Capítulo 7

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Naquela mesma semana,  Elisa completava seus dezessete anos, a jovem estava extremamente feliz,  seus pais e seu namorado decidiram fazer uma comemoração no sítio com tudo o que a garota tinha direito.
Um bolo gigantesco, símbolo dos anos 2000, foi feito por suas tias, docinhos e muita comida gostosa, a menina também colocou a mão na massa, fazendo salgadinhos de todos os tipos, herdara a mão boa na cozinha de sua mãe, que era uma cozinheira de mão cheia.
Tudo ia bem, faltava apenas um ano para se formar no ensino médio, a garota agora precisava apenas focar em passar em uma faculdade federal, ela sabia que seus pais não conseguiriam mantê-la em uma faculdade particular, logo precisaria estudar muito para prestar vestibular.
Seu sonho era ser professora, se apaixonou pelo magistério, quando fora monitora em sua escola, ajudando os demais alunos que tinham dificuldades em algumas matérias.
A sua maior preocupação era o namorado, o rapaz não gostava nenhum pouco da ideia de ter a namorada morando em outra cidade, o mesmo sempre batia na tecla de que a garota não precisaria estudar tão longe, pois quando se casasse, seria ele seu provedor, logo não precisaria trabalhar. Era a mesma discussão sempre, a garota já estava ficando irritada com tal assunto, mas, mesmo assim, tinha medo de perder o namorado então fingia ceder aos seus caprichos.
Passados cerca de três meses, o pior aconteceu: Antônio acorda com o rosto paralisado e o braço esquerdo estava dormente. Desesperado, o homem chama a esposa que dormia ao seu lado.
O homem então é levado as pressas para o hospital mais próximo, os médicos diagnosticaram a causa como sendo um AVC, Antônio agora lutava pela vida. O homem, que antes era cheio de vida, se encontra deitado em uma maca, batalhando para se manter neste mundo.

Elisa anda de um lado para o outro em casa, não sabe o que fazer, nunca antes tinha passado por essa situação. Heitor tenta acalmar a garota, se não fosse por ele, seu pai não chegaria a tempo no hospital. Quando ouviu o telefone tocar e escutou a voz chorosa da amada, mais do que depressa o rapaz se levantou da cama e pegou a chaves de sua velha caminhonete.

A semana passou lentamente, Elisa ficou responsável pelos irmãos mais novos e pela casa. Heitor sempre ajudava a moça com as crianças, também a consolava. Mas infelizmente as notícias não eram boas, seu sogro estava, agora, entubado. O pobre coitado tivera mais um AVC, enquanto os médicos tentavam o salvar, sofrendo também de uma forte pneumonia que lhe atacara os pulmões.
A família de Elisa estava um caos, ela não ia para a escola a dias, seus irmãos estavam rebeldes, não aceitando sua autoridade, sua mãe em um estado de negação, deprimida.
O início do mês de agosto fora o mais triste da vida da garota, seu amado pai não suportou, sucumbiu quando uma parada cardiorrespiratória lhe sobreveio.
Elvira não aceitava a partida do seu amor,  não comia direito, mal dormia, chorava bastante e mal saía da cama. Antônio era  o provedor da casa, e a família se viu em uma situação financeira complicada. Elisa então, como filha mais velha, tomou para si a responsabilidade de cuidar de todos. Começou a trabalhar como podia, vendia salgados pela cidade, trabalhava de babá. Deixou seus sonhos por um instante para cuidar da sua família e, no ano de 2014 a garota parte para Ouro Preto em busca do seus sonhos.
Sua mãe, agora melhor emocionalmente e seus irmãos já com idade o suficiente para trabalhar, deu-lhe a tranquilidade de seguir com sua vida. Porém, seu namoro não suportaria a distância, acabando no momento em que sua matrícula fora feita.

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