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LOGAN GRANTEE POV'S

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LOGAN GRANTEE POV'S

QUANDO EU VI MEU AVÔ PELA PRIMEIRA vez depois de anos, eu percebi o quanto somos parecidos fisicamente.

Apesar de ele ser uns setenta anos mais velho do que eu, nos realmente temos vários traços semelhantes.

Não foi tão estranho ver ele quanto eu imaginava, já que haviam outras pessoas ali que eu tive que falar então não dei muita importância para ele.

Pode parecer até mesmo birra de um jovem adulto que sente falta da atenção do avô, mas na verdade eu tenho certa raiva com ele desde o momento que vi o meu pai sofrer por não saber se seria um bom pai, já que ele não teve um presente.

Apesar de ele estar presente no meu chá revelação e aparecer para me ver duas semanas depois que eu nasci, ele nunca apareceu em nenhum aniversário meu, a não ser no primeiro. Sempre mandava presentes caros, como se isso compensa-se a falta da presença dele.

Mas eu nunca senti falta dele, já que eu tinha outros dois avôs que faziam presença no lugar dele.

Ontem quando eu cheguei no aeroporto, um garoto chamado Ethan estava lá me esperando. Me levou até a casa que eu ficarei e foi educado comigo enquanto conversávamos no caminho.

A pequena festa de boas vindas que eles deram para mim não foi exagerada, mas já foi o suficiente para eu ficar nervoso e ansioso.

Não gosto de ser o centro das atenções, principalmente de gente que eu não conheço.

Mas todos se apresentaram, comeram e foram em bora dizendo que eu precisava descansar, já que no dia seguinte eu iria começar as aulas.

Meu avô não estava mais em casa quando eu acordei, mas havia um café da manhã na mesa com várias opções pra escolher.

Me sentei e peguei algumas torradas e a geleia de frutas vermelhas, olhando pela janela enquanto esperava o tal do Ethan vim me buscar, já que ele seria meu motorista para evitar que eu saia da linha.

Meu pai Thomas exigiu isso.

Não que meus pais sejam rígidos, na verdade sempre foram bastante liberais e legais, mas com certeza o Thomas é o mais exigente e rígido em certos momentos.

A minha farda escolar estava pendurado em um cabide no guarda roupa quando eu acordei. Não era uma farda muito diferente da minha antiga escola, umas das únicas diferenças era o brasão da escola e a cor azul marinho.

Neste ano, eu já deveria estar me formando e indo atrás de um emprego. Mas eu decidi deixar a escola de lado um ano quando acabei conhecendo meus antigos colegas e repeti o último ano.

Quando enfim terminei de me arrumar desci rapidamente em direção a cozinha e parei quando vi meu avô na cozinha enquanto comia seu café e mexia no celular.

— Logan. — Eu não sentia ódio pelo meu avô, estava longe de sentir. Na verdade eu sentia raiva. Por tudo o que ele fez o meu pai passar quando pequeno.

— Oi vô. — Foi tudo o que conseguimos falar enquanto comíamos. Ele se manteve quieto como se não soubesse o que falar naquele momento e eu estava me sentindo da mesma forma.

Estava um constrangimento enorme naquele lugar, nenhum dos dois sabiam como tirar aquele clima tenso ou como deveríamos começar uma conversa.

Mas então a porta se abriu, e Ethan entrou na cozinha com um sorriso no rosto, olhou na minha direção e quando viu que eu já havia terminado de comer apontou para seu carro do lado de fora atrás da janela.

— Pronto para conhecer sua escola?

[...]

Eu estava rodando em algum corredor dessa escola que eu não fazia ideia de onde fosse. Estava vazio e com alguns armários abandonados da mesma cor do uniforme.

Eu havia fugido da garota que se propôs a me ajudar a conhecer a escola e acabar não me perdendo, como fiz agora.

Mas quando vi aquela garota loira que arrumou o decote para se amostra mais e veio na minha direção toda manhosa, eu fugi imediatamente sem pensar muito.

Por mais que eu não parava quieto em casa e vivesse em festas e com cheiro de álcool, eu nunca mais me envolvi com uma garota desde meus quinze anos.

Pode-se dizer que eu fiquei com uma garota há anos atrás quando estava tão bêbado que não lembrava nem mesmo o meu nome.

Então, eu corri da loira porquê não tenho interesse em me envolver com alguém enquanto estou aqui na França, em Lyon.

O corredor estava vazio, o que me surpreendeu já que agora estávamos em horário de recreio e deveria estar cheio de alunos correndo por todos os lados.

Olhando por todos os lugares que eu podia, uma sala me chamou atenção quando passei em frente e olhei através do vidro.

A sala estava com várias pinturas penduradas na parede e no canto da sala havia várias tintas e matérias de pintura. Havia um círculo na sala formado por cavalete de pinturas, e uma cadeira no meio do círculo, aonde eu imaginava ser o local para o modelo.

Mas o que me chamou mais atenção, foi que havia apenas uma garota naquela sala, mas que não dava para ver o rosto já que ela estava de costas para o vidro, concentrada em uma pintura que ela fazia com a tinta amarela.

Seus cabelos castanhos cacheados estavam presos em um coque bagunçado revelando o fone de ouvido que ela usava e vestia um avental por cima do seu vestido amarelo.

O pincel que ela usava para pintar deslizava pela tela com uma precisão, como se ela soubesse exatamente o que estava fazendo.

Ela parecia estar pintando uma espécie de girassol, com traços bem diferentes e específicos e com os tons de amarelo dominando a tela, mas os girassóis estavam caídos para os lados, parecendo estarem murchos e tristes.

A cena me prendeu e me fez ficar hipnotizado, a forma que ela pintava, como alguns cachos teimosos corriam por seus ombros e costas, como as vezes ela parava para dançar a música que tocava em seus fones, e que eu queria saber qual era.

Tudo nela me deixou hipnotizado, fascinado.

Quando me dei por mim que estava olhando uma garota aleatória sem parar, olhei ao redor procurando ver alguém e quando não vi, lancei um último olhar para a garota dentro da sala e voltei a caminhar pelo corredor até achar a porta do refeitório e entrar.

DESCOBRINDO O AMOR {Livro #2}Onde histórias criam vida. Descubra agora