Amores de uma vida

Capítulo 10

Todos os casais de padrinhos e madrinhas na frente da igreja e, infelismente, Elisa se viu sozinha, Heitor ainda não havia chegado. Só então a garota pode notar que seu parceiro estava de braços dados com sua prima Érica logo mais a frente, sua amiga não dissera antes, mas quando o casal terminara, optou por separa-los durante a cerimônia colocando assim, Elisa como par de Augusto, primo de Bernardo. Apenas contara isso quando estavam se maquiando no salão. Luiza se explicou dizendo que queria a amiga confortável e, sem outra opção, Elisa apenas assentiu.

Ao ver o homem andando em sua direção, a garota suspirou desajeitadamente, ele lhe causava um misto de sensações, de fato, era um homem muito atraente. Ele, com voz firme, chama a garota, lamentando não ter cumprimentado-a anteriormente, pois não se sentia confortável a interromper a comemoração no dia anterior. Se apresentou, então. Seu nome era Augusto, primo de Bernardo e novo morador da cidade, omitindo que era o comprador das terras de Seu Oliveira, que nesta data já havia falecido.

De braços cruzados, os padrinhos entram na igreja, ao som de Amigo Velho, da banda Falamansa. Elisa estava muito emocionada, era a realização de um sonho de infância. Um dia prometera a amiga que seriam as madrinhas uma da outra. Ela sabia a importância de tudo isso, e não conseguia segurar as lágrimas que rolavam pelo seu rosto.

Amizade é algo incrível! Quando se conheceram, não imaginavam o quanto significariam uma para a outra. Era um sentimento único, como se fossem irmãs, mas sem o fator sanguíneo, o que não era importante, dividiam a mesma alma, o bem da outra era essencial para si mesma. Não é algo que se pode definir com palavras, elas apenas sentiam. Ao ver a amiga entrar, vestida de branco, com um sorriso que transbordava alegria, olhos que derramavam sonhos realizados, era como se fosse sua própria alegria, se sentia também transbordante. Não pode mais conter-se e as lágrimas tornaram a rolar.

Sem ao menos dizer uma palavra, Augusto estende as mãos e entrega a moça um lenço para que possa enxugar as lágrimas. Ao ver isso, Heitor se sente extremamente desconfortável, contudo, tentou conter-se para não estragar o momento solene.

Ao lado de Elisa, o homem permanece impassível, sem demonstrar nenhum tipo de sentimento ou expressão. Já nossa querida protagonista, sentia um misto de emoções que a atração que o homem emanava, toda aquela energia que entorpecia a garota. E sua cabeça só repetia um pensamento: O homem era casado!

Terminada a cerimônia, todos se deslocaram para o salão de festas, Heitor mais do que depressa, fez questão de marcar seu território, espantando o gigante barbudo de perto de sua amada Elisa. Dançaram a noite toda, alimentando, nos corações, a esperança de reatarem a relação. Como já era esperado, os noivos partiram para a lua de mel, deixando para trás seus convidados com o sentimento da paixão aflorado.

Para não correr o risco de perder sua amada de vista, Heitor tratou de leva-la ao lugar especial dos dois, aquela cachoeira, quase que intocada, mais uma vez, o casal selaria seu amor. Eles pertenciam um ao outro, o sentimento nunca morreu, e ambos sabiam disso. Conversaram muito, e a garota revelou os mais profundos sentimentos, o quanto se sentiu traída e ferida quando terminaram, o relacionamento repentino de Heitor a feriu profundamente. O rapaz se explicou, se sentia mal pelo ocorrido. O relacionamento nada mais foi uma forma de tentar esquecer a moça, o que não deu certo, diga-se de passagem. O seu coração pertencia somente a Elisa, isso o feriu também, pois para ele, a garota não sentia o mesmo. Indo em bora tão facilmente.

Após todas explicações, desabafos e tudo mais, finalmente o casal se acertou, reatando o relacionamento. Heitor aceitou a distância, entendendo que aquele era o sonho da garota e que não poderia competir com isso. Decidiram, então, que a cada quinze dias um dos dois se deslocaria para se encontrarem . Claro que a energia romântica que embalara os dois, e todos os outros convidados, alimentou todo o romance que viria acontecer em seguida. E, mais uma vez, a lua abraçou os dois amantes em um laço de amor e cumplicidade, selando o seu amor aos pés da cachoeira, como na primeira vez.