tivesse namorado um dos melhores jogadores de basquete da escola que agora tá jogando fora em um time famoso, nem eu superaria.
— Me conta mais sobre o garoto! Qual o nome?
— Acho que é Logan. — Ele pareceu pensar por um segundo e depois balançou a cabeça confirmando. — Ele não ficou muito tempo com a gente, acho que ele não é muito social. Mas ele é realmente um gato amiga.
— O seu gosto não é muito confiável, Miles. Comparando com o hétero incubado que você estava ficando. — Soltei do seu braço e abri o meu armário.
— Não entendi, mia cara? Decidiu julgar os gostos de todo mundo hoje foi? — Ele olhou por cima dos meus ombros enquanto esperava eu pegar os livros do dia. — Olha ele ali.
Olhei na direção que ele olhava, procurando o garoto que ele falava, quando um menino saiu da frente e então um garoto loiro apareceu, realmente parecido com seu pai, mas havia ainda mais traços de seu avô nele do que eu imaginei.
Não posso dizer que Miles estava mentindo, ele realmente era bonito. Com cerca de um metro e oitenta e cinco de altura, cabelos loiros e olhos castanhos como os de seu pai Thomás.
Ele passou direto por nós, indo direto em direção a sua sala, como se já conhecesse a escola como a palma de sua mão.
— Fecha a boca, mia cara, a baba tá escorrendo aqui. — Ele fingiu limpar algo no canto da minha boca, dei um tapa em sua mão fazendo o garoto sorrir convencido. — E agora, vai dizer que ele é feio?
— Ele não é feio.
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DESCOBRINDO O AMOR {Livro #2}
Romance'Descobrindo o Amor| LOGAN GRANTER é filho de quatro homens e apenas uma mulher, apesar de crescer rodeado de amor familiar, o seu primeiro amor não foi a melhor experiência. Sua mãe depois de ver como seu filho estava se tornando, decide enviá-lo p...