Capítulo 11

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Dalila powell

Marcava 04:30 no relógio quando acordei de um pesadelo bizarro. Passei a noite inteira acordando de cinco em cinco minutos e dormi quase nada. Olhei para a janela e, caramba, ela estava aberta. Eu tinha certeza de que a fechei antes de me deitar. Fui até o banheiro e percebi umas diferenças: minhas sandálias estavam fora do lugar, a toalha jogada no chão, e o vaso tinha urina. Com certeza, não fui eu. Era uma urina amarela de cor forte, indicando que essa pessoa precisava urgentemente de água. Alguém entrou no meu quarto, mas quem? Será que foi a Ketlyn, com a bexiga cheia, ou o Jacob, tentando me tirar do sério?

Não enrolei muito e fui logo tomar banho. Lavei os cabelos, e a água quente me ajudou a afastar os pensamentos sobre a possibilidade de alguém ter me observado enquanto eu dormia. Só conseguia pensar em tirar satisfação com ele, já que tínhamos três aulas juntos e eu conseguiria achar o momento certo. Mas, antes, perguntaria para Ketlyn.

Enrolei-me na toalha, sequei o banheiro e fui para o quarto. Chegando perto do guarda-roupa, meu celular começou a vibrar. Peguei-o e lá estavam quatro mensagens de Giovanni:

Giovanni 💗

"Oi, Lila, minha linda."
"Estava pensando: que tal irmos ao boliche pertinho da faculdade?"
"Vamos às 21:30 e voltamos quando você enjoar de perder pra mim."
"Quando vir as mensagens, me responda, gostosa."


Olhei para o celular com um sorriso no rosto. Confesso que ele me chamar de "gostosa" deixou minha mente um pouco perturbada. Vesti minha roupa imaginando aquela palavra saindo da boca dele e balancei a cabeça. Por um acaso, lembrei do rosto da pessoa que eu sonhei na noite passada: era o maldito Jacob. Mas por que diabos ele estava me perseguindo até nos meus sonhos? Jacob é muito bonito e faz completamente o meu estilo de homem. Por que tinha que ser tão babaca comigo? Nunca fiz nada para ele. Esse ódio tão grande por mim é um mistério que acho que nunca vou desvendar.

Tomei café da manhã e respondi às mensagens de Giovanni com um áudio. Sempre odiei escrever, literalmente. Não consigo me expressar por mensagem. Sinto que não sou eu, não consigo falar o que realmente quero.

"Oii, Giovanni. Podemos ir sim. E se você pensa que vai me ganhar, pode tirar seu cavalo da chuva, meu bem. Eu sou a melhor jogadora que você vai conhecer."

Marcava 07:00 quando finalmente saí de casa para ir estudar. O clima estava estranho, talvez por causa do pesadelo da noite passada. Quando encontrei Ketlyn no corredor, fui direto ao ponto.

"Ei, Ketlyn, foi você que entrou no meu quarto ontem à noite?" perguntei, sem rodeios.

Ela olhou para mim como se eu tivesse duas cabeças. "Do que você tá falando, Lila? Eu nem saí do meu quarto ontem à noite."

Meu coração deu um salto. Será que foi mesmo o Jacob? A ideia de ele ter entrado no meu quarto me deu arrepios. Ele podia ser um idiota, mas isso parecia passar dos limites.

Cheguei na sala de aula e me sentei no meu lugar, tentando me concentrar. Mas não conseguia tirar os olhos de Jacob. Ele estava algumas fileiras à frente, como sempre, mas hoje algo parecia diferente. Ele parecia mais... atento. Quase como se soubesse que eu estava o observando.

Cada vez que ele se mexia, eu me sobressaltava. E se ele realmente tinha entrado no meu quarto? A ideia de que ele poderia ter estado tão perto de mim enquanto eu dormia me deixava apavorada.

A aula passou como um borrão. Eu mal conseguia focar no que o professor dizia. Tudo o que conseguia pensar era: por que ele faria isso? O que ele queria?

No final da aula, decidi confrontá-lo. Esperei até que todos saíssem e me aproximei de Jacob. Ele levantou o olhar e, por um momento, nossos olhos se encontraram. Meu coração quase parou.

"Jacob, preciso falar com você," disse, tentando manter a voz firme.

Ele levantou uma sobrancelha, um sorriso malicioso brincando nos lábios. "Sobre o quê, órfazinha?"

Respirei fundo, tentando reunir coragem. "Você entrou no meu quarto ontem à noite?"

Ele não respondeu imediatamente. Apenas me olhou, seu sorriso desaparecendo lentamente. E então, ele falou: "Você acha que eu faria isso?"

A incerteza em sua voz me pegou de surpresa. Talvez eu estivesse errada, talvez não fosse ele. Mas a dúvida ainda me consumia. E até descobrir a verdade, eu sabia que não conseguiria relaxar.

Me afastei, tentando ignorar o olhar dele queimando minhas costas. Preciso de respostas, e vou encontrá-las, não importa o quê eu tenha que fazer.

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