Enfim, era a hora do acerto de contas. Uma pesada chuva caía molhando a ponte de asfalto que separava a terra firme de Saquarema e o Castelo Ébano, lar do Equinócio. Meus passos pareciam ecoar enquanto a distância, outros avançam seguindo meu ritmo, os membros da A.R.E.S, os Folk da vila do Baguete e as aranhas de Qiang Mei, os fiéis da igreja do Messi e também a Corte das Corujas, contando no total, mais de duas centenas de homens e mulheres, humanos e não humanos, todos ali dispostos a lutar pelo verdadeiro bem.
— Jon, o que você tá fazendo? — Ouço mamãe, o tom de preocupação era evidente.
— Relaxa mãe, eu só estou interpretando o meu papel. — Respondo com um sorriso arrogante.
— Ei Qiang, me dá um dó menor, eu quero um dó menor. — Estalo os dedos duas vezes, dando o sinal para a deixa.
A Rainha das Aranhas responde tocando o acorde pedido em um instrumento similar à Biwa que havia ganho dela na torre em Santa Sofia, mas, o som que reverberava das cordas era as mesmas de um piano. Conseguia mesmo naquela distância ver que além das fileiras de demônios e caçadores fiéis ao Equinócio era possível ver em uma das janelas Cassandra Marino observando o cenário com um sorriso presunçoso no rosto, em resposta à aquilo, no meio da chuva, abro os braços com o mesmo sorriso no rosto.
— Senhoras e senhores. — Minha voz tinha sido amplificada por um simples feitiço sonoro, na qual tinha preparado só para aquele momento. — Gostaria de dedicar essa música para nossa ilustre anfitriã, ou melhor dizendo, a vaca da bruxa da inveja, também conhecida como Cassandra Marino. — Aponto para a direita, dando margem para Qiang começar. — Olá Sete Caídos, gostariam de aceitar o convite para essa dança? — Faço uma elegante reverência, a tinta da Nanquim se formou na mesma katana que havia aparecido na luta contra Kairós.
A mulher aranha, estava trajando uma armadura carmesim, enquanto dois de seus braços mantiveram o instrumento enquanto seus filhotes pareciam reverberar suas armas naturais de forma que sonoramente, faziam um efeito de complementar o que estava por vir.
— Onde estão os homens bons, diga por favor. — Todos sacaram as armas, de ambos os lados. — Onde estão os homens de coragem e valor? — As linhas de frente começam a se aproximar vagarosamente. — Onde está esse alguém, que possa proteger. — Cassandra se revelou naquela distante janela, estendendo o braço em um polegar para baixo, como uma imperatriz romana. — Outro alguém, assim como eu, preciso conhecer!
Uma pausa. A única gota que bateu acima do meu pé em meu primeiro passo foi o sinal para atacar. Aquele momento era derradeiro e com certeza, precisava não lutar só por mim, não só pelos que já se foram, mas também, por aqueles que iriam por este mundo caminhar no futuro.
— Avante, pela ruína dos Sete! — Urrei em ímpeto, avançando com a Nanquim em riste.
— Avançar Vanguarda! Expurguem esses pecadores! — Veio a resposta da bruxa da inveja, fazendo a primeira fileira de demônios vir de encontro conosco.
Atingindo velocidade o suficiente, ficando a mais ou menos poucos metros da primeira falange do Equinócio, interrompo minha corrida para saltar para a direita em direção do mar, Baguete, Dario, Alyssa, Darwin, Salem e Jennifer me seguem para serem pegos por pássaros gigantes, Harpias assim como Lady, espíritos familiares dispostos a lutar conosco. Alçamos vôo enquanto as linhas de frente composta em sua maioria pelos Folk se chocam com suas brutais técnicas de combate físico, por mais que alguns ainda estivessem de pé, os escudos daquela falange eram perfurados e em maioria as lanças partidas.
— Gael! Você acha que eles dão conta? — Gritou Baguete, ajeitando os óculos por um segundo.
— Relaxa, você os treinou muito bem, não tem como
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Os Contos de Nova Atlântica III: O Pináculo de Sangue
FantasíaO Pináculo de Sangue é o capítulo final e decisivo da saga de Gael, a galera da A.R.E.S e mais além. A guerra contra o Equinócio está prestes a atingir seu clímax, e tudo que Cassandra Marino e seus aliados lutaram para construir culminará nas págin...