Dalila powell
Amanheceu e lá estava eu, olhando para o teto do meu novo quarto. Confesso, aquele quarto era bem melhor do que todas as casas em que já morei. Sentei na ponta da cama, esfreguei os olhos e olhei para a cortina. Percebi que já tinha muita gente acordada passando pelo pátio. Droga... que horas são? Olhei no relógio e já eram 07:40. Eu estava atrasada para minha primeira aula. Levantei rapidamente, lavei o rosto, escovei os dentes e vesti uma roupa qualquer. Por acaso, vesti um pé de meia diferente do outro, apenas abaixei a meia e desci as escadas dos dormitórios amarrando o cabelo.
Ao chegar na sala, uma professora um tanto quanto peculiar me olhava de canto.
- Senhorita? - A voz da mulher era aguda e fina.
- Dalila Powell, me perdoe o atraso. Não estou acostumada a acordar tão cedo. - Minha voz soou como um sussurro baixo, mas explicativo.
- Entre e se apresente para a turma. - Meus dedos congelaram. Entrei e olhei para os alunos. Ali estava Jacob, no fundo da sala. Droga, não acredito que ele também fazia medicina.
- Prazer, turma. Meu nome é Dalila e espero poder ser cooperativa nos estudos com todos. - Após eu falar, ninguém além de uma menina de pele escura e cabelos afros abaixou a cabeça, apontando uma mesa para eu me sentar. Ela estava literalmente atrás dela, mais perto daquele idiota do Jacob. Me sentei e, com um sorriso enorme, ela me cumprimentou.
- Uau... garota nova cursando medicina. Prazer, meu nome é Ketlin. - Ela falou virando-se para minha mesa, estendendo a mão.
- O prazer é meu. Essa turma é pequena, tem muito poucos alunos. - Falei tentando puxar assunto.
- Óbvio... medicina, meu amor? Acha que existem muitos como nós em condições de pagar uma faculdade dessa? É muito luxo. - Ela falou fazendo uma cara engraçada.
- Parece mesmo que foi uma boa escolha... - Deixei meus pensamentos escaparem.
Continuei a conversa com Ketlin, tentando não pensar em Jacob. Precisava me concentrar nos estudos, afinal, essa era uma oportunidade única que eu não podia desperdiçar.
A aula começou e a professora se apresentou como Dra. Mariana, uma mulher de estatura média, cabelos curtos e olhar severo, mas com um sorriso acolhedor. Ela começou a falar sobre a importância da dedicação no curso de medicina, enfatizando que todos ali tinham potencial, mas que precisavam se esforçar ao máximo.
Durante a aula, percebi que Jacob não tirava os olhos de mim. Sentia uma mistura de raiva e curiosidade.
Quando a aula terminou, Ketlin me convidou para almoçar com ela no refeitório. Aceitei com gratidão, aliviada por ter encontrado alguém amigável logo no primeiro dia.
Ao chegarmos no refeitório, Ketlin me apresentou a alguns colegas, todos simpáticos e acolhedores. Senti que, apesar de tudo, talvez eu pudesse encontrar um novo começo ali.
Mas enquanto conversávamos, não pude deixar de notar Jacob sentado em uma mesa distante, sozinho, com a câmera em mãos. Seus olhos se encontraram com os meus por um breve momento, e uma sensação estranha percorreu meu corpo. Talvez, só talvez, houvesse mais por trás daquele olhar do que eu imaginava.
Enquanto almoçávamos, percebi que Jacob estava tirando fotos de mim. Cada clique da câmera me deixava mais desconfortável. Ele parecia tentar me provocar, como se eu fosse um objeto de estudo ou seilá. Aquilo me irritou profundamente.
Finalmente, a paciência acabou. Levantei-me abruptamente, marchando em direção à mesa dele. Sem hesitar, peguei a câmera das mãos de Jacob e comecei a apagar as fotos.
- O que você pensa que está fazendo? - Perguntei, minha voz carregada de raiva. - Da próxima vez que você tirar uma foto minha sem permissão, essa câmera vai voar até o chão do primeiro andar.
Jacob apenas riu, um som baixo e desdenhoso.
- Vamos ver se você é mulher o suficiente para fazer isso. - Ele disse, e antes que eu pudesse reagir, ele tirou outra foto.
Sem pensar duas vezes, joguei a câmera sobre a mesa com força, o barulho ecoando pelo refeitório. Todo mundo parou o que estava fazendo e olhou para mim, com expressões de choque e curiosidade. Alguns sussurravam entre si, com olhares que diziam "ela está fodida" e "vai se lascar". Comentários baixos enchiam o ambiente, e eu podia sentir o peso do julgamento.
Meu coração batia acelerado, a raiva pulsando em minhas veias.
- Não me provoque, Jacob. Você não sabe com quem está lidando. - Avisei, virando-me para sair.
Aquele dia, percebi que Jacob não era apenas um idiota intrometido. Havia algo mais nele, algo que me intrigava e me irritava ao mesmo tempo. Mas não importava o quanto ele me irritasse, eu estava determinada a fazer o melhor desse novo começo, sem deixar ninguém atrapalhar meus objetivos.
Ketlin me encontrou do lado de fora, um sorriso de aprovação no rosto.
- Uau, garota. Você realmente não leva desaforo para casa. - Ela disse, rindo.
- Não mesmo. - Respondi, sentindo a adrenalina começar a diminuir. - Vamos ver se ele aprende a lição.
- Dalila, escuta... é melhor você não mexer com ele. - Sua voz estava baixa, quase um sussurro. - Jacob é perigoso. Mal, mesmo. Ele pode até matar você, e ninguém vai se importar. Ele sempre se livra de tudo.
Olhei nos olhos de Ketlin, vendo a seriedade em sua expressão. Um frio percorreu minha espinha, mas eu não podia demonstrar medo.
- Eu sei me cuidar, Ketlin. - Respondi, tentando soar confiante.
Ela suspirou, colocando a mão no meu ombro.
- Só tome cuidado, ok? Esse lugar é mais complicado do que parece.
🥀 Oque acharam do primeiro dia de aula da coitada? será que ele vai fazer alguma coisa de muito ruim com ela ? clique na estrela pra mais 🥀