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Eduardo Cambridje

Faz exatamente quinze dias do ocorrido, por mais que eu tente aquela garota não sai da minha mente. Aquele olhos castanhos tentando se manter acordados a todo custo mesmo beirando a exaustão marcaram a minha mente. Sinto-me desconhecidamente preocupado, como  esse estranho sentimento  me desagrada.

Flashback

Ando apressadamente para o interior do imóvel.

-Meus Deus o que farei?- Dona Amélia murmura segurando a mochila que a menina trouxe logo atrás de mim.

-É melhor  a levarmos para um hospital mais próximo, a garota está machucada e depois a senhora vê o que faz com ela.- Olho a menina que tenta incansavelmente se manter com os olhos abertos, embora em silêncio suas lagrimas deslizam sobre sua face alva, aparentemente macia, contento alguns arranhões. Devem está doendo esses machucados me pego a analisando enquanto cortamos em passos apressado o trajeto.  

- Certo, me desculpe Eduardo, está lhe causando esse estresse.

-Agora não é hora de pedir desculpas. Vamos.

Dona Amélia abri o carro e senta no banco de trás, coloco a menina em seu colo, vou para o banco do motorista, ligo o GPS e sigo a toda velocidade para o hospital da cidade. No trajeto a senhora ainda nervosa diz superficialmente quem era a garota. Pelo que eu entendi era uma caipira isolada do mundo. Me pergunto como fui me meter nisso.

Porém em todo o caminho não consigo tirar a vista do retrovisor do carro em direção a desconhecida nos braços da senhora. Tão pequena e indefesa no meio daquela floresta toda machucada.

- Amélia?- A chamo tirando a sua atenção da então protegida desacorda em seus braços.

- Sim?- Me olha aflita, o caminho parece uma eternidade embora a cidade seja pequena.

-Pegue meu celular aqui e ligue para a policia ir até a casa da garota. Como a senhora falou para ela sair ainda mais nesse estado algo aconteceu a sua progenitora.

-Certo.

Fim do Flashback..

Passaram quinze dias desde de que a vi, conversei poucas vezes com a Amélia, ela ficou com a garota no hospital e eu voltei para a capital, afinal não tenho nada com esse assunto e  tenho meus compromissos, cá entre nós o titulo de bem feitor não combina comigo, não poderia me importa com alguém que não me diz respeito. 

Que merda não consigo me concentrar, a mãe da menina foi morta por conta de dívidas de agiotas e ainda Amélia disse que eles queriam pega-la como reembolso. Como vão deixa-la assim em um abrigo sem proteção? Está nítido o que pode acontecer com ela, mais como ela é pobre, cidade pequena, nenhum poder publico dar a mínima e eu não vou me envolver.

-Eduardo, o Noronha já está na sala de reunião, o Martins está com ele passando o projeto. Temos 3 reuniões e Marcos da Contabilidade  está no aguardo de sua autorização sobre a Convenção Campary- Silvia vai me passando a agenda enquanto vou analisando os projetos em meu computador sem olha-la.

-Dona Amélia deixou um recado.- Direciono o olhar para a Silvia e paro de digitar.- Ela pediu para informa que a moça chamada Elin receberá alta hoje e irá para um abrigo hoje mesmo. Que o senhor não se preocupasse que ela volta hoje para deixar a mansão em ordem, visto que o senhor não gosta de pessoas estranhas entrando nos seus imóveis e como o previsto que a moça fique uma semana no abrigo ela irá busca-la nesse período .

Levanto com uma raiva desconhecida.- Que hora foi essa ligação Silvia?

- As dez horas Eduardo. Olho para meu relógio e caminho para colocar o terno.

-Deveria ter me informado.

-Você estava em reunião e disse que não deveria incomoda-lo. – bufo e saiu da sala rumo a garagem e Silva em passos apressado em meu encalço.

-Silvia, entre em contato com Amélia e descubra em que abrigo a garota está e diz para ela não sair da lá. Fale com Martins e mande entrar em contato com o doutor Elexandre e procure o caso Palllas.

- O senhor está de saída?

- Sim não voltarei hoje. Diz a Amélia que ligue para o meu pessoal imediatamente.

....

Merda! Porque ela não me ligou?? Esmurro o volante enquanto dirijo a toda a velocidade para não sei aonde. Ainda, porque C@r#l%& ninguém entra em contato? 

Estou quase chegando a cidade da senhora. Já estava escurecendo, espero que tenha dado tempo de Silvia falar com a Amélia. Ela não é ingênua, não acredito que ela deixou aquela garota sozinha? Merda!!

Merda é o que eu estou fazendo de novo, largando tudo meu trabalho para ir atrás de algo que não me interessa, não estou me entendendo!

Está sendo mais forte do que eu, e como se eu tivesse sem controle  porém depois de hoje não me envolverei mais em nada, nem quero aquela garota em meu território, dona Amélia que arrume um local para ela ficar. Odeio estranhos, a velha senhora está morando definitivamente em minha casa porque ela é da família, porém aquela garota, ela nem invente.

...

Chega uma mensagem de Silvia

-Abrigo Recanto dos Pássaros, dona Amélia disse que já tinha deixado a moça no abrigo e já estava na mansão, mas tentaria um carro para voltar se era isso que você estava orientando.

Droga, tenho que pensar em algo se não a órfã estará com sérios problemas.

E esse  mocinho contraditório ?😁

-Um Lugar para Pallas-Onde histórias criam vida. Descubra agora