【Capítulo 21】

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No Hazbin Hotel, um turbilhão de emoções dominava os ares, contrastando a serenidade de Alastorncom a profunda preocupação de Lúcifer.

Alastor, apesar de momentos de cansaço, seguia incansável em suas tarefas dentro e fora do hotel, enquanto Lúcifer se consumia em pensamentos sombrios.

A origem da inquietação do Rei era um segredo obscuro: Drogas criadas por ele próprio, em um momento de desespero para agradar Lilith. Lúcifer forjou essas substâncias, jamais imaginando que a receita cairia em mãos erradas. Em um capricho ele fez para sua gravides já que sua ex e falecida esposa não queria "estragar" seu corpo.

A possibilidade de pecadores se reproduzirem, aumentando drasticamente a necessidade de extermínios, era um pesadelo para o rei do inferno. Mas ironia da situação não escapava a Lúcifer: Ele, que desejava um filho com Alastor, um pecador, se horrorizava com a ideia de outros pecadores procriarem.

Uma semana também se passara desde a revelação sobre o Sr. Pentious, e o hotel se reerguia em meio ao caos. Inspirados pela bravura de Cherri, alguns demônios abraçaram a chance de redenção, guiados pela incansável Charlie. A Princesa do Inferno, em sua missão angelical, buscava entender como Pentious ascendeu ao céu, um enigma que a consumia.

Em meio a essa atmosfera de recomeços, Alastor se via dividido entre seus desejos. Uma parte dele ansiava por presenciar o sofrimento das almas em suas falhas, enquanto a outra se alegrava com a felicidade de Charlie, a quem considerava como sua filha. Observando do primeiro andar a agitação no saguão, seus olhos se fixaram em Husk, que se preparava para mais uma de suas apresentações no antigo prédio dos V'sb - Que agora se era conhecido como Dust-H. O motivo pelo qual Alastor libertou a alma do demônio era um mistério para si mesmo, um ato impulsivo que o distanciava cada vez mais de sua antiga essência. Alastor já não era o mesmo.

O dia marcado pela portadora de sua Alma se aproximava, a apenas três meses de distância. A apreensão tomava conta de Alastor, pois ele ainda não sabia como revelar a Lúcifer sobre o problema, que o consumiria por completo. O pedido indireto de casamento do Rei do Inferno pesava sobre ele, drenando suas energias e intensificando seu cansaço. Mesmo sob o disfarce do sorriso que o acompanhava como sombra, Alastor se sentia esgotado em todos os sentidos. As memórias da festa agitada e da noite que se seguiu o assombravam. A droga o induzira a atos inimagináveis, e o desaparecimento frequente da pequena Niffty apenas aumentava sua confusão.

Alastor inspirou profundamente pela milésima vez no dia, o ar carregado com o cheiro do perfume do rei do inferno, que ele agora também usava, invadindo seus pulmões.

Era hora de revisitar seu antigo quarto, um refúgio empoeirado que guardava memórias de um passado sanguinário. Embora raramente o utilizasse, a manutenção do local era crucial para manter a aparência de controle e organização que tanto prezava.

Com um sorriso enigmático estampado no rosto, Alastor caminhou pelos corredores do hotel, saudando os pecadores que cruzavam seu caminho. A máscara de jovialidade era impecável, um escudo contra a exaustão e o cansaço que o consumiam por dentro. Mas, ao chegar ao seu antigo quarto, a fachada ruiu, dando lugar a uma expressão sombria e vazia que contrastava com o sorriso mínimo em seus lábios.

Seus olhos, antes astutos e cheios de vida, se apagaram, como brasas em brasa. Um tipo de fome, uma fera selvagem adormecida em seu interior, rugia com ferocidade. A lembrança da caça, do sangue quente escorrendo por suas mãos, do sabor cru da carne fresca, o invadiu com uma nostalgia irresistível.

Com um suspiro profundo, um sorriso macabro se desenhou em seus lábios. "Voltar às origens não seria tão difícil, meu caro... Alastor." ele murmurou para si mesmo, a voz carregada de ironia e autodesprezo, se virando para olhar-se no espelho.

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