A Máfia de Nova Orleans

Capítulo 26

Rose narrando:

     Após um longo dia de trabalho, voltei para casa. Assim que cheguei no apartamento, encontrei Simon, me esperando na porta.

- Você disse que iria me ouvir. - Disse ele.

- Tudo bem, vamos.

   Saímos e fomos até a sorveteria próxima do prédio onde eu morava, sentamos, Simon pediu sorvete para nós e ficamos nos encarando.

- Você disse que queria conversar, vamos. - Disse eu.

- Eu vou explicar tudo. - Disse ele. Simon respirou fundo e começou. - A Máfia está na minha família desde a época de meu bisavô, existem várias tradições envolvidas, uma delas é que o primogênito da família deve assumir os negócios.

- Então, é por isso que James é o chefe.

- Sim. Após a morte de nosso pai, James assumiu os negócios e acabou nos envolvendo em tudo também, " obrigações familiares ", ele disse. Então, meus irmãos e eu já não tínhamos mais opção, ou estavamos dentro ou estavamos dentro. - Disse ele, abaixando a cabeça. - Olha, Rose, eu não vou mentir, já fiz várias coisas das quais me arrependo amargamente, feri pessoas, destruí a vida de pessoas, mas eu juro, Rose que nunca foi por escolha. E se eu te escondi isso, foi para te proteger.

    Após ouvir isso de Simon, eu fiquei com ainda mais ódio de James. Como aquele desgraçado pode tratar os irmãos assim? Peguei nas mãos de Simon e olhei bem em seus olhos.

- Eu acredito em você. Me desculpe, agora eu o entendo.

- Não sabe o alívio que estou sentindo agora, Rose. - Disse ele. - Obrigado por entender.

- Mas, Simon, você e seus irmãos nunca pensaram em deixar tudo para trás, digo fugir de James?

- Não é tão simples quanto pensa, Rose. Existem várias tradições que nos impedem, e além disso, Íris nunca iria embora deixando um de nós para trás, apesar das mágoas, ela ama James, afinal, ele ainda é nosso irmão.

- Pensei que todos vocês o odiassem.

- Eu posso dizer com todas as letras que o odeio. Mas, acho que Íris e Jordan não, eles tem apenas mágoa, não o odeiam de fato e eu não posso culpá-los por isso.

- Entendo. - Eu disse. - Olha, Simon, eu realmente gosto muito de você e é por isso que vou dar mais uma chance para nós dois, mas por favor, não minta para mim outra vez.

- Não mentirei, minha rosa, eu prometo. - Disse ele, beijando minha mão.

   Depois de conversarmos, tomamos nossos sorvetes e Simon foi me deixar em casa. Susan ainda não tinha voltado do trabalho, ela iria fazer hora extra no cassino, então, tomei um bom banho de banheira, jantei e peguei um livro para ler, já que eu não estava com sono.

    Eu estava lendo, até que escutei uma batida na porta, quando fui abrir não tinha ninguém, apenas um pequeno envelope no chão, com o meu nome escrito. Confesso que fiquei assustada, peguei o envelope, entrei, abri e comecei a ler.

   " Senhorita Marshall, a convido para tomar um café, você pode até achar estranho, mas, temos assuntos a tratar. Não conte nada a ninguém, nem a seu querido Simon. Não se preocupe, eu não mordo, a menos que seja necessário.
                                            
                                                         Ass: J. S."

      Eu fiquei surpresa, muito surpresa, e com medo, mas eu não ia demonstrar isso a ele, que ele viesse com tudo que ele tem, eu não vou baixar a cabeça assim.