Cumplicidade 【Appleradio】

【Capítulo 22】

Em Hazbin Hotel, a atmosfera se apresentava mais calma em comparação ao dia anterior. Charlie, na cozinha com os demais membros da equipe, dedicava seus pensamentos ao papel de redenção de Pentious, explorando as possibilidades que sua jornada de transformação e morte e ressurreição o levou aos céus e os motivos.

Enquanto alguns escravos de Alastor se dedicavam à preparação da comida, os outros aguardavam o início das atividades do dia. Husk, em um esforço para se livrar do vício em bebidas, auxiliava Angel em sua própria batalha contra o vício, levando-o regularmente ao psicólogo. A relação entre os dois demonstrava um progresso notável, caminhando para um relacionamento mais saudável e menos dependente e insalubre.

Vaggie e Niffty, em um canto da cozinha, conversavam animadamente sobre um assunto que despertava grande interesse em Cherri, que se juntava à conversa com entusiasmo e participação ativa.

A atmosfera era leve e alegre, um contraste nítido com a aura sombria que emanava de Alastor.

Desde o dia anterior, seu humor se mostrava estranho e incomum. Ele sentia um peso negativo de dor que o impedia de abrir a boca para falar algo, e qualquer tentativa de fazê-lo causava dor intensa em suas cordas vocais. A causa dessa dor era o resultado da imprudência de Lúcifer, que, em um momento de ansiedade, tentou usar seus poderes angélicos para descosturar a boca de Alastor.

Lúcifer, ao presenciar o sofrimento de Alastor, dedicou o dia anterior a encontrar soluções para aliviar a dor ou neutralizar seus efeitos, mas sem sucesso. No final do dia, antes da meia noite para ser axato, ele se viu obrigado a retornar ao castelo, retornando ao hotel uma hora depois, apenas para constatar que nada de seus esforços havia surtido efeito. A dor de Alastor persistia, alimentando a raiva de Lúcifer contra a portadora da alma de seu amado e um pouco dele mesmo.

Diante da situação, Alastor e Lúcifer traçaram um plano temporário: Alastor se esforçaria para falar o mínimo possível durante os próximos dias, enquanto Lúcifer dedicaria seu tempo à busca por uma solução para a dor. Era um plano desafiador, mas a única alternativa viável naquele momento.

No entanto, a paz que reinava no hotel era frágil. O hotel, por sua natureza caótica, era um lugar onde a tranquilidade raramente se mantinha por muito tempo. E, como se fosse para confirmar essa realidade, o silêncio de Alastor não passou despercebido pelos outros membros do hotel.

Sua ausência de palavras era notável, mesmo diante das brincadeiras de Angel e dos insultos de Husk. A paciência incomum de Alastor era uma mudança significativa em seu comportamento, mas os outros, já acostumados com suas peculiaridades, não pareciam se importar, assumindo que era apenas mais uma de suas fases.

Mas mesmo com as estranhezas, os preparativos para o café da manhã seguiam a todo vapor, com os escravos de Alastor se dedicando às tarefas culinárias e os demais membros da equipe aguardando ansiosamente a primeira refeição do dia para depois os demais serem servidas.

De repente, um acidente inesperado interrompeu a tranquilidade. Um dos escravos, servindo o molho açucarado nas panquecas de Lúcifer ele teve um movimento desajeitado, derrubou o molho de panqueca sobre Alastor, manchando sua roupa e deixando-o encharcado.

Um silêncio pesado tomou conta do ambiente.

Todos os presentes se voltaram para Alastor, aguardando sua reação. Charlie, que se encontrava concentrada em seus papéis, ergueu os olhos e observou a cena com expectativa. Ela já estava acostumada com a fúria explosiva de Alastor e imaginava que ele reagiria com violência, punindo o escravo por sua negligência.

Os outros membros do hotel, com exceção de Vaggie, também se preparavam para presenciar um espetáculo de fúria demoníaca. Angel, com um sorriso malicioso nos lábios, se deliciava com a perspectiva de ver Alastor perder o controle. Husk, por sua vez, apenas deu de ombros e continuou a beber sua vitamina de abacate, indiferente à situação.