Capítulo 3 - Inesperado Encontro

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O alto som configurado para notificar ligações em meu celular se faz presente bem embaixo do confortável travesseiro branco. Tateio o mão pelo local, mas não alcanço o aparelho. Relutantemente, decido erguer o corpo em busca do mesmo e, logo, visualizo o nome de Cíntia na tela luminosa.

— Alô? - digo com uma voz sonolenta.

— Desculpe te acordar, Helena, mas fui avisada de que devemos, ainda hoje, visitarmos o hospital filiado para conhecê-lo. Disseram que fazem questão de apresentá-lo para que possamos começar o quanto antes. - minha colega explica de maneira calma.

— Sem problemas, Cíntia. Sabe me informar o horário que pretendem sair? - pergunto em dúvida.

— Na verdade, sairemos em meia hora. - diz em tom receoso.

— Meu Deus! Vou agilizar o máximo para alcançar vocês. - falo de modo agitado.

— Tentei te avisar antes, porém a ligação sempre caía em caixa postal.

— Acho que dormir pesado demais. Peço desculpas, agora preciso me adiantar aqui. - explico sucinta.

— Sem problemas. Te esperaremos no saguão.

— Tá certo. Tchau.

Me despeço rápido e sigo em direção ao banheiro espaçoso. Com um banho curto, migro até a mala maior e separo uma calça de corte longo e reto na cor azul índigo, e uma camisa social de tom pastel, parcialmente coberta por um blazer acinturado. Nos pés, escolho uma sandália de salto baixo e bastante confortável para a intensa locomoção que me espera.

Decido por uma maquiagem leve, seguida pelos cabelos soltos em ondulações naturais. Satisfeita com o resultado, direciono-me até o elevador do andar após pouco mais de 20 minutos da ligação recebida.

Quando as portas metálicas se afastam, avisto o grupo de pessoas conhecidas na área social do hotel luxuoso. Vejo que também optaram por trajes relativamente sociais e fico feliz com a minha escolha.

— Não mentiu quando disse que agilizaria. - Cíntia fala em um tom risonho.

— A pressão é um ótimo combustível. - respondo também em descontração.

— Acho que podemos ir, não é mesmo? - ouço Fábio perguntar.

— Sim, sim. Chamaram algum motorista?

— Aditi, pelo visto, estará disponível sempre que precisarmos.

— Sério? Não sabia que teríamos essa regalia?

— Pois é, nem eu. Mas, vamos aproveitar. - a proctologista brinca. — Ele já está nos esperando.

Com isso, seguimos até a escadaria frontal do hotel e descemos em direção ao mesmo carro que nos trouxe até aqui.

— Boa tarde, senhoras e senhores. Descansaram bem? - o homem alto fala de modo gentil.

— Bastante, Aditi. Sinceramente, não sei como voltarei para a minha cama depois experimentar a que disponibilizaram em meu quarto. - Cíntia fala em um tom brincalhão com o motorista.

— Fico feliz em saber que se acomodou bem, senhora.

— Sem o senhora, Aditi, por favor! Apenas Cíntia.

— Tudo bem, senh- Cíntia. Tudo bem, Cíntia. - ouço o homem corrigir sua gafe.

— Ótimo.

Após a breve socialização, estamos dentro do veículo já em direção ao nosso atual local de trabalho. Confesso estar ansiosa para começar o quanto antes. Sei que daqui posso levar muito conhecimento para o Brasil. Talvez, essa seja a chance de mudança no sistema que sempre quis efetuar.

Yatra - Um Amor Inesperado Onde histórias criam vida. Descubra agora