IV: O Bom, a Má e o Preguiçoso.

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Estrondo, gritos de ódio, armas retinindo umas com as outras, disparos, gritos de dor, súplicas por todos os lados, o som de asas pesadas batendo, o cheiro forte de sangue junto com o pesado odor da fuligem junto dos sons das paredes e vigas rangendo, o calor sufocante do verão junto do brilho dourado e assustador das chamas. Foi com isto que saltei da cama, tendo tempo apenas de pôr as vestes uma vez dadas pela bruxa da Luxúria, salto pela janela tossindo, caindo na terra batida, sentindo os grãos rasgando minha pele enquanto meus ouvidos eram sufocados pelos sons da batalha. Poeira, vísceras, solo manchado de sangue e trapos de vestes escuras estavam no chão, certamente aliados da Côrte dos Morcegos, homens e mulheres caídos em solo, corpos sem vida de criaturas bestiais com traços bovinos, tinham humanos e alguns outros animais de caça ali presentes na contagem dos mortos. Por pouco consigo desviar do golpe de um machado que certamente não faria só o pé do meu cabelo e sim arrancaria meu pescoço de uma vez, para trazer a Redentor por circunstância do Ofanim e usar de uma rápida estocada no centro do peito de um dos cultistas que apenas disse por fim algo como "piger", uma palavra em latim relacionada à preguiça.

— Gael, ative o Arc! — A voz do Redentor gritou tal como estivesse segurando algo pesado. — Eu tive uma ideia!

— Que diabos você está falando?! — Respondo.

— Só ative essa droga logo! — Retruca o espírito da lâmina.

Cerro o punho esquerdo em um gesto altivo, levando a ponta dos dedos contra o peito e enfim dizendo verbalmente o encantamento do Arc, trazendo ao meu redor, as armas anteriormente seladas no Ofanim se movimentando de forma aleatória, de acordo com as suas vontades de me oferecer ativa proteção, ou oferecer uma maior ofensiva, quando pensei que iria apenas se findar naquilo, a voz do Redentor teve a audácia de cantar o seguinte refrão:

— UMA LENDA SE DESTACA, NO CAMPO DE BATALHA! — O Biwa seguiu a cantoria com uma sequência de acordes, me fazendo recordar-me de uma lembrança fatídica da minha infância.

— Não... você não vai fazer isso...

— MANGEKYOU SHARINGAN QUE NUNCA ACABA! — A cantoria pareceu forçar a agonia nos corpos dos cultistas da Preguiça, enquanto seus corpos irradiavam auras avermelhadas, em seguida, os oponentes têm seus corpos contorcidos antes de desabarem ao chão, sem vida. — UCHIHA MADARA, UCHIHA MADARA! — Sinceramente, eu não sei se me matava ali mesmo, ou tentava entender o que a arma espiritual tinha feito em conjunto do Arc.

Um urro bestial irrompe vindo da esquerda, quando volto o rosto na direção do som tenho uma visão realmente aterrorizante. Era uma criatura quadrúpede, com cascos grotescos, o abdômen inchado enquanto a cabeça colossal pesava quase tocando o solo enquanto os chifres rasgavam as copas das árvores a cada movimento da criatura.

— Gael, corre. — Diz o Redentor.

Não precisava ser um idiota para perceber o que estava encarando, o símbolo de uma criatura que com certeza era um bizarro cruzamento genético entre uma girafa e um ser bovino em estado decrépito, mostrando os seus aspectos demoníacos enquanto o couro em um tom nauseante de amarelo exalava um fedor de carne podre e enxofre, o cheiro de um demônio. Mas aquele não era um demônio comum, era o próprio Belfegor, o Demônio da Preguiça. Belfegor voltou a face na minha direção, fixando seu olhar contra mim ao instante em que sua mandíbula se abriu, emanando um som que parecia um rosnado.

— Cavaleiro da Luxúria... — Uma outra voz irrompe nas costas da criatura. Sua dona? Uma mulher baixa na casa dos trinta, um tom de pele curtido, cabelos loiros embaraçados, apenas um manto escuro como vestimenta e era possível que seu rosto poderia ser lindo, se a bruxa tivesse algum cuidado com a estética. — Minhas irmãs parecem ter tanto interesse em você, mas, até agora, não vi nada demais. — Leona boceja, dando de ombros enquanto por contraparte, Belfegor emitir sons que se assemelham a fala humana, porém, incompreensível.

Os Contos de Nova Atlântica III: O Pináculo de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora